Coxinha, a gordurenta venerada Conheça a receita e os riscos para a saúde do prato que conquistou a nobreza brasileira e foi parar nos botecos de todo o país gplus
   

Coxinha, a gordurenta venerada

Conheça a receita e os riscos para a saúde do prato que conquistou a nobreza brasileira e foi parar nos botecos de todo o país

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Quem resiste a uma bela fritura?

Seja na correria do dia-a-dia ou no final da balada, sempre parece ser uma boa hora pra comer uma suculenta coxinha de boteco. Mas será que faz mal se alimentar do fast food toda hora? Descubra a seguir algumas peculiaridades deste prato tão venerado na cultura brasileira e aprenda a fazê-lo em casa.

COMO SERVIR
Feita basicamente a partir de batata, farinha de mandioca e frango desfiado temperado, o salgado é um ícone do fast food típico brasileiro, já que "não se encontra o prato em outro lugar no mundo", garante Otávio Canecchio, responsável pelo Veloso Bar, estabelecimento renomado por sua coxinha de frango com catupiry. Segundo ele, a melhor forma de servir a coxinha é com "molho de pimenta caseiro, cerveja ou caipirinha".

RISCOS
O fato é que a coxinha cai bem em qualquer hora e lugar, e em muitos casos nem a fome é necessária, pois somente o cheiro e a apresentação do prato são suficientes para despertar a gula. De acordo com a nutricionista presidente do Sindicato dos Nutricionistas do Mato Grosso do Sul (FNN), Rosemarly Mendes Candil, uma coxinha de 100 g contém 283 kcal, o que equivale a ingerir a mesma quantidade de costela bovina, ou um copo grande de Milk Shake de chocolate, ou mais de três brigadeiros. A nutricionista explica que ingerir salgadinhos fritos esporadicamente dificilmente traz algum mal à saúde, mas esclarece que a pessoa que substitui as principais refeições por frituras corre sérios riscos de desenvolver obesidade e cardiopatias. 

"As grandes vilãs da fritura de salgados são as gorduras trans, que pertencem ao grupo das poliinsaturadas, oferecendo muito perigo à saúde. Elas aumentam os níveis do mau colesterol LDL e diminuem a presença do bom colesterol HDL no sangue, causando o estreitamento das artérias, aumentando a pressão sanguínea e o risco de um ataque cardíaco", explica Candil.

POR QUE É TÃO GOSTOSA?
Você pode pensar que é a massa, o recheio ou até mesmo as mãos milagrosas do cozinheiro ou chef que lhe serve a venerável coxinha de cada dia, mas a explicação parece se encontrar é na química. 

Na fritura existem transformações das propriedades físico-químicas e sensoriais do alimento, que aumenta a palatabilidade do produto, realça seu sabor, odor, acentua a cor e a crocância. "Produtos com maior quantidade de gordura aumentam a saciedade. O maior problema é que a fritura leva para o alimento uma grande parte do óleo (10-60%), e isso favorece a obesidade e as doenças do coração", alerta a nutricionista. 

Segundo Candil, uma saída mais saudável seria assar a coxinha para diminuir seu valor energético e eliminar a absorção de óleo, ou substituir o óleo de soja pelo azeite em temperatura branda na hora de fritar. "A fritura no azeite é muito saudável por ser uma gordura insaturada de excelente qualidade para a saúde e protege o coração. Ela aumenta os níveis do bom colesterol (HDL), o que ajuda a reduzir o colesterol ruim (LDL) diminuindo assim o risco desenvolver doenças cardiovasculares", salienta a presidente do FNN.

ONDE COMER
Quem já conhece de cor o aroma, o gosto, a textura e a cor da coxinha, basta verificar se o produto que está consumindo corresponde ao esperado. Se sugir a dúvida, questione o estabelecimento sobre a licença sanitária, que deve ficar exposta em local visível para o cliente. 

HISTÓRIA
Embora não existam dados oficiais sobre a origem da coxinha, a pesquisadora e escritora Maria Nadir Galante Cavazin sugere em seu livro Histórias e Receitas - Sabor, Tradição, Arte, Vida e Magia, publicado pela Sociedade Pró-Memória de Limeira em 2000, que a história do salgado se mistura com a do Brasil. Entre suas receitas, Cavazin conta que na Fazenda Moro Azul, em Limeira, vivia um dos filhos da Princesa Isabel com o Conde D`Eu, o qual era mantido afastado da corte por possuir supostos problemas mentais. O garoto era fascinado pelas coxas dos frangos, e rejeitava qualquer outra parte do animal. Numa ocasião em que não havia coxas suficientes para o menino, a cozinheira da fazenda teria acrescentado a massa para dar mais volume e "transformar" o frango inteiro em coxas. 

RECEITA

Ingredientes para a massa

- 1 xícara (chá) de água
- 2 xícaras (chá) de leite
- 2 tabletes de caldo de carne
- 1/2 xícara (chá) de batata cozida e espremida
- 1 colher (sopa) de manteiga sem sal
- 2 e 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
- Margarina para untar

Ingredientes para Empanar:

- Farinha de rosca
- 2 ovos batidos

Ingredientes para o Recheio:

- 1 kg e meio de peito de frango
- 3 colheres de requeijão cremoso
- 2 colheres de azeite
- 1 cebola pequena triturada
- 2 dentes de alho triturados
- Temperos a gosto

Modo de preparo

O Recheio:

- Em uma panela coloque o azeite, alho triturado e a cebola e frite;
- Coloque o frango desfiado e os temperos de sua preferência;
- Refogue por uns 5 minutos, retire do fogo, coloque o requeijão  e misture;
- Espere esfriar e faça as coxinhas.

A coxinha:

- Em uma panela grande, coloque a água, o leite, o tablete de caldo, a batata e a manteiga e deixe ferver;
- Acrescente a farinha de trigo de uma só vez, mexendo até soltar do fundo da panela;
- Coloque sobre uma superfície lisa, untada, sove bem e deixe esfriar;
- Abra a massa com as mãos, coloque uma azeitona no centro e o recheio, feche dando formato de coxinha;
- Passe pelo ovo batido, pela farinha de rosca e frite em óleo quente até dourar;
- Escorra sobre papel absorvente e sirva.