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Totoma! - imagens do funk carioca

Fotos de Daniela Dacorso, feitas na última década, mostram detalhes do universo funkeiro

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Há pouco mais de uma década, a fotógrafa Daniela Dacorso até fazia trabalhos com outros estilos musicais, mas seu universo era o do hip hop e música eletrônica. Até que foi contratada por uma revista alemã para fazer uma matéria sobre o funk, seguindo ninguém menos que Mr. Catra.

Acompanhada do repórter, Daniela mergulhou no mundo dos bailes funk das comunidades do Rio de Janeiro. Ficou impressionada. “Eu me vi ali no meio da festa, do movimento, da dança e percebi: Eu preciso disso!” Acompanhar bailes na comunidade e MCs passou então a ser a programação de fim de semana da fotógrafa e, dez anos depois, o resultado está no Sesc Tijuca, na exposição Totoma! - imagens do funk carioca.

Preconceito e erotização
Daniela conta que se identificou muito com o funk: “A vibe é muito forte. Até virei funkeira na época.” E quando se trata da imagem preconceituosa que muitos ainda têm do estilo, especialmente em relação a drogas, a carioca defende: “A culpa não é do funk. O funk não inventou o tráfico. O tráfico está na comunidade e foi lá que o funk surgiu.”

E quando o alvo é a erotização, Daniela também tem uma resposta na ponta da língua: "Numa revista de moda é incrível, mas no funk todo mundo torce o nariz, né?"

A fotógrafa afirma que as mulheres no funk têm uma imagem muito afirmativa. Mesmo nas coreografias mais ousadas, elas têm uma leveza. “As danças podem ser eróticas, mas não é nada que não role nas festas de classe média e classe média alta.”

Daniela destaca a experiência por presenciar a vida na comunidade, com aspectos que quem “mora no asfalto” pode passar a vida sem ver. Entre as fotos favoritas que fez está a “Menino do Bresson”, uma alusão a famosa imagem do fotógrafo Cariter-Bresson. A fotógrafa acompanhava a montagem de som de um baile: homens passavam carregando caixas de som e, de repente, passa um garoto pequeno carregando uma caixinha.

Serviço
Sesc Tijuca – Rua Barão de Mesquita, 539
De 11/8 a 30/9/2011
Visitação – de terça a sexta-feira, das 12h às 20h30. Sábados, domingos e feriados das 8h às 16h30.
Classificação livre
Grátis
Tel.: (21) 3238-2100