Recente pesquisa feita pelo grupo Michael Page, referência em recrutamento especializado de executivos para média e alta gerência, revelou que o brasileiro é o que mais usa as redes sociais na busca por um emprego. Dentre os escritórios da empresa, o Brasil é o que mais recebe inscrições de candidatos através dos sites de relacionamento.
A pesquisa comparou o volume de contratações feito pelas empresas do grupo cuja interação dos candidatos teve origem nas redes sociais. Na América Latina, o País é o primeiro da lista, seguido por Chile, Argentina e México. Em âmbito global, o Brasil está à frente de nações como Inglaterra, França e Austrália e EUA.
Mas é importante ressaltar que é uma via de mão dupla. As grandes empresas também estão atentas a potenciais candidatos. Em sites de relacionamento com fins corporativos como o Linkedin, Jobster, Plaxo e até mesmo no Facebook e no Twitter, os headhunters, profissionais que são uma espécie de caça-talentos, conseguem detectar pessoas que atendam aos pré-requisitos para determinadas vagas.
Na visão da coordenadora de Marketing Online e Mídias Sociais da Michael Page para o Brasil e América Latina, Suzie Clavery, a participação desses sites no processo seletivo é um caminho sem volta.
“Jamais (as redes sociais) vão tirar o papel do recrutador, mas poderão facilitar em muitos casos. Hoje, por exemplo, já fazemos entrevistas através do Skype. Essas ferramentas vão aumentar ainda mais o poder de análise, pois cada vez teremos mais informações prévias”, disse.
De acordo com a profissional de marketing, o Linkedin é o mais consultado pelos analistas, mas o Twitter é o que tem maior fluxo de informações. Além disso, na opinião dela, só agora os usuários estão aprendendo a usar o Facebook como uma ferramenta profissional. “As pessoas estão cada vez mais buscando informações sobre o mercado. No nosso país, o fluxo de contratações aumentou substancialmente e esses profissionais estão atentos aos movimentos de seus respectivos mercados”, afirmou.
Apesar de toda a evolução e da utilização cada vez maior da internet pelo setor de recursos humanos, segundo a coordenadora da Michael Page, o papel do recrutador e a entrevista ainda são os principais elementos no processo de contratação. No entanto, a imagem que o candidato passa na web pode contar muitos pontos.
“O conteúdo postado pelos postulantes não é determinante, mas, dependendo, pode fazer diferença, tanto pelo lado positivo como negativo. Em um encontro, o que você falaria na cara de uma pessoa na presença de outros? Em muitos momentos, temos que ser políticos, usar do bom-senso e equilíbrio. Assim deve ser o comportamento nas redes sociais. O profissional também deve ter cuidado ao fazer uma crítica a determinada empresa, pois a mesma pode ser cliente de onde se trabalha”, alertou Clavery.
Sobre a atualização do status, ela deu algumas dicas que podem fazer com que o seu perfil seja mais recomendado às maiores companhias do mercado:
“O que chama a atenção é o valor da opinião. Quem só reproduz não é valorizado. Os recrutadores se interessam por quem sabe criar conteúdo, que está antenado com o momento atual do mercado e que compartilha informações importantes. Além disso, aqueles que são mais seguidos do que seguem e que têm uma rede de contatos de alto nível estão sempre no foco.