O caiçara mais famoso do Brasil se prepara para cair no mar no Rio de Janeiro, na quarta etapa do campeonato mundial de surfe, o WCT, que rola de 11 a 22 de maio. Paulista de Maresias, Gabriel Medina, atual campeão mundial, tentará se recuperar do mau desempenho nas três primeiras etapas deste ano, onde viu os compatriotas Filipe Toledo e Adriano de Souza, além do seu rival Mick Fanning triunfarem em águas australianas. Aos 21 anos, Medina é viciado em celular. No final do ano passado, quando me recebeu em sua confortável casa de dois andares e piscina, localizada em um condomínio de luxo, a poucos passos da areia de Maresias, o surfista respondeu a maioria das minhas questões ao mesmo tempo em que trocava Whatsaap com  geral.  

O Neymar do surfe é um cara boa praça. Após o papo, fim de tarde de céu limpo em Mareca, deixou a casa caminhando rumo à praia. Seguranças e séquitos de olhos grudados nele. A praia babou de gente. O moleque só queria ser moleque e jogar uma partida de futevôlei. Semanas depois, conquistou a maioridade no esporte ao deixar na rabeta o 11 vezes campeão Kelly Slater e tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe da história. Veja outros “feitos” curiosos de Medina, o maior expoente da “Brazilian Storm”, a horda de brasileiros que vem tocando o terror na elite do surfe mundial.

#1 Não faz sexo durante um torneio. “Sexo em dia de competição atrapalha”, diz ele. Ano passado, encarou uma abstinência de julho, quando estava na Califórnia, até outubro, na penúltima etapa do Mundial, em Portugal. “Foi horrível... Mau humor todo dia. Mas eu tinha de me concentrar no trabalho.”

#2 Teve apenas uma namorada, com quem se relacionou por nove meses entre os 16 e 17 anos

#3 Ainda hoje pede dinheiro aos pais quando quer sair

#4 Gosta de depilar o peito, tirar os pêlos da sobrancelha e andar perfumado 

#5 Odeia cerveja. Prefere vodca

#6 Recolhia latinhas nas ruas, quando criança. Medina ficava ligado nas festas que rolavam por Maresias e já se programava para ir bem cedo às ruas e praias, no dia seguinte.  “Meus amigos sempre tinham Halls e Trident e eu queria também comprar minha bala.”

#7 Nunca teve brinquedo, boneco, trator ou carrinho, na infância. Tinha uma prancha e uma bola.

#8 O primeiro cachê (R$ 25 mil) que ganhou no surfe foi há cinco anos, ao vencer o WQS, na praia Mole, em Florianópolis. Com metade dessa grana, comprou um quadriciclo

#9 Evangélico que frequenta os cultos da Bola de Neve, ora antes de entrar no mar e de dormir