Ir à barbearia. Mais que um costume, uma tradição que com muito orgulho era passada de pai para filho. E com o passar dos anos vem se perdendo. Mas, uma barba bem feita por um barbeiro de ofício realmente não tem igual. E se você pensa que isso é coisa do passado, saiba que alguns dos mais clássicos salões de São Paulo continuam na ativa - e com a mesma classe de antigamente.
É de uma conversa entre tesouradas e navalhadas do barbeiro José Oliveira, há nove anos na equipe do tradicionalíssimo Salão Marília, localizado na região Oeste de São Paulo, que o AreaH traz as barbas que os homens mais pedem para agradar as mulheres.
“O corte mais pedido ainda é a barba inteira, uma tradição da clientela de uma barbearia. Mas, muitos de nossos clientes, a pedido de suas esposas, têm voltado a usar a barba e vêm até aqui para apará-la”, explica Oliveira. E em boa parte das vezes o “aparar” não é tão simples quanto parece.
Os homens que gostam de uma barba cheia sempre irretocável sabem que mantê-la aparada dá trabalho. Quando ela é mais densa, a tarefa torna-se mais fácil, principalmente quando é só para dar aquela encurtada superficial nos pelos, mas nem sempre esse é o caso.
“Muitos homens preferem aparar a barba em casa e muitas vezes deixam algumas falhas que demoram a ser corrigidas”, aponta Oliveira. O pescoço também é uma região delicada para alguns tipos de pelo e a mão de um experiente barbeiro pode ser santa. O resultado é sempre um barbear sem marcas, um segredo difícil de descobrir.
A polêmica do bigode e do cavanhaque
Os homens mais tradicionais mantêm o bigode como suas marcas registradas - tanto que quando o tiram até parecem outra pessoa. Mas essa “outra pessoa” costuma ser mais atraente ou não? Alguns homens passam tantos anos com o bigode debaixo do nariz que tirá-lo pode se tornar um plebiscito familiar.
“Os homens que já usam há muito tempo preferem deixá-los, mas quando vêm para cortar o cabelo, aproveitam para apará-lo”. Então, nada de andar por aí com um tufo no rosto, pois ao contrário das barbearias, aquele look do seu Manoel da padaria já ficou no passado.
Quanto ao cavanhaque, tudo depende da personalidade da pessoa e se combina com o homem, mas até nos salões de barbearia, onde reina a tradição, o corte está se tornando menos comum: “O cavanhaque está ainda entra os cortes mais pedidos, porém já foi muito mais . Estão diminuindo bastante”, revela.
Seja com a face lisa ou com aquela barba aparada na estica, o barbeiro está em extinção. “A barbearia nos moldes do passado quase não existe mais e só as mais tradicionais, devido a sua clientela, sobreviverão”, alerta o barbeiro. A tradição vale ouro: não aposte em desenhos e nas costeletas, e passe numa barbearia confiável sempre que tiver uma reunião ou um encontro importante para deixar o visual mais organizado.