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Jesus, um Homem em 6 (bons) livros

Listamos seis bibliografias para você entender melhor a história de Jesus, o Cristo (religioso) e o de Nazaré (histórico)

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De acordo com a ferramenta SEM Rush, nos últimos 12 meses os brasileiros buscaram cerca de 165 mil vezes pela palavra Jesus. Não é um número, por si só, assombroso (apenas a título de comparação, o verbete Dilma foi buscado 246 mil vezes, ou 50% a mais, no mesmo período). No entanto, a magnitude do tema se revela brutalmente quando analisamos o número de resultados (ou páginas diferentes) destas buscas: impressionantes 546 milhões! (contra 68 milhões do exemplo comparativo acima).

Há mais de 2 mil anos, o ser humano procura compreender melhor, mais a fundo, a história deste personagem que, para muitos (me incluindo), foi o maior de todos os homens. Desde o Novo Testamento, muito se tem dito e especulado sobre Jesus, seja como ícone religioso (o Cristo) ou mesmo como o que se convencionou chamar de “Jesus histórico”: o homem nascido em Belém, com uma biografia que, a se basear nos 20 séculos de distância, é de impressionar como consegue estar tão “na boca do povo”. 

Ao longo dos últimos anos, e nesta mesma busca de milhões de outros homens, fui tendo contato e me aprofundando sobre o tema através dos livros. Separei 6 deles:

#1. Cavalo de Tróia (+ O Dia do Relâmpago), de J. J. Benítez

Se você procurar pela classificação desta obra do espanhol Benítez, dividida em 9 volumes (além da continuação, O Dia do Relâmpago, que pode muito bem ser considerada a décima etapa desta jornada) que somam mais de 6.000 páginas (!), notará que a mesma é categorizada como um “realismo fantástico”. Mais do que uma mera classificação bibliográfica, Cavalo de Tróia é uma questão de fé: em crer – ou não – que, de fato, o relato ali contado aconteceu ou se foi, literalmente, uma grande viagem (espiritual) do autor.

Cavalo de Tróia conta a (suposta ou literal – daí a questão de fé) viagem no tempo à Jerusalém da época de Jesus, realizada por dois militares da NASA na década de 70. O livro é de uma riqueza histórica e religiosa tão grande que, pessoalmente, o tenho como o melhor enredo sobre Jesus (o Cristo e o histórico, tudo junto). 

Imagine uma narrativa, em primeira pessoa, por quem acompanhou momentos-chave da vida do Homem, de sua infância (pouco ou nada explorada na Bíblia) aos momentos que antecederam (e vieram após) a Crucificação.

Se a história é verdadeira ou não, apesar do autor jurar que possui todos os documentos que comprovam tal “viagem no tempo”, vai depender – como adiantei – da fé e crença de cada um. Mas que a leitura é uma experiência incrível para quem quer saber mais sobre o tema, isto dá para afirmar de antemão.

#2. O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago
Na obra do Nobel português não se encontram muitas fontes críveis nem do Jesus histórico, tampouco do Cristo. Mas é por este motivo mesmo, e pelo espírito subversivo que sempre marcou Saramago, que O Evangelho Segundo Jesus Cristo é um dos livros mais interessantes sobre o tema.

É uma leitura para se fazer sem preconceitos, tampouco dogmas religiosos, já que, no final das contas, neste evangelho Deus é o grande vilão (afinal, quem mandaria um filho para a crucificação e sofrimento?) e o Diabo um ser do bem (pois proporciona prazer terreno a todos seus seguidores).

A obra é um grande contraponto a tudo que se tem aceito e difundido sobre a história de Jesus. 

#3. Zelota, de Reza Aslan
Considerado o best-seller número 1 do NY Times em 2013, Zelota é um grande exemplo desta busca pelo “Jesus histórico”. Escrito por um eminente especialista em temas religiosos, Zelota remonta o cenário da Jerusalém do século I para compreender melhor o papel de Jesus de Nazaré, numa perspectiva muito mais “realista” do que algo baseado em uma teologia dogmática.

A narrativa é cativante pelo (natural) conflito entre a visão científica dos fatos e a busca pessoal do autor por tentar compreender como um homem consegue ter sua história contada, com tanta paixão, mesmo após 2.000 anos. 

#4. Os Últimos Passos de Jesus, de Bill O’Reilly e Martin Dugard
Como um livro de História, Os Últimos Passos de Jesus é um emocionante relato sobre Jesus e seu tempo, com descrições detalhadas de todo aquele entorno: Império Romano, a vida dos judeus da época e sua maneira de enxergar o mundo, além de personagens importantes como Cleópatra, Herodes, Pôncio Pilatos e João Batista.

Como boa parte da história se concentra nos últimos dias de vida de Jesus é bom preparar o espírito (e o estômago) para os detalhes acerca da prisão, punições e crucificação – não à toa considerada o castigo mais desumano e temido naqueles tempos.  

#5. Em Busca de Jesus, de David Gibson e Michael McKinley 
A reconstituição do Jesus histórico também pode ser feita através de artefatos (ou relíquias) que (ao menos supostamente) marcaram sua vida.

É este o caminho que percorrem os autores de Em Busca de Jesus, o mais recente dos livros que tive contato sobre o tema. Em discussões não necessariamente conclusivas sobre 6 destes itens (afinal, ciência, religião e falsários convivem intensamente neste universo), Gibson e McKinley repassam importantes momentos da vida de Jesus, abordando: O Ossuário de Tiago (suposto irmão de Jesus), João Batista (tido como primo do Homem e, para alguns, com importância superior a Este), O Evangelho de Judas (sim, o Iscariotis), Maria Madalena (que, para alguns, passou de prostituta quase apedrejada à condição de concubina de Jesus), a Verdadeira Cruz (não é curioso que o símbolo da morte de Jesus tenha se tornado, tempos depois o ícone da Igreja?) e o (já muito famoso) Sudário de Turim.  

A narrativa, desenvolvida paralelamente à produção de um documentário para a CNN, não parece ter a intenção de cravar respostas certeiras e absolutas sobre estes mistérios e temas que cercam a vida de Jesus, mas é de grande valia para ampliar nossos horizontes sobre a compreensão deste personagem, através de novos pontos de vista e teorias. 

#6. Bíblia – Novo Testamento
Por fim, e voltando um pouco ao Cristo, à versão mais espiritual e religiosa da vida de Jesus, não há como saber mais a fundo da vida deste grande Homem sem passar pela leitura do Novo Testamento da Bíblia. Pessoalmente, e para evitar que seja um processo enfadonho e complicado (já que a linguagem é realmente mais truncada do que qualquer prosa que se leia atualmente), uma sugestão para encarar estas páginas é fazer uma leitura menos linear e mais “aleatória”, já que cada um dos livros que compõem o Novo Testamento não possui um necessário vínculo ou continuidade em relação aos demais.

Mesmo tendo sido escrito algumas décadas após a morte de Jesus, e com inúmeras possíveis distorções dos fatos reais, o Novo Testamento é de suma importância para aqueles que desejam compreender como os primeiros cristãos procuraram contar a vida deste extraordinário homem chamado Jesus.


Rodrigo Moreno