Neste tipo de cinema, não há vendedores de pipoca e algodão-doce na entrada, grandes cartazes espalhados pelas paredes e longas filas recheados de adultos e crianças. A fachada, na verdade, é bem o oposto dos tradicionais cinemas: cartazes com cenas explicitas de sexo, grandes letreiros vermelhos com palavras relacionas ao prazer masculino e, às vezes, olhares furtivos das mulheres que ganham para trabalhar nesses locais.
Estou falando dos “cinemões” dedicados à exibição de filmes pornográficos que costumam funcionar 24 horas, bem no centro da cidade de São Paulo. São locais que nasceram para o público tradicional, lá nos anos 30, 40 e 50, mas que viraram cinemas “privês” após a fuga dos moradores e marginalização da região por volta dos anos 90.
Hoje, geralmente, apenas homens frequentam esses locais, e existe uma variedade muito grande entre eles, dependendo do horário: operários, engravatados, funcionários dos comércios das redondezas. De acordo com muitos desses estabelecimentos, na hora do almoço é possível encontrar homens que trabalham em escritórios na região do centro e aproveitam a pausa para visitar o local (e ganhar alguns afagos das garotas).
Ficou curioso? Então conheça algumas das salas que exibem filmes eróticos em São Paulo e aproveite a sessão.
CINE REPÚBLICA - AV. IPIRANGA 752
Um dos mais famosos cinemas pornôs da cidade, o Cine República é dividido em duas salas: uma para filmes héteros e outra para gays. No térreo, a sala é menor e há pouca circulação de pessoas. No andar de cima, a movimentação de pessoas é maior, tanto na sala de projeção quanto nas escadas, dark room e banheiro. Com um público misto – de 20 a 50 anos –, o local ainda oferece shows de drags e pole danc de sexta a domingo.
CINE PARIS - AV. IPIRANGA 808
A 20 metros de distancia do Cine República, encontra-se o Cine Paris. Mais “privê” do que o primeiro, este aqui possui algumas cabines, para que o espectador veja o filme sozinho. Cada cabine conta com uma seleção de dez filmes, com títulos para o público hétero e homossexual.
CINE AROUCHE - LARGO DO AROUCHE 426
O Cine Arouche foi inaugurado em 1975, ocupando o espaço que na década anterior era conhecido como Cinema Pigalle, com duas salas de exibição: Estúdio A e Estúdio B. Atualmente, as salas correspondem apenas a uma fração do prédio que abrigava um dos mais luxuosos cinemas do centro de São Páulo, o Colyseo Paulista. Como a desocupação da regiçao, proprietário rapidamente redefiniu sua programação para não ter fechar o local (que hoje é bem famoso e bastante frequentado).
CINE PONTO ZEN - AV. SÃO JOÃO 1119
Um dos cinemas pornográficos mais tradicionais de centro de São Paulo, o Ponto Zen Cine, tem paredes azuis características e vários diferenciais. Com sala de projeção para até 30 pessoas, cabines e um bar, o local também exibe todos os tipos de filme para o público hétero. Dizem que ainda há, nos fundos, um quarto escuro para momentos mais “exclusivos”.
CINE DOM JOSÉ - RUA DOM JOSÉ DE BARROS, 306
Outra tradicional sala de cinema adulto, este aqui fica próximo ao Theatro Municipal e a galeria do Rock. No Cine Dom José há apenas uma sala de projeção - com filmes héteros - grande e um hall com cartazes de filmes pornôs. A movimentação de homens e mulheres acontece perto da bancada atrás da última fileira e nas laterais da sala. O público que frequenta o local é misto e está na faixa dos 40 aos 70 anos.
CINE OURO - LARGO DO PAISSANDU, 138
Menos do que os outros, o Cine Ouro já foi um dos maiores cinemas com salas de projeções de rua em São Paulo. A estrutura grandiosa, lá dos anos 30, permanece até hoje, o interior, no entanto, foi adaptado a sua nova proposta. Com metade do tamanho que tinha antigamente, o local possui duas salas e cabines individuais para exibição de filmes de todos os tipos. Para descontrair, ainda há um pequeno bar.
Sobre Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
[+] Artigos de Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
[+] Artigos de Nathalia Marques
