Quem nunca ouviu aquelas histórias ricas em detalhes sobre a fabricação das salsichas, hamburgueres e outros alimentos processados? Elas geralmente são contadas por colegas e amigos quando você está naquela correria rotineira, e precisa comer qualquer coisa para “enganar” o estômago. Embora muitos percam o apetite, a lenda urbana às vezes vira realidade.
Recentemente, nos EUA, um cliente de uma rede de café multinacional encontrou um besouro esmagado em sua bebida de morango. Coincidência? Bem, pouco antes deste episódio a vez era da carne moída dos gringos, que apresentou altos índices de amônia (para neutralizar a acidez do alimento), segundo o Centro de Segurança Alimentar da Universidade da Geórgia.
Pasmem, mas na terra do Tio Sam até mesmo secreção das glândulas perineais são usadas como agente de sabor de morango e framboesa – sem falar no titânio encontrado no leite e a celulose no queijo. Mas será que isso só rola por lá?
Segundo a Dra. Sylvana Braga, nutróloga e fisiatra, isso também pode estar acontecendo em terras tupiniquins. “A Anvisa analisa amostras selecionadas. O importante é saber se há o selo
de qualidade e da Anvisa, ou do Ministério da Saúde, na embalagem”, recomenda ela.
Os alimentos mais perigosos são os embutidos e os enlatados, pois são sujeitos a fungos e bolor, além da contaminação por bactérias. Braga defende que mesmo não havendo alimento “proibido”, é importante não exagerar nesses produtos específicos, “principalmente os de frutos do mar”, para prevenir intoxicações.
A nutróloga lamenta os mistérios recorrentes na produção de alimentos processados, já que “a conservação deveria ser uma regra e baseada em princípios gerais para todos”, lembra Braga. Porém, se você não resiste aos processados e não vai esperar esse dia chegar para se deliciar com as comidas rápidas, conseguimos algumas dicas para consumir esses produtos com segurança:
- Verifique a validade e procure consumir próximo à data de fabricação (o ideal é até dois dias após a compra)
- Procure por avarias na embalagem e cheque a procedência, exposição à luz e conservação na geladeira
- Observe a quantidade de sal, conservantes, acidulantes, corantes e estabilizantes contidos no alimento. Quanto maior for a presença destas substâncias, maior a possibilidade de intoxicação e alergias alimentares.
No Brasil, a questão mais preocupante se encontra na grande porção de sódio aplicada aos processados. Em vista disso, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estabeleceu um plano de redução da quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos no ano passado, começando por massas instantâneas, pães e bisnaguinhas.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) referente ao consumo de sal é de menos de 5 gramas de sal diários por pessoa – uma vez que cerca de 40% do sal é composto de sódio. A meta nacional é alcançar este número até 2020.