Quando você vai adquirir um carro, o vendedor e os anúncios publicitários fazem dele a melhor opção na hora da compra. Mas será que o veículo que você gosta, com o design que te agrada, a cor que você sempre quis, é a melhor opção? Será que ele vai te dar a devida segurança no caso de uma batida, por exemplo? Não é pessimismo comprar um carro pensando no caso de um acidente, é inteligência e precaução, algo que deveria ser seriamente estudado antes da compra e sempre acaba ficando em segundo ou terceiro plano, alguns, nem pensam nisso. Mas deveriam.
Com esse pensamento que alguns institutos trabalham para avaliar a real resistência dos carros em colisões frontais, laterais e traseiras. O mais comum, o crash test de colisão frontal, que é o acidente que mais faz vítimas no mundo, foi realizado recentemente com os concorrentes Renault Sandero, Jac J3, Ford Fiesta e Toyota Etios. Confira como esses modelos se saíram:
Jac Motors J3
O modelo que recentemente desembarcou no Brasil e causou um sério alvoroço no mercado, pois trazia vários itens de série a mais do que os concorrentes por um preço compatível ,teve nota de 4.61 (do total de 16.00 pontos) para a proteção a passageiros adultos e 18.78 (do total de 49.00 pontos) na proteção de passageiro infantil. Segundo a Latin NCAP, “No impacto frontal a cabeça e o peito do motorista comprimem o airbag até o fundo. A estrutura não é capaz de suportar maiores cargas que as da batida. Foram observadas estruturas perigosas na área do painel contra as quais poderiam impactar os joelhos dos passageiros. A proteção proporcionada à parte inferior das pernas foi marginal. A área dos pés do lado impactado sofreu uma grande deformação, aproximando os pedais dos pés do motorista, o que representa um risco para a parte inferior das pernas pela intrusão e o bloqueio dos pedais. O painel na área dos pés começou a se desprender do caixilho, deixando um acesso direto ao compartimento da parte inferior do carro”.
Para quem roda com crianças, os números também não são favoráveis: “A cadeirinha infantil para a criança de três anos não conseguiu evitar um excessivo deslocamento diante do impacto. As instruções de instalação em ambos os assentos infantis eram insuficientes, não ficando unidas de forma permanente aos bancos. O veículo advertia sobre os perigos associados à instalação de uma cadeirinha infantil olhando para trás no banco do acompanhante com um airbag ativo. Essas instruções não estavam unidas de maneira permanente ao banco”, destacou a Latin NCAP.
Renault Sandero
O modelo francês não se saiu melhor do que o concorrente oriental. Dos 16.00 pontos que poderia atingir na segurança de passageiros adultos, o carro conseguiu somente 4.61 e dos 49.00 pontos totais para a proteção infantil o Sandero somou apenas 18.78 e, de acordo com a Latin NCAP: “No impacto frontal a cabeça do motorista impactou no volante; contudo, o impacto foi leve. A cabeça do acompanhante recebeu boa proteção. Foram observadas estruturas perigosas na área do painel contra as quais poderiam impactar os joelhos dos passageiros. A proteção oferecida à parte inferior das pernas foi marginal, devido ao deslocamento dos pedais em direção ao motorista. A área dos pés ficou intacta depois do impacto. O habitáculo apresentou um comportamento instável no impacto. O banco infantil para os passageiros de três e um ano e meio mostrou uma proteção justa, ambos os dummies receberam cargas altas na zona do peito. As instruções de instalação em ambos os assentos infantis eram insuficientes, não ficando unidas de forma permanente aos bancos”, informou o relatório.
Toyota Etios
O modelo japonês foi um dos carros que melhor se saiu nos testes para adultos, com 12.87 pontos do total de 16.00, porém decaiu para a proteção infantil e somou apenas 17.38 dos 49.00 pontos totais. O relatório da Latin NCAP destacou: “No impacto frontal, tanto a cabeça do motorista quanto do acompanhante ficaram bem protegidas pelos sistemas de retenção. Ambos os cintos contam com pretensores. Foram observadas estruturas perigosas na área do painel contra as quais poderiam impactar os joelhos dos passageiros. A estrutura mostrou que pode suportar cargas maiores que as do impacto. A cadeirinha infantil para a criança de um ano e meio conseguiu evitar excessivo deslocamento para diante no impacto. O dummy de três anos ultrapassou o limite de excursão para frente. No teste foram atingidos os limites biomecânicos dos dummies. As instruções de instalação em ambos os assentos infantis foram suficientes, ficando unidas de forma permanente aos bancos. O carro não advertia de forma completa acerca dos perigos associados à instalação de uma cadeirinha infantil olhando para trás no banco do acompanhante com um airbag ativo.
Ford New Fiesta
O modelo da Ford foi o que melhor se saiu nos testes. A proteção para adultos conseguiu 12.87 pontos dos 16.00 totais e 37.80 pontos dos 49.00 máximos. A Latin NCAP relatou: “No impacto frontal, a cabeça do motorista tocou o fundo do airbag. O peito recebeu uma boa proteção. Foram observadas estruturas perigosas na área do painel contra as quais poderiam impactar os joelhos dos passageiros. A estrutura mostrou que pode suportar cargas maiores que as do impacto”. Para quem roda com crianças os resultados também foram bem positivos: “As cadeirinhas infantis com o ISOFIX para crianças de três e um ano e meio foram capazes de evitar um movimento excessivo para frente no impacto, oferecendo uma boa proteção em ambos os casos. As instruções de instalação em ambos os assentos infantis foram suficientes e estavam unidas de forma permanente aos bancos. O veículo não oferecia nenhuma advertência quanto aos perigos associados à instalação de uma cadeirinha infantil olhando para trás no assento do acompanhante com um airbag ativo”.
