Já virou piada nas redes sociais e talvez renda até bolão, mas as controvérsias em torno da Arena Corinthians, o Itaquerão, mostram que o Brasil corre sérios riscos de pagar mico em 2014. A previsão é que o estádio que irá sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014 fique pronto em dezembro do ano que vem, apesar da construção estar pela metade e o Corinthians ter perdido o apoio do Estado no projeto.
Orçada em R$ 820 milhões, a obra começou em maio do ano passado e desde janeiro de 2012 vem sendo desenvolvida por 1.710 trabalhadores em três turnos. Uma parte do valor (R$ 400 milhões) foi emprestada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o terreno pertence à Prefeitura Municipal de São Paulo, que concedeu o uso do espaço ao Corinthians por 99 anos.
Embora a capacidade original do estádio seja para 48 mil lugares, o clube promete que durante a Copa serão adicionados 20 mil assentos temporários através de arquibancadas móveis. Como o governo do estado de São Paulo reconheceu que não vai mais bancar a construção do anexo, a questão ficou mais complicada. Agora o Corinthians terá que correr contra o relógio em parceria com o poder público para encontrar na iniciativa privada patrocínio suficiente para cobrir os R$ 70 milhões necessários para garantir a entrada de 68 mil pessoas.
"São Paulo já vai ter de arcar com a recepção de 32 chefes de estado, segurança, transporte, alojamento e festas", declarou Luis Paulo Rosemberg, diretor de marketing do Corinthians, à coluna da jornalista Sonia Racy, de O Estado de S. Paulo. Enquanto isso, a FIFA até já divulgou os horários e locais onde jogos da Copa do Mundo de 2014 deverão rolar aqui no Brasil. No dia 12 de junho de 2014 às 17h, o Itaquerão precisa estar pronto para dar início às primeiras partidas do evento, que rolará simultaneamente em outras onze capitais brasileiras.
No início da semana, o primeiro módulo da estrutura metálica de 150 toneladas que vai cobrir a arquibancada da Arena Corinthians foi instalado com sucesso, demostrando que apesar de tudo, a obra não está parada. Por outro lado, ainda resta saber qual será o verdadeiro fim da “novela” Itaquerão -- será que cachorro com muitos donos realmente morre de fome, como diz o ditado?