Os exercícios para articulações A velha dorzinha no joelho e aquele incômodo no ombro são sim perigosos. Saiba como prevenir as juntas enferrujadas gplus
   

Os exercícios para articulações

A velha dorzinha no joelho e aquele incômodo no ombro são sim perigosos. Saiba como prevenir as juntas enferrujadas

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Não são poucos os atletas donos de uma quilometragem um pouco mais alta que reclamam das velhas dores aqui e acolá. Quando elas não passam das câimbras ou fadigas musculares, tudo bem, é bem possível que você não tenha se aquecido direito ou tenha mesmo pegado mais pesado, mas e quando as dores vêm de alguns pontos estratégicos de nosso corpo, principalmente joelhos, ombros, cotovelos e tornozelos? Essa é a hora de rever alguns conceitos e analisar melhor como vai seu treino, pois é muito provável que haja problemas com suas articulações.

Os adeptos da vida saudável praticam atividades físicas diariamente ou com regularidade, porém, vale lembrar que exercícios feitos a exaustão e com movimentos repetidos desgastam os músculos e causam problemas nas articulações. Como em um carro, que precisa do óleo para reduzir o atrito das peças do motor, o corpo humano possui seu líquido articular lubrificante, o líquido sinovial, presente em nossas articulações. Quando ele começa a ir para o beleléu, as dores vêm em função do atrito constante de osso com osso, cartilagem com cartilagem. Aí vem a dor.

Como evitar lesões?
“A principal medida a ser tomada para se evitar lesões articulares é procurar um profissional da área de educação física, para que o mesmo faça uma periodização e acompanhamento do treinamento”, explica Rogério Guanabarino, personal trainer da Academia VIP Training. Pois sim, fugir da avaliação física de um profissional antes de fazer qualquer exercício é como estar diante de um infarto e visitar seu amigo farmacêutico.

Há ainda os que defendem que só detona as próprias articulações quem se exercita. Isso é um mito, pois apenas quem se exercita produz o tal líquido que nos impede de sentir dores a cada movimento. Além disso, se exercitar reforça sua resistência muscular, que absorve melhor os inevitáveis impactos da maioria dos esportes e exercícios.

"Sabe-se que as atividades físicas de baixo impacto como andar e nadar são ótimas para as articulações dos membros inferiores. E já foi comprovado através de estudos que as pessoas que praticam atividades de alto impacto apresentam maiores alterações na ressonância e maior incidência de lesões cartilaginosas, edema medular e lesões meniscais", aponta o médico ortopedista, traumatologista e especialista em Medicina do Esporte, Marcos Britto da Silva.

Ele também explica que correr é sim saudável, quando se trata de 10 km semanais, não diários! "Para determinar o impacto que as articulações sofrem durante uma corrida temos que avaliar também o terreno onde a pessoa está praticando o exercício, o tipo e o tempo de uso do tênis. Tênis inadequado e terrenos acidentados provocam mais lesões que terrenos planos e um bom tenis com pouco uso", explica Marcos.

Exercícios propensos à lesão articular
Sabe-se que os joelhos e tornozelos sofrem muito para quem está acostumado às corridas (principalmente de grandes distâncias). E apesar de reduzir um pouco do impacto, os tênis, por mais apropriados que sejam para a prática, não conseguem ser tão efetivos quanto imaginamos. Mas, sem dúvidas, os grandes vilões das articulações são os excessos na academia. Quando o peso é demais (carga pesada de verdade), não apenas joelhos e tornozelos são afetados, como ombros e cotovelos. Se for mal executado, o agachamento também pode ser destruidor.

Fora da academia, alguns esportes também são "campeões" em registros de lesões nas articulações. "O movimento incoordenado e feito de modo incorreto provoca dores e lesões nos atletas e nos esportes. Por exemplo, as dores no ombro estão ligadas a todos os esporte, porém, é mais frequente nos esportes com movimento tipo arremesso e com movimentação ativa das mãos acima do nível dos ombro, como vôlei, natação, beisebol e tênis", explica o médico ortopedista Marcos Britto da Silva.

Machucou! Ferrou?
Depende do caso. “Nos mais leves como entorses ou luxações o tempo de recuperação fica em torno de duas a quatro semanas. Já em casos mais graves, quando além das entorses ou luxações também acontece uma ruptura ligamentar, o tempo de recuperação pode durar de dois a seis meses”, explica o personal trainer. O profissional também revela que qualquer incômodo ou dor que sejam localizados nas articulações podem caracterizar um problema articular, mas só um exame pode determinar isso com 100% de segurança.

E é justamente nessa hora em que você deve ter muito cuidado: achar que aquela dorzinha nas “juntas” vai logo passar – mesmo ela lhe acompanhando por algumas semanas – ou que você não se importa nenhum pouco em sentir dor ou não, pode tornar sua recuperação mais lenta e sua lesão mais grave. “Se essas lesões não forem devidamente tratadas elas podem vir a se tornar crônicas”, alerta Rogério.