A primeira visita do Príncipe Harry ao Brasil prevista para março, que visa a disputa de um torneio de polo em Campinas, o Sentebale Royal Salute Polo Cup, abriu os olhos de muitos para este esporte que poucos brasileiros conhecem. Criado pelos ingleses e trazido ao Brasil por paulistas do interior e da capital, por volta de 1910 e 1920, o Polo de fato não é um esporte aberto para entusiastas que tenham interesse em praticá-lo. É preciso ter dinheiro e muito.
Segundo Silvia Montresoro, do Helvetia Polo Country Club, o investimento é variável e difícil de precisar, uma vez que em média um jogador precisa de aproximadamente 8 cavalos para jogar uma temporada completa. "O custo pode variar desde um animal de US$ 5 mil até animais de US$ 100 mil ou até US$ 200 mil. Quanto aos custos médios de manutenção, também são variáveis, pois depende do que cada jogador fornece de formulação de ração, bem como a quantidade por animal", explica.
Regras e handicap
Jogado em um campo quatro vezes maior que o de futebol e por apenas quatro jogadores de cada equipe, o Polo é um esporte bastante rápido – tanto em padrões de velocidade de jogo quanto de duração. Dependendo do nível do embate, pode ter de 4 a 6 chukkas (espécie de tempo para o futebol) com sete minutos e meio cada. O mesmo cavalo pode ser usado apenas em duas delas e pode ser eliminado durante a partida caso os veterinários julguem sua condição física como insatisfatória.
Quanto ao handicap, trata-se do nível dado para um atleta através de uma comissão, no Brasil oficializada pela Confederação Brasileira de Polo. "Através de uma comissão de 12 jogadores que se reúnem ao final da temporada, inicia-se uma avaliação individual levando-se em conta a performance de cada jogador. O menor handicap é -2 (iniciante) e o mais alto é 10", aponta Sílvia. Em 2011, os destaques dessa lista foram Fábio dos Santos Diniz, sobrinho de Abílio, Olavo Junqueira Novaes, Rodrigo Ribeiro Andrade e Ricardo Mansur Filho, empresário, rico e pegador de gatas nas horas vagas (todos com handicap 8).
Eventos mais badalados
Ao contrário do que muita gente pensa, o polo no Brasil é sim um esporte que tem um agitado calendário de eventos importantes, como a Tríplice Coroa (composta pela Copa Moroni, Aberto do Estado de São Paulo e Aberto do Helvetia), Copa Brasil, Copa Vogue e o Campeonato Brasileiro de Polo. Sem dúvidas, eventos que compõem um dos mais recheados calendários do esporte no mundo.
O esporte também tem sua Copa do Mundo, a FIP World Polo Championship, realizada sem periodicidade exata desde 1987. Mas, ao contrário do futebol, no qual o equilíbrio é muito grande entre sul-americanos e europeus, a América domina por completo a tabela de campeões. São quatro títulos para a Argentina, três para o Brasil, um do Chile e um para os Estados Unidos. O Brasil, além do tricampeonato mundial, soma mais três vice-campeonatos.
Moral da história: quem se interessar pelo prazeroso e elegante esporte deve procurar um bom clube hípico. Opções não faltam: Helvetia Polo Country Club (Indaiatuba-SP), Mata Chica Polo Clube e Sociedade Hípica de Orlândia (Orlândia-SP), Club Hípico de Colina (Colina-SP), Franca Polo Clube (Franca-SP), Itanhangá Golf Club (Rio de Janeiro), Sociedade Hípica Paulista (São Paulo). Mas, é bom preparar o bolso, o esporte é muito caro.