Botar a mochila nas costas e cair no mundo. É o sonho de muitas pessoas e a maioria não sabe que é algo bastante viável, principalmente do ponto de vista econômico. Mas viajar sem a comodidade de um agente requer do mochileiro muita organização e, principalmente, atenção com todos os detalhes da logística. Afinal, a responsabilidade pelo roteiro e deslocamentos é única e exclusivamente do turista.
Mas não há motivo para desespero. Basta seguir algumas regras essenciais. O primeiro passo é providenciar o passaporte ou, no caso de quem já possui um, se certificar que o mesmo não está vencido. Em seguida, se o país para onde vai viajar requer um visto, entre em contato com o consulado da nação para se informar a respeito de todos os trâmites do processo.
No caso dos Estados Unidos, é preciso pagar uma taxa de agendamento e, depois de aprovado o visto, outra pelo documento, além de custear a entrega do passaporte pelo correio. Se a sua requisição for negada, não há devolução do dinheiro. O México tem um processo parecido, mas o rigor é muito menor.
Já com relação à Europa, continente mais procurado pelos adeptos do mochilão, a grande maioria dos países não exige a emissão de visto. No entanto, para entrar na Inglaterra, é feita uma entrevista pelos agentes consulares locais. O risco de deportação é relativamente alto. Quanto à Rússia, é preciso pegar uma autorização no consulado mais perto de sua cidade.
A internet é a mãe de todos os mochileiros. Graças à web, montar um plano de viagem ficou muito mais fácil. Você pode (e deve) comprar as passagens, sejam elas aéreas ou terrestres, alugar um carro, fazer as reservas de albergues ou hotéis e ter acesso a todo e qualquer mapa. Ter em mãos os comprovantes de reservas e a passagem de volta são indispensáveis, pois serão exigidos pelos funcionários da alfândega no desembarque.
Resolvidos os itens obrigatórios, vamos à organização financeira. Pense que você vai ter que comer, beber e se deslocar todo dia. A máxima de “quem converte, não se diverte” é verdadeira, mas se você pretende viajar gastando o mínimo possível, já pense nos custos mínimos diários.
Você pode comprar a moeda estrangeira em espécie nas casas de câmbio, mas a opção pelo traveller cheque é mais segura, pois, em caso de perda, você cancela o mesmo pelo telefone e assegura seu dinheiro de volta. Além disso, há a possibilidade de comprar um cartão pré-pago, disponibilizado por Visa, Mastercard e American Express. Entre em contato com seu banco e veja o que é melhor para o bolso. Não deixe, também, de levar um cartão de crédito internacional.
Está chegando o dia da viagem e é preciso arrumar a mala. Faça de tudo para não ter que despachá-la, pois não há nada melhor do que sair do avião sem a apreensão causada pelas surpresas que a esteira de bagagens pode aprontar. Mas se não tiver jeito, torça para que tudo dê certo. E para não ter maiores prejuízos, contrate um seguro viagem. Não é muito caro e dá direito à indenização em caso de extravio e/ou perda de suas coisas, além de assistência médica e compra de remédios, se for necessário.
Certifique-se de que o peso da bagagem não exceda o limite de 12 kg e que os frascos com líquidos, como xampu e perfume, não tenham mais que 100 ml. Qualquer tipo de aerossol será retirado pelos fiscais de embarque. Sendo um mochilão (backpack) ou uma mala, ambas não podem ter dimensão superior a 115 cm.
Com tudo arrumado, passaporte em dia, dinheiro e cartões bem guardados, máquina fotográfica e saúde, você já está pronto. Nos lugares onde passar, sempre pegue mapas – a maioria das cidades de primeiro mundo faz distribuição gratuitamente em postos de informação turística – e tenha sempre papel e caneta.
Como fazer:
- Para comprar tickets aéreos: sites como Submarino Viagens, Decolar.com e Sky Scanner, entre outros, fazem a comparação de preços entre diversas companhias. Quando souber a que oferece as melhores condições, compre direto do site da mesma. A taxa de embarque pode variar até 50% de uma aeroporto para outro. Logo, não tome o preço inicial da passagem como referência de equiparação de valores;
- Como ligar para o Brasil: você pode comprar cartões telefônicos, inserir moedas direto nos telefones públicos ou ligar a cobrar através da Embratel. Cada país tem um número. Acesse a lista;
- Metrô: a maior parte das grandes cidades do planeta oferece bilhetes com um valor fixo para utilizar o transporte quantas vezes quiser durante um dia. Quanto maior o número de dias, mais barato será o ticket. Mas o bilhete 24 horas é muito vantajoso. Em Roma, por exemplo, o unitário custa €1, enquanto que o de um dia inteiro sai por €4;
- Acesso à internet: fazendo a conversão, o preço do serviço nas lan houses acaba ficando salgado. Se wi-fi já é comum aqui, o que dirá no primeiro mundo. Se não ocupar muito espaço na mochila, leve o computador portátil que tiver, seja ele um notebook, netbook, tablet ou mesmo um smartphone. Albergues costumam oferecer internet sem fio gratuitamente;
- Hospedagem: os hostels (albuergue, em inglês) são uma ótima opção para quem busca economia e não se importa em dividir o mesmo quarto com até 12 pessoas. Atualmente, o padrão de qualidade desta modalidade de hospegem é cada vez melhor, principalmente no que diz respeito a conforto e limpeza. A Hi Hostels, maior rede de albergues do mundo, tem unidades em todas as principais cidades turísticas do planeta. Acesse o site para cotações e/ou reservas;
- Costumes de cada país: é sempre bom fazer uma pesquisa a respeito dos costumes de cada lugar. As nações islâmicas, por exemplo, tem códigos éticos muito rigorosos. Evite gafes e, na pior das hipóteses, problemas com a polícia;
- Passaporte: os países do Mercosul dispensam a apresentação do passaporte. Fica valendo a identidade como documento de ingresso nessas nações;