Capazes de construir impérios de prostituição, casas de apostas e tráfico de drogas, os chefões das grandes máfias são muito lembrados por serem os cérebros por trás de lucrativos negócios ilegais. Além de contar com uma vasta lista de capangas, muitas vezes esses poderosos do crime contam também com jornalistas, juízes e políticos ao seu lado, o que torna a missão de prendê-los ainda mais penosa. Entretanto nem todos mafiosos conseguiram passar praticamente a vida toda em liberdade, como o chefão Don Vito Corleone do cinem,a Saiba como os poderosos chefões das máfias ocidentais foram presos.
Al Capone
Mais famoso mafioso de todos os tempos, Al “Scarface” Capone comandava o império multimilionário de tráfico de bebidas alcoólicas (que foi possível devido à Lei Seca, implementada nos anos 20, nos Estados Unidos). Um dos mais poderosos homens de Chicago e do mundo, Al Capone só foi pego pela lei por conta de questões fiscais.
Chefiado pelo funcionário da Receita Federal, Eliot Ness, um grupo de 50 membros tinha o aval do presidente Hoover para investigar e incriminar Capone. Após desmanchar alguns negócios e causar prejuízos ao capo de Chicago, Ness passou a ser perseguido e sofreu três atentados ao longo da investigação, nenhum o aniquilou.
Ao todo, Os Intocáveis – nome dado à esquadra chefiada por Eliot Ness – apresentaram mais de 5 mil infrações à Lei Seca, cometidas pela máfia de Al Capone. Entretanto, foram as provas de Frank J. Wilson, contador e também funcionário da Receita Federal, que incriminaram o mafioso.
Em 17 de outubro de 1931, momentos antes do julgamento, o júri que estava programado para julgá-lo foi substituído por outro, para evitar uma possível fraude. Esse novo júri declarou Alphonse Gabriel Capone culpado por cometer cinco crimes de sonegação de impostos. Uma semana depois o juiz Herbert Wilkerson condenou Capone a 11 anos de prisão. Mesmo preso e enfraquecido, Al Capone ainda teve alguns privilégios durante o tempo que ficou detido em Atlanta e depois em Alcatraz.
Toto Riina
Salvatore Riina, mais conhecido como Toto Riina ou simplesmente “Curto”, por conta de sua baixa estatura, encaixa-se no clássico perfil de um chefão de máfia. Sanguinário, Toto começou cedo no mundo do crime, logo aos 16 se filiou à famosa máfia italiana Cosa Nostra. Em 1974, aos 44 anos, Toto já era o comandante da maior máfia italiana. Seu poder era tanto, que muito se fala que Riina tinha forte influência sobre o ex-primeiro-ministro da Itália, Giulio Andreotti.
Foragido desde 1974, o cerco a Salvatore Riina só foi fechado em 1986 no Julgamento Máximo, em Palermo, no qual 357 criminosos foram sentenciados. Tal condenação foi confirmada pelo Supremo Tribunal em 1992. Meses depois, dois dos juízes do caso foram mortos a mando de Riina. Um deles, alvejado a tiros enquanto o outro, explodido por dinamites junto com sua mulher e três seguranças. Após esse evento, o governo italiano promoveu uma forte repressão às máfias.
Também mafioso da Cosa Nostra, Baldassare Di Maggio foi capturado pela policia italiana em 8 de janeiro de 1993. Com planos de atenuar sua condenação, Di Maggio entregou todo o esquema de Toto Riina e ajudou a localizar o chefão da máfia. Já no dia 15 de janeiro de 1993 Riina foi capturado. Em seu julgamento, Salvatore Riina foi condenado 15 vezes por prisão perpétua. Riina vive até hoje - tem 85 anos e segue preso na Itália.
Charles “Lucky” Luciano
Um dos planejadores do Sindicato Nacional do Crime, nos anos 20 o italiano Charles Luciano era o chefe do crime em Manhattan, Nova York. Com a Guerra Castellammarese, uma forte disputa entre máfias ítalo-americanas de Nova York que levou à morte dois de seus rivais, Giusseppe “Joe the Boss” Masseria e Sal Maranzano, nos anos 30, Luciano ascendeu ao controle de toda cidade.
Em 1935, Luciano passou a ser visto como o número 1 da lista de inimigos públicos dos Estados Unidos. Para prendê-lo, o governador do estado de Nova York nomeou o procurador Thomas E. Dewey – que posteriormente tornou-se governador de Nova York. Após saber disso, Luciano saiu de Nova York para Hot Spring, no Estado de Arkansas.
No dia 1 de abril de 1936, o detetive nova iorquino, John J. Brennan conseguiu pegar Luciano em Hot Spring, mas foi só no dia 18 de abril que ele foi extraditado para Nova York. E, em junho do mesmo ano, Luciano teve 62 acusações de prostituição compulsória. Ainda em julho, foi julgado e condenado de 30 a 50 anos de prisão.
Mas a história não parou por aí.
Mesmo preso, Luciano continuava comandando seu negócio. E, em plena Segunda Guerra Mundial, a Marinha americana pediu para o chefão usar a influência que ele tinha em Sicília para que as tropas dos Estados Unidos conseguissem desembarcar em segurança em território italiano. Por sua colaboração com o Estado americano, Luciano foi solto em 1946 com a condição de voltar para Itália.
Sobre Guilherme de Souza Guilherme
Prefere perguntas a respostas e está num relacionamento sério com o jornalismo. Fã de música e livros, é zagueiro adepto do bom futebol, palmeirense-roxo e ex-taekwondista.
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