Vinho: 10 fatos sobre as rolhas que você talvez não saiba

Você sabe que as rolhas são importantes para conservar o vinho, mas há muito mais por trás delas do que possa imaginar. Descubra

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Todo apreciador de vinho conhece a importância da rolha que o veda. Objeto de história antiga, as rolhas passaram por poucas modificações desde o começo de sua utilização, há quatro séculos, o que apenas demonstra que apesar de todo o avanço científico desde então, aquele pequeno cilindro de cortiça manteve seu protagonismo no mundo do vinho. E promete permanecer assim por muito mais tempo, para a alegria dos enófilos. Conheça algumas curiosidades sobre as rolhas de vinho que não são conhecidas por muita gente.

#1 A cortiça é extraída a partir de um carvalho, o sobreiro. As florestas de sobreiro são chamadas montados de sobro. Portugal detém 34% desses ecossistemas, seguido pela Espanha, com 27% das florestas de sobreiro do mundo. A demanda de Portugal é tão grande que eles precisam importar cortiça da Espanha.

#2 Uma vez atingida a idade adulta, a árvore produtora de cortiça pode ser “colhida” a cada nove anos, em um processo que retira apenas a casca e não causa qualquer tipo de dano a ela. Cada vez que uma dessas árvores passa pelo processo de colheita, ela é marcada, para evitar que ocorra outro procedimento prematuramente.

#3 Quando prontas, as rolhas são colocadas em esteiras e escolhidas manualmente e a olho nu, em busca dos modelos perfeitos. Uma vez concluído esse processo, elas já estão prontas para a venda e o custo é de aproximadamente 1 euro por unidade.

#4 No mundo, são produzidas, anualmente, mais de 200 mil toneladas de cortiça. Esse mercado movimenta 1,3 bilhão de euros no mundo. Mais de 60% desse valor fica com os portugueses.

#5 Somente em Portugal, são produzidas 40 milhões de rolhas de cortiça, por dia. A indústria da cortiça em Portugal é tão relevante que esse é o único setor no qual o país é líder mundial. A indústria corticeira de Portugal compreende mais de 600 empresas, que empregam cerca de 9 mil pessoas.

#6 O formato exótico da rolha dos espumantes, que lembra a de um cogumelo, se deve ao fato da rolha absorver o dióxido de carbono contido na garrafa, que juntamente com a pressão interna da garrafa dá esse formato à cortiça.

#7 Em muitos restaurantes existe a prática de apresentar a rolha ao cliente após a abertura da garrafa para avaliação da consistência, aspecto geral e aroma da rolha. No entanto, segundo historiadores, a apresentação da rolha servia no passado para a prova de que o vinho era de determinado produtor, com o nome escrito na rolha.

#8 O uso da rolha só foi adotado quando se adaptou o armazenamento do vinho em recipiente de vidro de forma padronizada, a partir do século XVII. As primeiras rolhas de cortiça natural eram no formato cônico. Já no século XIX, o seu formato cilíndrico surge devido aos equipamentos que tornaram capazes de introduzi-la no gargalo das garrafas.

#9 A rolha sintética representa um grande tabu entre os apreciadores de vinhos. Apesar de oferecer algumas vantagens, como serem mais baratas e possibilitarem diferentes cores e formatos, ainda há dúvidas sobre sua durabilidade não ser confiável. Por isso, apenas 20% das garrafas de vinhos recebem este tipo de lacre.

#10 As rolhas podem sofrer processos de degeneração ou de contaminação por fungos, com um aroma de mofo característico, chamado no mundo da enologia de bouchonnée. Alguns produtores já utilizam rolhas plásticas para vedação das garrafas. Segundo eles, possuem boas características em impossibilitar vazamentos e são isentas de contaminação por fungos.