Até que enfim um esporte onde elas é que são maioria! Presente em 16 países, o Roller Derby é praticado por mais de 30 mil mulheres que não têm medo de ossos quebrados, feridas expostas e raspões na pele. Sem raquetes, tacos, bolas ou traves, a modalidade envolve jogo de corpo e permite que as participantes derrubem as adversárias no chão.
Recém-chegado ao Brasil, o Roller Derby foi criado pelos norte-americanos Leo Seltzer e Damon Runyon nos anos 1930. Trata-se de uma espécie de corrida em circuito oval (inclinado ou plano) onde dois times disputam pontos. Seu nome traz as palavras roller, em referência ao movimento das rodinhas dos patins, e derby -- como eram chamadas as antigas corridas de cavalo.
As jogadoras que possuem uma estrela no capacete, chamadas de jammers, são auxiliadas pelas colegas do time e atrapalhadas pela defesa adversária. Cada vez que a jammer ultrapassa uma jogadora, o grupo ganha um ponto. Socos, pontapés e cotoveladas são penalizados como falta, porém não só é permitido como necessário usar os ombros, quadril ou o corpo todo para se livrar da barreira adversária.
Aqui aqueles seus patins in-line velhos não têm chance: todas as praticantes calçam o modelo vintage 2x2. Além disso, as regras demandam o uso de equipamentos de segurança, como capacete, joelheiras, cotoveleiras, munhequeiras e protetor bucal.
Inspirando um estilo de vida, faz parte do jogo adotar um derby name para o alterego que correrá na pista, o qual é cadastrado numa lista internacional avaliada periodicamente para evitar duplicidades. O visual das participantes é bastante influenciado pelo punk oitentista, contando com tatuagens, maquiagem carregada e cicatrizes.
Das milhares de ligas existentes em prol deste esporte que já apareceu até em filme de Hollywood, quatro delas estão em São Paulo. A primeira criada por brasileiras, a Ladies of Hell Town, reúne garotas no Parque do Ibirapuera todo final de semana, além do no Círculo Macabi, em Higienópolis.
Embora não haja grande interesse atualmente, os homens também podem participar das ligas como juízes e auxiliares. No exterior alguns grupos já promovem o Roller Derby masculino, mas por enquanto não há qualquer iniciativa parecida no país.