Hoje poucos são os homens que não conhecem os males do diabetes para a saúde. Desde o aumento das chances de problemas cardíacos à cegueira, a patologia pode se tornar muito grave se não tratada com rigor. Mas, se por dentro você corre riscos, por fora também. Bem menos conhecidos da população são os malefícios que afetam a aparência de um diabético.
O fato mais comum relacionado ao diabetes e a questão da aparência é o famoso ''engorda-emagrece''. Muitos têm dúvidas e não sabem o que realmente acontece com o peso de um diabético. A verdade é que, em um primeiro momento, o diabetes emagrece sim. Este é um de seus sintomas, decorrentes do aumento da glicemia (quantidade de glicose no sangue).
"Acontece que aquele sujeito que se enquadra no quadro de obesidade tem mais tendência e vulnerabilidade a se tornar diabético. Essa é a confusão que as pessoas fazem, pois quando a glicose se torna muito alta e isso vira rotina na vida deste diabético, há o emagrecimento, mas não em função da perda de gordura, mas sim de músculos'', explica a endocrinologista Lenita Zajdenverg, presidente da Regional RJ da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Outro ponto chave no entendimento desta confusão é que a insulina, hormônio responsável pela redução da glicemia, engorda. Por quê? Esta substância é capaz de produzir moléculas com alta capacidade energética que, se em excesso, são estocadas. Logo, gordura pura.
A pele corre riscos
Os diabéticos que não controlam ou têm dificuldade para controlar os índices de glicose no sangue correm grandes riscos ligados à saúde da pele. Segundo uma pesquisa da Sociedade Norte-Americana de Diabetes, cerca de um em cada três pacientes tem ou terá problema de pele ligado diretamente à doença.
Acontece que devido ao excesso de açúcar no sangue dos diabéticos, a pele resseca demais, o que pode danificar nervos e vasos sanguíneos necessários para manter a pele saudável. E, ainda pior que este problema, são as infecções cutâneas – que podem atingir a qualquer um, mas que tem suas chances potencializadas no caso dos diabéticos.
"Existe uma doença chamada Acantose Nigricans, caracterizada por uma espécie de mancha escura e de aspecto aveludado, que, apesar de rara, pode sim atingir os diabéticos que não controlam seus índices glicêmicos. Além dessa doença, o diabetes também está relacionado a outras infecções, como a candidíase e má cicatrização de feridas'', lembra Lenita.
Nunca é demais lembrar que mais de 90% dos casos de diabetes são estimulados por hereditariedade, o famoso diabetes Tipo2, ligado à obesidade e ao estilo de vida sedentário. Logo, o tratamento para a patologia chega a ser óbvio: dieta alimentar aliada a exercício físico, às vezes necessitando algum tipo de medicamento (e só nos casos mais graves, aplicação de injeções de insulina).
Mas, se você é um diabético (de curta ou longa data), não se assuste tanto assim: "Se bem controlado, em níveis normais, o diabetes não afeta em nada", aponta Lenita. Então, já sabe: nada de abusos com os docinhos. Manter a balança de açúcar do corpo em dia é questão de vida ou morte!