No Brasil a galera olha feio quando a natureza chama e, por algum motivo emergencial, você tem que usar o toalete feminino, ou vice-versa. Laerte Coutinho que nos diga! Embora ainda gere polêmica e muita discussão (e pouca resolução) por aqui, e na América em geral, o banheiro unissex já é realidade em muitos países, principalmente na Europa, como Holanda e Alemanha. 

 

Afinal, é proibido banheiro do sexo oposto? Por que homens e mulheres não podem frequentar os mesmos espaços para fazer xixi, ou seja lá qual número for? Apesar da pergunta incomodar por ser antiga e remontar épocas controversas (como quando negros e brancos não podiam pegar o mesmo elevador), o pior é que não há lei específica sobre o assunto. Ao que parece, esse negócio de segregar as pessoas pelo sexo na hora de ir ao banheiro é totalmente cultural. 

De acordo com um artigo publicado em 2014 pela Universidade Dalhousie, no Canadá – um dos países que mais defendem a igualdade dos gêneros no mundo – “é evidente que banheiros unissex atendem a necessidades específicas de uma maior gama de pessoas” porque “algumas pessoas não se sentem confortáveis em banheiros designados pelo sexo.”

No entanto, não se pode dizer que a convivência entre os sexos nesses lugares sejam as melhores. Prova disso são as cinco inconveniências dos banheiros públicos unissex, reunidas pelo tablóide britânico The Tab. Elas revelam que a proposta pode satisfazer todos os gêneros – porém não todos os humores. 

A modéstia é lenda em banheiros públicos unissex. Ecos altos de mijadas agressivas de ressaca, peidos, e literalmente cagadas homéricas. Embora isso não seja exatamente novidade para caras que tiveram que encarar a lamentável condição dos banheiros públicos masculinos durante toda a vida, é compreensível que as mulheres possam se sentir, digamos assim, intimidadas de dividir o espaço.

Com o tempo, o banheiro público se tornou um espaço de desabafo para muitas mulheres, além de um local sagrado para retocar a maquiagem. Os olhares dos homens nestes momentos quase sempre são desconfortáveis para elas.

Se papo de porta de banheiro já é tédio suficiente, imagine quando você esbarra algum conhecido, ou pior, aquela mina que você deu o fora (mas ‘esqueceu’ de avisá-la disso)? Deste ponto de vista, há o dobro de chances de você sair do banheiro o unissex menos aliviado do que entrou. 

A velha tradição de usar o banheiro público como motel expresso é o inferno de donos de bares e restaurantes (e outros homens que estiverem no recinto). Eles nunca vão entender, e ninguém consegue explicar, mas o julgamento é praticamente inevitável. 

“Estes são banheiros unissex?”, “crianças podem usar esses banheiros também?”. Era uma vez um tempo em que o constrangimento e eventual pedido de desculpas eram pura diversão. Faces vermelhas e manobras de emergência fariam o dia de qualquer um. Atualmente, ver alguém passar por situações como essa é simplesmente irritante.