Não é de hoje que as gostosas são referência no mercado de trabalho. No caso delas, um belo decote é critério de desempate na hora de decidir uma vaga de emprego. Mas um fenômeno moderno transformou a equação “gostosa + ambiente de trabalho”. Se antes era necessário o mínimo de conhecimento, hoje é preciso apenas um Instagram com poses ousadas.
Ser gostosa se tornou profissão e pelo andar da carruagem não há como parar o bonde. E se você acha que é exagero da minha parte, bote a mão na consciência e pense em quantas mulheres são bem sucedidas na arte de fazer nada, além de mostrar os seus belos atributos, é claro!
Como já dizia o célebre Chacrinha “nada se cria e tudo se copia”. Mas ao que tudo indica neste quesito, ele foi pioneiro, pelo menos no Brasil. Ou alguém aí não se lembra das saudosas chacretes? Mesmo não sendo referência para a nossa geração, eu sei que muito marmanjo da minha idade perdeu um tempinho no 5 x 1 com a Rita Cadillac.
Mas a evolução da espécie chegou a outro patamar nos anos 90 - que época linda - onde os domingos à tarde eram povoados de gatas do calibre de Mari Alexandre, Núbia Oliver e Nana Gouvêa. E o que elas faziam? Bem, se não me falha a memória elas pegavam sabonete em uma banheira, de biquíni. Isso não é brilhante?
Os anos 90 também foram lar do Programa Fantasia, entretenimento televisivo que mais colocou gostosas por metro quadrado, e olha, era um espetáculo a parte que foi estendido tediosamente até a década passada.
Não podemos esquecer também das maravilhosas musas do Programa H, a mascarada Tiazinha e a loiraça Feiticeira. Mas sejamos justos, elas encaravam o “trabalhão” de depilar um monte de marmanjo ou cantar e dançar sensualmente na telinha da TV.
E conforme os anos foram passando as gostosas foram ganhando mais e mais espaço nas telinhas, nos sites, nas revistas, onde fosse possível, e para a alegria da turma da punheta, o Pânico na Band levou a gostosura a níveis inimagináveis, criando um fenômeno de peitos, bunda e batata doce nunca antes visto.
Do dia pra noite ser Panicat virou a meta de muitas garotas. Nas academias do país é visível a rotina de sangue, suor e lágrimas a que essas meninas se submetem, e para ter bundas como aquelas é notável que não sobra sequer um tempinho para ler Bukowski.
O efeito Panicat transformou toda uma sociedade, e com um empurrãozinho das redes sociais, mudou todo o conceito de subcelebridade. Televisão virou coisa do passado, hoje o que conta são seguidores no Twitter, Facebook e Instagram.
A fórmula é simples, quanto mais gostosa a gata for, quanto menos roupa ela usar, e quanto mais poses “inspiradoras” ela fizer, mais seguidores ela terá.
Com o tempo pintará um convite para desfilar na Sapucaí, uma entrevista aqui, outra ali, uma nota no Ego, o reconhecimento nas ruas, uma aparição no TV Fama, uma figuração na Globo etc.
Mas o auge da carreira sem dúvida alguma é ser assistente de palco, seja no Faro, no Legendários, como bailarina do Faustão ou quem sabe como Panicat.
Por mais que a TV não seja mais o ponto de partida, sem duvida ainda é o ponto de chegada. Afinal de contas de que valerão todas aquelas horas na academia e as mais de mil fotos com roupas mínimas se você sequer é capaz de aparecer na TV ao menos quatro vezes ao mês? Não vale de nada né. Porque pra ganhar a vida como gostosa é necessário um preceito básico: gostar de aparecer.
Agora se você me pergunta se eu acho isso errado? Posso até não gostar da ideia de que alguém que não prima pela inteligência ou capacidade para resoluções complexas ganhe milhares de reais apenas para mostrar as tetas. Mas errado não é. E digo mais, atire a primeira pedra quem não gosta de admirar um peitinho aqui, uma bundinha ali ou uma barriguinha acolá, não sejamos hipócritas né, se está à mostra, vamos aproveitar.
Sobre Marcel Costa
Amante do bar, da música e da literatura. Mais retardado que fantástico.
Toca tão mal quanto escreve. Acredita que no final do dia é tudo por ela.
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