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Ganhando o mundo

Descubra como deixar a casa dos seus pais pode ser o próximo passo para conquistar um estilo de vida que é a sua cara

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Pronto pra bater no peito e dizer que é dono do seu nariz? Mesmo que o convidativo “spa da mamãe” seduza muitos marmanjos a permanecer no seio familiar, o homem só se torna completo quando vive distante dos pais. Uma verdade afiada demais para o coração de qualquer progenitor obcecado por sua cria, a necessidade de partida do filho é, por outro lado, o passaporte para a independência e o autoconhecimento. 

É claro que as vantagens de morar com os velhinhos sempre está na ponta da língua daqueles que, apesar de continuarem debaixo das asas patriarcas, curiosamente não querem se envolver seriamente com ninguém -- para não perder a liberdade. Se você pensa assim, talvez seja um bom momento para descobrir o preço deste hotel tão peculiar, cuja única forma de pagamento é à prazo durante uma vida inteira. Afinal de contas, nos hospedamos nele durante a jornada rumo à maturidade, ou fincamos raízes para postergar as dores do aprendizado inevitável.

Como os garotos ficam em cima do muro pensando em fugir de casa enquanto os homens mergulham de cabeça e conquistam o mundo, o AreaH resolveu te dar uma mãozinha! Pra você ganhar tempo nessa corrida incerta, reunimos aqui alguns contrastes que deixam claro em quais aspectos a responsabilidade sobre sua própria existência finalmente vêm para o melhor.
  
FOCO
Desprenda-se do que for possível para fazer o que tem que ser feito -- resolva o seu problema. Dívidas, desgostos e inimizades: nada como as contingências intrínsecas à vida moderna para lustrar as lentes distorcidas por anos de ócio patrocinado. Exceto nas festividades familiares, um homem que não garante sua própria morada não passa de uma despesa em quase todos os 365 dias do ano. Embora cruel, o respeito é um jogo de ação onde as palavras valem como cheques sem fundo caso não sejam cumpridas. Até demonstrar determinação em sustentar decisões e mudanças, não passamos de filhotes orientados por valores planejados, como em Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.

CARREIRA
Uma das grandes inseguranças que fazem o imaturo temer puxar o carro de uma vez por todas é a questão financeira -- porém isso tem mais a ver com suas aspirações do que com a incapacidade de sustento. Doses cavalarares de serviços pesados, seja físico ou intelectual, podem servir de antidoto para aqueles que ainda vacilam em defender seus interesses. Não se trata de sadomasoquismo ou ausência de caráter: os tapas contínuos de nossas próprias decepções é que lapidam pretensões reais. Não há nada que entretenha mais o sofredor do que a possibilidade de extinguir a fonte da carência.

CÍRCULO SOCIAL
O convívio com diferentes -- estranhos ao seu temperamento, cultura, paladar, objetivos e diversões -- é uma saída para superar preconceitos herdados e, principalmente, para afiar seu senso crítico. Os amigos verdadeiros serão essenciais nos momentos que você menos espera e, grosso modo, é assim que os mimados engatinham até a política que precisam para sobreviver neste mundo. Ao reconhecer suas próprias limitações, o homem compreende afinal porque não deve checar os dentes de um cavalo dado.

AMOR
Um macho de respeito jamais se arrepende de ter traído, enganado e dado uma de espertão na juventude -- ao contrário, ele acumula conhecimentos e aprende, se especializa. No teatro da vida, o cara que conserva a perspectiva desperta não é só aquele que assiste pacientemente os espetáculos inesperados do emocional feminino. Ele bota pra fora -- mesmo que isso signifique o fim das mais oníricas ilusões.

FUTURO
Olhe para trás, e investigue o que esteve em seu controle até agora. Em Maquiavel você encontrará que 50% de suas decisões são de sua responsabilidade. Já em Dostoiévsky, a odisseia dos jogadores dá o tom da saga do capitalismo -- na televisão apenas uma sombra do “que poderia ter sido”. Não espere nada nem ninguém para dar uma caminhada na praia, ou promover os passos lentos cuja parada só acontece depois da aventura, nem sempre prazerosa, que alivia o espírito. Pois, ao contrário dos reprimidos, o homem mata a sua vontade. Seu destino é do tamanho das pessoas com quem escolheu conviver.