“Você realmente cheira bem”, disse o cliente, que pediu um beijo à garota de programa. Trabalhadoras do ramo do entretenimento adulto como ela não costumam beijar aqueles que a procuram em troca de sexo. Mas naquele junho de 1995, Stella cedeu. Mais do que isso, na verdade, o interessado em seus serviços, que se apresentou como Lewis, disse não ter os US$ 100 para pagar a ela pelo boquete que tanto desejara. Ele conseguiu convencer “Cherry Red” – assim Lewis a chamava instigado pelos sapatos, batom, roupas e lingerie da moça todos em tonalidade vermelha – a dar-lhe um desconto de US$ 40. Com um boné de baseball na cabeça que lhe escondia uma parte da face, o rapaz chegou a assustar a moça pelo fato de tê-la seguido com seu BMW branco. Ela não entendia o assédio já que a rua estava tomada de mulheres mais bonitas – e brancas – do que ela, uma negra. “Você é maravilhosa”, ele exclamava. A prostituta, então, resolveu encarar.
E foi dentro daquele carro que ela – junto do cliente – fez história há exatos 20 anos. Naquele dia, os dois rodaram por 20 minutos pelas ruas de Hollywood até que um policial flagrou o motorista recebendo felação da parceira. Algemados e fichados na delegacia, o episódio tornou Lewis – pseudônimo usado pelo ator inglês Hugh Grant – famoso nos Estados Unidos e fez Stella – nome de batismo da prostituta que atendia sob o nome de guerra Divine Brown – ficar famosa no mundo todo.
Enquanto Divine Brown ficava milionária explorando a imagem da prostituta que colocou o Hugh Grant na cadeia, o ator, que passou pelo xilindró por atentado ao pudor e teve de participar de um programa de prevenção a Aids, passou por uma humilhação pública – na época, ele namorava a estonteante Liz Hurley, que segurou a onda por mais 5 anos ao lado do cabra – ao pedir desculpas em vários programas de tevê. Por vias tortas, o ator cultuado na Inglaterra, foi abraçado por Hollywood e, como astro de “Um lugar chamado Notting Hill”, ao lado de Julia Roberts, ascendeu de vez à fama.
Hoje, Grant, aos 54 anos, é pai de quatro crianças. Divine, que trocou um apartamento simples em Oakland por uma mansão de três quartos e quatro banheiros em Beverly Hills e pagou escola particular para as filhas, está com 45 anos, foi mãe seis vezes e deixou no passado a vida como prostituta. “Eu amo o Hugh Grant, ele colocou meus filhos na escola”, disse ela tempos depois. Aqueles divinos vinte minutos que transformaram Stella numa Cinderela de batom gritante estará para sempre na história de Hollywood. Listo aqui quatro outros episódios de desvios de conduta, digamos assim, de celebridades.
#1 Eddie Murphy – em 1997, o ator foi pego com um travesti dentro do carro, em Los Angeles.
#2 Ronaldo Nazário – em 2008, a polícia baixou em um motel carioca por causa de uma briga. E encontraram em um dos quartos o Fenômeno e um travesti. O que rolou ali todo mundo pode imaginar, mas ninguém sabe ao certo além daquelas quatro paredes.
#3Charlie Sheen – apegado a orgias, o ator de “Two and A Half Men” revelou ter gasto US$ 50 mil com 27 prostitutas de luxo, em 1995, quando estava casado com a modelo Donna Peele.
#4 Tiger Woods – a mulher do famoso jogador de golfe descobriu, em 2009, que ele a traía com uma prostituta. Com o escândalo, várias outras garotas de programa afirmaram ter saído com Tiger. Erin, sua esposa, pediu divórcio e o atleta perdeu vários de seus patrocínios.
Sobre Rodrigo Cardoso
Rodrigo Cardoso é jornalista. Escuta mais que fala. Deu certo na arte de contar histórias de gente (de Mandela a Andressa Urach) apesar da memória seletiva.
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