Quanto vale um talento? As marcas esportivas apostam cada vez mais em jogadores novatos. A adidas nos contou como a marca escolhe seus “pupilos”. gplus
   

Quanto vale um talento?

As marcas esportivas apostam cada vez mais em jogadores novatos. A adidas nos contou como a marca escolhe seus “pupilos”.

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Uma nova safra de jogadores está surgindo no Brasil. Os “moleques” da seleção brasileira que conquistaram o pentacampeonato mundial Sub-20 disputado na Colômbia carregam o status de “a nova geração do esporte”, segundo a mídia esportiva.

Atualmente não são apenas os clubes que “brigam” e desembolsam uma boa grana por estes jovens talentos. As marcas esportivas também estão no páreo e fazem com que os atletas do momento vistam a camisa, literalmente, exibindo seu logotipo por onde vão.

A adidas, empresa do segmento esportivo, está no mercado há mais de 60 anos e é uma das marcas que mais investe em “novos talentos”. Na seleção brasileira Sub-17, são oito jogadores que usam as três famosas listras da grife (Marquinhos, Wallace e Josué, Guilherme e Bruno Sabiá, Nathan, Ademilson e Léo Maia). Entre os brasileirinhos de 20 anos estão: Gabriel (goleiro), Juan e Frauches (zagueiros), Danilo (lateral), Allan e Oscar (meio-campistas), Negueba e Henrique (atacantes).

Paulo Ziliotto, gerente de comunicação da adidas, cita que existem pré-requisitos na hora de escolher um atleta que represente a marca. “Nós equipamos os atletas com os melhores produtos para que eles possam alcançar melhor objetivo no gramado. Nossos representantes são jogadores de destaque, com performance acima da média e que tenham o mesmo conceito e valores que nós. São atletas com visão a longo prazo, bom comportamento dentro e fora de campo e visibilidade”, afirma Paulo.

São mais de 200 contratos com atletas profissionais de futebol que a adidas banca e estes contratos podem variar de formato: pagamento feito em forma de produtos da marca ou então contrato em forma de produtos + dinheiro. Nesta última opção, o atleta também cumpre uma agenda junto à marca, participando de eventos, campanhas, sessão de fotos e visitando até mesmo a sede da empresa.

É claro que os atletas também devem seguir uma conduta dentro e fora de campo para que continue sendo patrocinado pela grife. “Existe risco, afinal os atletas podem se lesionar, envolver em escândalos ou simplesmente deixar que sua carreira siga outro rumo. Nós fazemos um contrato com cláusulas e com regras de conduta para que não haja problemas. O doping, por exemplo, rompe o contrato do atleta com a marca”, cita o gerente de comunicação da adidas.

Além da imagem, a adidas se preocupa com o psicológico do jogador. “Os atletas tem treinamento psicológico e orientações de marketing esportivo de profissionais capacitados. Também alertamos sobre a postura que eles devem ter nas redes sociais e em entrevistas”, diz Paulo.

O jogador Lucas do São Paulo Futebol Clube é o atleta do momento da adidas. “O Lucas é super novo, é talentoso, tem uma atitude legal dentro e fora de campo e nos identificamos com ele. Queremos que o Lucas se desenvolva e cresça junto com a adidas”, assume Ziliotto.

Clube X Atleta
É comum acontecer um cruzamento entre a empresa que patrocina o time de futebol e a que patrocina o atleta, como acontece com o Lucas que joga em um time patrocinado pela Reebok. “O atleta patrocinado por nós respeita seu clube, é claro. A chuteira que o jogador usa, por exemplo, é da adidas por que é o instrumento de trabalho dele e somos nós que fornecemos! A adidas também tem uma linha de vestuário e acessórios bacana e este jogador pode usá-las em eventos da marca e em programas de TV”, explica Paulo.

Além de fornecer os produtos, a adidas faz toda a ponte com o jogador a cada lançamento. Uma pessoa da área responsável por produtos é responsável por passar todas as informações ao atleta. “Sempre alguém liga para o jogador, apresenta o lançamento que ele receberá em breve, explica todas as informações e faz questão de conscientizá-lo sobre o que está usando”, acrescenta.

Além do camisa 7 do Tricolor, outros jogadores são parceiros da adidas. Entre eles, Kléber (Palmeiras), Leandro Damião e Oscar (Internacional), Dagoberto e Henrique (São Paulo), Herrera (Botafogo), Diego Souza (Vasco), Jorge Henrique e Willian (Corinthians) e Thiago Neves (Flamengo).

Entre as estrelas internacionais estão Kaká (Real Madrid), Messi (Barcelona), Lucio (Internazionale) e Forlan (Atlético de Madri).

Outras marcas do ramo
Nike, Puma, Topper e Penalty também figuram no mercado e investem pesado em contratos com os craques da bola. A Nike, por exemplo, além de patrocinar diversos jogadores de alto escalão, mantém a Seleção Brasileira de Futebol e estampa sua marca na camisa canarinho.

O boleiro mais famoso bancado pela Nike é o ex-jogador Ronaldo que recebe benefícios da marca até o fim de seus dias. O físico forma de forma e os escândalos com travestis não foram capazes de romper o contrato vitalício entre o Fênomeno e a Nike, que andam juntos desde 1994. O valor do contrato vitalício entre Ronaldo e a Nike é de US$ 100 milhões.

Além dele, Michael Jordan, ídolo do basquete americano, também conta com este contrato. O único que dançou nessa história foi golfista americano Tiger Woods que perdeu o acordo com a Nike após diversos escândalos de adultério.