Financiar pode ser a saída para muitos que ingressaram na nova classe média e agora pretendem investir em imóveis. No entanto, dificilmente você encontrará as taxas de juros que cabem no seu bolso no primeiro panfleto que recebeu no farol ao aguardar o sinal verde. É claro que, se a incorporadora tabelar taxas muito acima da SELIC, já não se trata de um bom negócio. Mesmo assim, a cada conversa com um novo representante reina a dúvida: onde, afinal, estão as taxas mais baixas do mercado imobiliário?
PROCURAR É FÁCIL, DIFÍCIL É ENCONTRAR
Segundo Marcelo Tapai, advogado especialista em direito imobiliário, a pesquisa constante é o melhor caminho. “Atualmente as instituições financeiras estão travando uma disputa por clientes e anunciando constantes reduções nas taxas oferecidas. Com muita oferta e disposição para barganhar, certamente se consegue um negócio melhor”, sugere ele.
Além das propagandas sobre oportunidades de investimento em imóveis que vêm inunando nossas caixas de e-mail, vale a pena também consultar imobiliárias se você realmente pretende fechar negócio. As mais bem estruturadas têm acesso aos sistemas de todos os bancos que operam financiamentos do ramo. “Assim, basta que as visite e que peçam simulados para apurar qual instituição está oferecendo a melhor taxa, além de tentar negociar fazendo propostas”, recomenda Aparecido Viana, presidente da Viana Negócios Imobiliários.
UNIDADES PRONTAS
A aplicação de taxas de juros mais baixas sobre unidades prontas não somente é possível como também a renegociação de contratos já assinados anteriormente. De acordo com Tapai, uma mudança recente na legislação facilitou a portabilidade do crédito imobiliário. “Embora os bancos não sejam obrigados a aplicar as novas taxas mais baixas em contratos antigos, com mais ofertas e concorrência e possibilidade de migrar o financiamento para outro banco, surge um bom argumento para renegociar a dívida”, sugere o advogado.
MELHOR ÉPOCA
Tapai defende que“não existe melhor época”, uma vez que para ele o mais importante é fazer comparações entre as ofertas existentes e ter o dinheiro disponível para uma boa oportunidade. Por outro lado, Viana garante que o quarto trimestre do ano é o período ideal, já que é “quando as incorporadoras costumam colocar mais empreendimentos no mercado”.
BOLHA NO MERCADO
Apesar de há algum tempo se falar sobre uma bolha no mercado imobiliário, ambos os especialistas concordam que ainda é cedo demais para falar do fantasma norte-americano em terras tupiniquins. Isso porque, segundo eles, o país sofre de um déficit habitacional “muito grande”, o que ainda mantém promissor o mercado imobiliário, sobretudo com condições econômicas favoráveis como expansão do crédito, taxas mais baixas e prazos maiores de pagamento.
“O que se viu a partir de 2008 foi um crescimento artificial de algumas empresas, explorando ações na bolsa cuja valorização se dá pelo número de lançamentos, prometendo entregas para prazos irreais para competir no mercado muito aquecido, lançando e vendendo mais do que se podia produzir e sem analisar criteriosamente para quem se estava vendendo e se esse comprador teria condições de comprar”, conclui Tapai.