Uma das primeiras bebidas alcoólicas criadas pelo ser humano e a terceira mais popular do mundo, atrás somente da água e do chá, a cerveja teve uma longa história até chegar à mesa do bar como a conhecemos hoje. Prestigiada por homens do mundo inteiro, a bebida, além de saboreada - como deve ser - é também tema de inúmeras conversas das quais você já deve ter participado de pelo menos uma.
Hoje, porém, ao contrário das últimas décadas em que cerveja era cerveja e ponto e em que discussões a respeito se limitavam apenas às poucas marcas mais conhecidas por aqui e às diferenças sutis entre elas, é muito mais comum encontrar um amigo segurando, por exemplo, uma cerveja artesanal. Nesse contexto, surgem novas possibilidades de discussões muito mais amplas e informativas e tenho certeza de que você, um amante da cerveja, não quer ficar de fora dela boiando a cada termo mais técnico que for jogado na mesa.
Pensando nisso, o site Mestre-Cervejeiro.com, de autoria do sommelier e juiz internacional de cervejas Daniel Wolff, compilou um vasto glossário de termos referentes ao universo da cerveja. Confira.
#1 "ABV": sigla de Alcohol by Volume, "Álcool por Volume" em inglês. É definido como o volume em ml de etanol puro em 100 ml de uma solução a 20°C. Ou seja, uma cerveja com 10% de ABV contém 10 ml de etanol puro a cada 100 ml de cerveja.
#2 "Ale": uma das três grandes famílias cervejeiras. Agrupa todos os estilos produzidos com leveduras Ale (também conhecidas como de alta fermentação), geralmente da espécie Saccharomyces cerevisiae. Esta levedura trabalha em temperaturas mais elevadas, entre 15 e 25°C e caracteriza-se pela produção de ésteres frutados.
#4 "Carbonatação": teor de gás carbônico (dióxido de carbono - CO2) presente na cerveja.
#5 "Drinkability": termo subjetivo usado para descrever o quanto uma cerveja é fácil de beber. Uma cerveja com baixo drinkability sacia ou torna-se enjoativa mais rapidamente do que uma com alto drinkability. Importante lembrar que este termo não reflete qualidade técnica ou sensorial, pois uma cerveja com baixo drinkability pode mesmo assim ser de excelente qualidade.
#6 "Fermentação": processo no qual a levedura consome os açúcares fermentáveis do mosto, transformando-os em álcool etílico e gás carbônico (dióxido de carbono - CO2).
#7 "Hectolitro" (hl): medida de volume que representa 100 Litros. É frequentemente utilizada para descrever volume de produção industrial de cerveja.
#8 "Homebrewing": prática de produção caseira de cervejas. Quem pratica este hobby é denominadohomebrewer ou cervejeiro de panela.
#9 "IBU": sigla de International Bitterness Unit. É uma escala para medir o amargor nas cervejas, sendo que 1 IBU = 1 mg de alfa ácido (a-ácido) isomerizado por Litro de cerveja.
#10 "Lager": uma das famílias cervejeiras. As Lagers são também chamadas de cervejas de "baixa fermentação". Engloba estilos como Bohemian Pilsner, Schwarzbier, Doppelbock, entre outros.
#11 "Lambic": uma das famílias cervejeiras. Trata-se de cervejas produzidas através de fermentação espontânea, com as leveduras presentes no ar. Engloba estilos como Gueuze, Faro e Kriek Lambic.
#12 "Levedura": também chamada de levedo ou fermento. Termo genérico para as diversas espécies de fungos unicelulares responsáveis pelo consumo de açúcares fermentáveis – presentes no mosto de cervejas, vinho e massas de pão, por exemplo –, transformando-os em álcool etílico e gás carbônico (dióxido de carbono - CO2). A origem da palavra vem do latim levare, que significa "crescer" ou "fazer crescer".
#13 "Lúpulo": espécie de trepadeira que produz flores empregadas na fabricação de cerveja por serem ricas em uma resina que traz amargor e aroma às cervejas.
#15 "Maturação": processo após a fermentação no qual a cerveja é mantida em torno 0°C por algumas semanas para sedimentar todas as partículas sólidas e "arrendondar" os sabores. Muitas vezes adjuntos como frutas, ervas e especiarias são adicionados nesta etapa, assim como o dry-hopping.
#16 "Mosto": líquido resultante da maceração dos maltes e fervura dos lúpulos, rico em açúcares, que quando fermentado torna-se cerveja.
#17 "Pasteurização": processo de esterilização de alimentos como cerveja, leite e queijos, desenvolvido por Louis Pasteur em 1864. Consiste no aquecimento do produto abaixo de seu ponto de ebulição por alguns minutos e subsequente resfriamento.
#18 "Pint": modelo de copo tradicionalmente utilizado em pubs ingleses e, posteriormente, bares norte-americanos. O nome vem de uma unidade de volume do Sistema Imperial Britânico referente a 1/8 de um galão. Os pints ingleses, chamados de Nonic Pint, tem capacidade de 568 ml, enquanto os pints americanos, chamados de Shaker Pint, tem capacidade de 473 ml. Esta diferença em volume reflete a diferença do volume de um galão nos sistemas imperiais de cada país, que é aproximadamente 20% menor nos EUA.
#19 "Reinheitsgebot": nome em alemão da Lei de Pureza Alemã, promulgada em 1516 pelo Duque Guilherme IV da Baviera. Determinava que apenas três ingredientes eram permitidos na produção de cerveja: água, malte e lúpulo. Está em vigência até hoje, com diversas atualizações como a inclusão da levedura, na época desconhecida.
#20 "Turbidez": redução da transparência de um líquido. Nas cervejas é comum encontrar turbidez devido a presença de leveduras (por não serem filtradas) e partículas de lúpulo (geralmente quando emprega-se a técnica de dry hopping) em suspensão.
Sobre Luis Carvalho
Nerd full time, viciado em literatura, HQs, games, filmes e séries, descobriu o amor pelo jornalismo ao perceber que não sabia fazer contas.
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