Como era a luva de goleiro? A história do item indispensável para os arqueiros A Nike recentemente anunciou o lançamento de luvas tecnológicas, mas nem sempre a peça foi tão moderna assim gplus
   

Como era a luva de goleiro? A história do item indispensável para os arqueiros

A Nike recentemente anunciou o lançamento de luvas tecnológicas, mas nem sempre a peça foi tão moderna assim

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O novo produto anunciado pela marca estadunidense é sua luva de goleiro, que tende a ser lançada ainda no ano de 2018. O artigo esportivo, que vem para repaginar os modelos que estão no mercado atualmente, tem um design minimalista, não possui mais estofamento nos dedos e dispensou a tradicional fechadura em velcro nos punhos. 

De acordo com a empresa, a intenção é trazer maior flexibilidade nos movimentos, conforto e segurança ao arqueiro. Uma das estratégias da fornecedora esportiva é que diversos defensores utilizem o novo material já na Copa do Mundo deste ano, o que impulsionaria as vendas e criaria um novo "estilo" entre os goleiros profissionais. 

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Porém, nem sempre esse artigo foi tão popular e moderno como é hoje em dia. Antes, os "guarda-redes" não podiam bater as mãos com força na hora do pênalti para a luva fazer um barulho abafado e amedrontar o batedor. 

Ao contrário da chuteira, que sempre existiu no futebol profissional, a proteção para as mãos não surgiu desde o início do esporte, e foi apenas na década de 1970, com o fenômeno da Copa, que começaram a vestir o defensor das metas com maior frequência.

OS PRECURSORES
Quem assiste uma partida de futebol e vê o goleiro ser 'fuzilado' com tantos chutes dos jogadores de linha, pode pensar que o uso de um objeto que proteja as mãos e amorteça a bola seja uma obviedade, mas o uso de luvas é um costume relativamente recente. 

O crédito por ter sido o primeiro jogador a usar o item é dado ao alemão Heinrich Stuhlfauth, que defendeu o FC Nuremberg e a seleção alemã na década de 1920. A luva que Stuhlfauth usava era de uma lã áspera, o que facilitava o domínio da bola quando ela estava molhada. 

Na mesma época, o arqueiro espanhol Ricardo Zamora também começou a entrar em campo com o artigo de lã, mas alguns relatos dizem que Zamora via o uso das luvas mais como objeto de vaidade do que como item de jogo.

E NO BRASIL?
O crédito pelo pioneirismo em território brasileiro fica por conta do arqueiro Jaguaré Bezerra de Vasconcelos, que atuou no Vasco nos anos 30. Diz a lenda que ao voltar ao Brasil após jogar na Europa, Jaguaré apareceu para jogar pelo clube cruzmaltino vestindo um gorro e luvas nas mãos, vestimenta que viu no Velho Continente.  

VISÃO DE NEGÓCIO
Com o início da profissionalização do esporte na década de 1930, surgiu a necessidade de dar maior segurança aos goleiros que eram confrontados por bolas pesadas e de couro. Pensando nisso, em 1934, o empresário Karl Reusch fundou uma marca com seu sobrenome e começou a produzir luvas especializadas para a função.

CRESCIMENTO TARDIO
Apesar da marca Reusch lançar o produto oficialmente na década de 1930, as luvas só foram usadas por um goleiro profissional em 1966. O responsável pelo uso foi Wolfgang Fahrian, atleta do "1860 Munique". Na palma da luva o material era de borracha de raquete de tênis de mesa que, como contam os registros, era colada pelo próprio Fahrian.
 
A COPA DE 70
O nono Campeonato Mundial não foi surpreendente para os brasileiros apenas pelo fato de ter sido a primeira Copa transmitida a cores nas TV's em nosso país, mas também por ser a primeira vez que um goleiro brasileiro usou luvas em uma Copa do Mundo. 

Félix havia decidido que não usaria o item durante a competição, mas acabou calçando as luvas na final, contra a Itália. As peças na época eram feitas de materiais como a borracha e o látex, e começaram a ficar ainda mais populares após o mundial.  

 


Rudiney Freitas