Tá certo que é a mulherada que tem que sentir na pele a TPM, as dores do parto e os incômodos mensais da menstruação. Mas, por outro lado, privação de sexo pode levar o homem a cometer cagadas homéricas e continuar sem resposta para outra pergunta que desafia ambos os sexos desde o início dos tempos: “por que ela não quer dar?”. A ciência pode explicar.
Um estudo recente realizado pela pesquisadora norte-americana Sari van Anders da Universidade de Michigan revela que a resposta para essa e outras perguntas pode estar na testosterona. Publicado pelo jornal Archives of Sexual Behavior, nele Anders afirma que a testosterona não está ligada ao desejo sexual, e que a uma alta concentração do hormônio na mulher de fato diminui seu interesse em manter relações com um parceiro.
Van Anders colheu uma amostra de saliva para análise hormonal de cada um dos 196 vonluntários, entre homens e mulheres, antes e depois de aplicar um questionário sobre relacionamento e vida sexual. Ao contrário do que se esperava, mesmo no sexo masculino, a variação dos níveis de testosterona não apresentou relação com a libido. Mulheres em relacionamentos longos mostraram baixos níveis de testosterona e, segundo van Anders, isto ocorre porque seu desejo está mais relacionado a estar perto e conectada do que simplesmente a necessidade de prazer. Pelo visto, manter a gata insegura é uma forma de esquentar os lençóis!
A pesquisadora explica que há uma diferença ainda desconhecida na libido que conduz à masturbação e a que faz torrar metade do salário tentando levar alguém pra cama. Os homens se masturbam mais que as mulheres, e os resultados também apontaram que eles têm mais desejo sexual (seja com um parceiro ou sozinho). Por outro lado, elas já se masturbam menos e não têm tanto desejo.
Já o endocrinologista e metabologista Dr. Ricardo Barroso, da Clínica Higia, defende que “do ponto de vista hormonal, a testosterona, tanto endógena (do próprio organismo), quanto a exógena (de medicações), elevam a libido, seja masculina ou feminina”. No entanto, ele concorda que esse aumento hormonal não direciona a pessoa a um tipo específico de sexo, já que há fatores psicológicos e culturais envolvidos.
Ainda resta saber, porém, o que vem primeiro: o desejo sexual ou a masturbação. Há indícios intrigantes que talvez a diferença entre os hábitos masturbatórios possam explicar esta lacuna na libido, garante van Anders. Terapeutas frequentemente recomendam a pacientes com baixo desejo sexual que comecem a se masturbar mesmo quando não estão excitados, pois o desejo geralmente aparece em seguida.