Se você já levou um tombo considerável de bike aprendeu que, mesmo bregas e desconfortáveis, os equipamentos de proteção realmente são mais úteis do que parecem -- e o capacete é o principal deles. Não há dúvidas que gerações de homens inteligentes fizeram o possível para torná-los mais leves, aerodinâmicos e confortáveis. No entanto, foi nas mãos de jovens mulheres que o dispositivo de segurança se tornou eficiente, estiloso e “invisível”.
Isso porque, na verdade, ele fica desinflado até o momento em que um acidente acontece. Criado pela dupla de designers suecas Anna Haupt e Terese Alstin, o Hövding é vestido em volta do pescoço, deixando a cabeça livre e exposta. Ao captar o movimento brusco de uma colisão, seus sensores e giroscópios disparam automaticamente uma espécie de airbag, que finalmente protege a cabeça e o pescoço. Eles são alimentados por uma bateria recarregável -- que dura mais de 30 dias em stand-by e 18 horas em funcionamento. A marca garante que
Demonstrando o respeito que os suecos têm pelas magrelas, o capacete revolucionário não tem prazo de validade e ainda traz uma “caixa preta”, que registra dez segundos de dados sobre o padrão de movimentos do ciclista durante o choque. Porém, ao contrário dos aviões, ninguém irá usar os números como prova de responsabilidade pelo evento. Em busca de mais informações para aprimorar a invenção, as criadoras do Hövding oferecem um desconto aos clientes que retornam o dispositivo à loja após a utilização.
Era para ser mais uma tese defendida na Universidade de Lund, porém a ideia brilhante acabou virando patente e garantindo milhões a Haupt e Alstin. O projeto começou em 2005, e seu desenvolvimento custou mais de US$ 10 milhões -- hoje cada capacete custa US$ 600 e só pode ser utilizado uma vez. Por enquanto o Hövding é vendido apenas pela loja de design Design Torget na Noruega e Suíça.
É claro que se a inovação desembarcar no Brasil ela chegará com um preço bem mais salgado devido aos tributos alfandegários. Por outro lado, viria bem a calhar num país cuja maior metrópole registra a morte de um ciclista por dia, como coincidem os dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da Prefeitura de São Paulo.