Fora do mercado de trabalho e em busca de uma relação com benefícios. Débora, Priscila e Fernanda fazem parte de uma geração de jovens com dificuldades de inserção no mercado. Em uma rede social, elas buscam homens endinheirados para um relacionamento sugar. Um estilo de vida criado pelos americanos e vem se popularizando no Brasil. As mulheres que procuram por esse modelo de relacionamento são chamadas “Sugar Babies”. Os homens que bancam as meninas são os “Sugar Daddies”, eles possuem uma renda mensal média de R$ 47 mil reais, sendo que cerca de R$ 2 mil desse valor são gastos para oferecer um novo estilo de vida para sua Sugar Baby.
Formada em licenciatura em matemática, a gaúcha Debora Artifon, 24, está desempregada há seis meses. Atualmente, ela dá aulas particulares. “Essa atividade sempre foi um meio de ganhar dinheiro extra e hoje é minha única renda. Estou à procura de um homem para me oferecer alguma ajuda financeira”, diz ela. Com entusiasmo, a gaúcha revelou que em menos de duas semanas cadastrada na rede social, conheceu um Sugar Daddy (patrocinador) de São Paulo.
Com cadastro no site desde o início do ano, a modelo fotográfica Priscila Carvalho, 22, mora na capital paulista. Questionada sobre o rótulo de interesseira, a jovem é bastante categórica. “Beleza eu não ponho à mesa não, eu ponho é o bem-estar, o conforto, uma vida bacana, poder viajar para onde você quer, isso para mim que vale”, conta
A goiana Fernanda Machado, 24, estabelece prioridades financeiras na hora de se envolver com um Sugar Daddy: Primeiro o pagamento dos estudos e depois pagamento das dívidas. “ Eu sou uma pessoa transparente, não sou de esconder a situação, só um restaurante bacana não vai colocar o que eu preciso dentro da minha casa”, explicou. A jovem está desempregada há 3 meses, e busca por um suporte financeiro na Rede Social.
Os dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o percentual de mulheres (50,8%) na população desocupada foi superior ao de homens (49,2%), no 2º trimestre de 2017. A pesquisa aponta ainda que o desemprego atinge 13% da população ativa, e 27,3%, dos jovens entre 18 a 24 anos.
A versão dos sites norte-americanos que promovem a aproximação de senhores experientes, ricos e generosos com mocinhas desamparadas tem crescido no Brasil. Indiferente às críticas, o número de mulheres inscritas tem crescido consideravelmente em várias regiões do país.
De acordo com informações do Universo Sugar, um dos maiores sites do ramo no país, já são 27 mil usuários cadastrados. Dentre os estados com maior número mulheres inscritas, estão: São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
De acordo com dados levantados pela plataforma, o grau de escolaridade das mulheres cadastradas em sua maioria, é de estudantes cursando o ensino superior (30,05%), seguido de segundo grau (27,20%), superior completo (13,54), técnico profissionalizante (10,83%), pós-graduado, (4,24%), mestrado (0,54) e doutorado (0,20).