"Futebol é apenas um jogo", "são apenas 22 jogadores correndo atrás da bola", "é um esporte super valorizado". Esses são alguns exemplos de frases bastante corriqueiras de quem não gosta do esporte mais popular do mundo - e que irritam os apaixonados por futebol.
Pode até se dizer que os jogadores recebem muito dinheiro, que é uma desproporção os valores pagos por jogadores de futebol em transações milionárias, que outras profissões deveriam ser mais valorizadas que os jogadores de futebol e muito mais. Isso tem um fundo de verdade, mas jamais ouse dizer que futebol é apenas um jogo, são muitas histórias que extrapolam os limites do campo.
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Futebol é uma paixão mundial, é o esporte mais praticado e assistido no mundo. Move multidões, seja para o bairro vizinho, indo direto do hospital, ou até pegando avião e atravessando o mundo inteiro. Tudo isso para ver o time do coração jogar. E quem já foi a um estádio sabe a emoção que é quando seu time marca um gol. Pulamos e gritamos como se não houvesse amanhã, abraçamos desconhecidos, fazemos loucuras que não faríamos normalmente.
Mas o futebol não é apaixonante apenas pelo que acontece dentro das quatro linhas. Existem muitas histórias que provam que essa história de ser apenas um jogo está errada. Confira algumas:
1. Cristiano Ronaldo ajudando menino com displastia cortical
Erik Ortiz Cruz, um menino de apenas nove meses sofria de uma doença muito grave, chamada displasia cortical, que fazia com que ele tivesse até 30 ataques epiléticos em apenas um dia. Uma operação poderia melhorar rapidamente o quadro do menino, porém o custo dela era muito alto: 60 mil euros e sua família não podia pagar por ela. Ao tomar conhecimento da história, um amigo do Cristiano Ronaldo pediu para que ele assinasse uma camiseta e uma chuteira para dar de presente a família, com o intuito de arrecadar dinheiro e pagar a cirurgia.
O craque português então, assinou uma camiseta, uma chuteira e enviou a família. Mas no pacote, mandou junto um cheque no valor de 60 mil euros para pagar a cirurgia e pediu para que o menino guardasse a camisa e a chuteira como recordação.
2. Louco pelo Corinthians
Se não pode sair da cama do hospital, leve ela junto com você para o jogo. João Marcos Andrietta, torcedor fanático do Corinthians nunca tinha ido ao estádio novo do timão assistir uma partida. Por ser portador da doença Esclerose Lateral Amiotrófica, o sonho de conhecer a Arena Corinthians ficava cada vez mais distante. Porém, o torcedor foi a um camarote em sua cama de UTI, recebeu visita do (então) técnico do Corinthians Tite, e assistiu a partida inteira deitado. Sua foto no estádio circulou a internet e emocionou muita gente.
3. Costa do Marfim em paz por conta da Copa do Mundo
Em setembro de 2002 a Costa do Marfim entrou em uma guerra civil. O governo batalhava quase que diariamente com os rebeldes que representam o norte do país, em sua maioria muçulmanos. Mas em 2006, com um bom desempenho da seleção de futebol, o país se uniu novamente e colocou fim a uma guerra que já parecia praticamente interminável. Após a classificação para a Copa do Mundo, Drogba, um dos craques do time, pediu paz e foi atendido menos de 1 ano depois.
4. Caso chapecoense
A história mais recente - e provavelmente conhecida - da nossa lista. O time da pequena cidade de Chapecó, que foi criado com o intuito de entreter os moradores da cidade, cresceu muito - talvez até mais do que se esperava -, chegou à primeira divisão do campeonato brasileiro e à final da Copa Sul-Americana em 2016. Porém, na viagem rumo a Medellin, um acidente derrubou o avião e matou grande parte do time.
Depois disso começou uma grande comoção mundial que dura até os dias de hoje. Muita gente ficou realmente muito sentida com o ocorrido. O Atlético Nacional, time que enfrentaria a Chapecoense abriu mão do título e ainda fez uma homenagem de tirar o fôlego no dia que seria realizada a partida. O número de sócios torcedores aumentou significativamente - muitas pessoas assinaram planos para ajudar o time financeiramente falando, mesmo sem ser torcedor. Os sobreviventes receberam um apoio incrível de toda população brasileira e estão praticamente curados - Alan Ruschel, inclusive já voltou a jogar profissionalmente.
6. Torcedor do Feyenoord tem despedida dos sonhos
“Caros camaradas, quero agradecer a todos pelo grande momento e pelo carinho recebido, as amizades que tive e toda a atenção dada a mim. O tributo dos últimos dias me deixou muito impressionado. Aliás, não só a mim, como a minha esposa Marion e meu filho Joey. Obrigado a todos, desde familiares, amigos, pessoas que conheci apenas de vista e aos desconhecidos que estiveram nas bancadas. Agora parto como uma pessoa feliz e abençoada para o meu novo mundo. Adeus e um grande beijo”.
Essa foi uma carta escrita por Rooie Mark, torcedor fanático do Feyenord. Aos 54 anos, ele sabia que estava em seus últimos dias de vida por conta de um câncer no pulmão. Então ele, sua esposa e sua filha, foram ao estádio do time de coração para se despedir. Porém, a torcida do Feyenord preparou uma surpresa muito grande para ele: uma faixa com seu nome e os dizeres: "você nunca estará sozinho". Três dias depois da despedida, Rooie faleceu.
7. Iraque se libertou das guerras no gramado
Em 2003 se deu início uma batalha entre EUA e Iraque. Durante um dos momentos mais tensos dos ataques, foi o futebol que trouxe felicidade para a nação iraquiana. Com uma boa campanha nas Olimpíadas de 2004 - onde a seleção do Iraque desbancou Portugal de Cristiano Ronaldo - e o título na Copa da Ásia os iraquianos passaram a ver uma luz no fim do túnel em meio a tantas cenas de horror.
8. Jogo da paz entre Brasil e Haiti
Em 2004 Brasil e Haiti disputaram um amistoso. Era a nossa seleção, atual campeã mundial, uma das melhores seleções do mundo, com Ronaldo, Ronaldinho, Kaká enfrentando o Haiti, país que estava devastado pela guerra civil. Os nossos craques foram recebidos com uma festa imensa em Porto Príncipe. A população local, mesmo em meio a tantos problemas, ficou realmente muito animada com aquela partida.
9. Torcida apoia goleiro do time adversário, que havia perdido a mãe
O goleiro Jelle ten Rouwelaar viu sua mãe falecer aos 61 anos e no seu jogo de retorno recebeu uma das maiores - e mais inesperadas - homenagens que poderia: a torcida rival cantou, no minuto 61, a música "You Will Never Walk Alone" que significa que ele nunca andará (estará) sozinho. O arqueiro ficou visivelmente emocionado e esse caso mostrou ao mundo - mais uma vez - que futebol não é apenas um jogo.
10. Garoto Gohan faz gol pelo Villareal
O jovem Gohan, de apenas 13 anos, realizou o sonho de muitas pessoas ao redor do mundo: jogar pelo seu time de coração. Ele descobriu que tinha câncer linfático em 2009, e durante o tratamento contou a enfermeira seu amor ao Villareal e o sonho de um dia poder vestir a camisa do clube. Em 2014 seu sonho se tornou realidade: ele atuou com a camisa 12, foi ao vestiário, aqueceu com os jogadores e marcou até gol. A felicidade estampada na cara do menino durante o tempo todo que ele ficou no gramado é emocionante.
11. Lorenzo Schoonbart adiou sua eutanásia
Lorenzo Schoonbaert tinha um câncer incurável. Já havia passado por mais de 30 operações e nada resolvia seu problema. Então ele resolveu optar pela eutanásia, com o intuito de adiantar sua morte e evitar mais sofrimentos. Porém, antes de falacer ele tinha um último desejo: assistir o Club Brugge vencendo uma partida no estádio pela última vez. Ele então foi convidado a ir ao gramado dar o pontapé inicial da partida. Depois disso foi para os camarotes e assistiu a vitória do time por 3x0. "Meu último sonho se realizou. Posso morrer em paz agora. Vou comemorar no céu”, declarou Lorenzo.
12. Filha do atacante Roger "lê" gol do pai
Em julho de 2017 o Globo Esporte fez uma reportagem que emocionou todo o Brasil. O atacante do Botafogo Roger tem uma filha que é deficiente visual, e uma das maiores frustrações de ambos era que a Giulia não tinha visto um gol se quer de seu pai - que é atacante e tem como função principal marcar gol.
Então foi levado para Giulia um quadro com imagens em braile de um dos gols mais bonitos do Roger. O atacante foi contando para sua filha, que acompanhava com os dedos o que aconteceu. "Estou muito feliz de poder sentir um gol do meu pai. Sempre acompanho os jogos e comemoro os gols pela televisão, mesmo sem saber como eles são feitos. Vocês conseguem entender o que fizeram? Gente, eu nunca tive essa noção... Eu queria ter essa noção algum dia e vocês conseguiram trazer. Pai, o gol foi lindo! Foi, não foi? Agora, eu consegui", vibrou a garota muito entusiasmada.
13. Murtaza Ahmadi produz camisa do Messi com saco plástico
A foto de um menino afegão chamado Murtaza Ahmadi circulou na internet há um tempo. Tratava-se de um jovem garoto, fã de Lionel Messi. Ele queria muito uma camiseta do craque argentino, mas não tinha condições financeiras de comprar uma. Ele decidiu pegar uma sacola plástica e escrever o nome e o número de seu jogador favorito.
Messi ficou sabendo do acontecido e fez questão de dar uma camiseta oficial da Argentina assinada por ele. O garoto obviamente gostou muito do presente e ficou extremamente emocionado. Ele ainda declarou que amava Messi e aquela camisa era uma prova que Messi também o amava.
14. Santos de Pelé conseguiu parar uma guerra na Nigeria
Em 1969 a Nigeria vivia um momento de guerra civil entre nigerianos e separatistas do Leste Africano. E essa guerra teve fim por conta do futebol! Isso mesmo, o futebol terminou (mais) uma guerra. E dessa vez o responsável foi um time brasileiro: o Santos.
A chegada do time do litoral paulista foi tão impactante que trouxe um breve momento de paz para o local e foi decretado até feriado no dia da partida. A ponte que ligava a cidade de Benin - local da partida - às cidades vizinhas foi liberada e todo mundo conseguia andar tranquilamente por lá, como se nada tivesse acontecendo. O futebol é realmente sensacional, e juntou pessoas que, momentos antes da partida, desejavam um a morte do outro. Portanto, nunca mais diga que se trata de "apenas um jogo".
Sobre Arthur Gabor
Fascinado por viagens e esportes, todos eles. É lutador de Jiu Jitsu, entrou no jornalismo por conta da paixão pelos esportes e acabou se interessando por muitas outras áreas.
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