Por Danilo Barba
Depois de Cazuza e Gonzaga, chegou a vez te Tim Maia ganhar um filme que pretende contar sua história. Sim, pretende, porque se o próprio filho do cara conseguiu contar 18 fatos que não condizem com a realidade (Leo Maia revelou a um jornal que um dos piores foi ver sua avó branca e seu avô negro), imagine o quão puto Tim não ficaria se pudesse assistir à adaptação da Globo então?
Bastante criticado e boicotado em vida por sua personalidade forte, bom humor e talento sem igual, o soulman brasileiro deixou um legado que, ao longo dos últimos dez anos, vem sendo aplaudido por uma nova geração. Talvez porque num mundo de imagem, a honestidade nas letras, voz e aparência, a simplicidade de timbres e harmonias, características de Tim Maia, realmente chamem mais a atenção em algum momento. Ainda mais perante a quantidade absurda de artistas ignóbeis que apareceram, causaram poluição sonora, e desapareceram logo em seguida.
Tim falava sério brincando, como a humildade nobre de um artista genuíno. Sua trajetória foi brilhante. Conheça a seguir alguns dos acontecimentos que marcaram a carreira do eterno Síndico!
1. Tijucanos do ritmo
Tim Maia começou na música aos 14 anos tocando bateria num grupo chamado Tijucanos do Ritmo, formado na Igreja dos Capuchinhos próxima a sua casa. Ele ficou um ano com a banda e logo estudou violão e entrou para Os Sputniks com Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
2. Tira a mão da minha bunda
Russo, antigo assistente de palco da Rede Globo, tinha uma mania estranha de beliscar o traseiro de artistas nos bastidores do programa do Chacrinha. Quando fez isso com Tim, ele ficou tão puto que jurou nunca mais pisar no palco do Velho Guerreiro. O próprio Chacrinha teve que pedir pra mãe dele intervir e convencer Tim a voltar lá.
3. Aves de rapina
Tim Maia teve um gavião chamado Empresário. Ele deu esse nome ao bicho de estimação porque costumava comparar os empresários a aves de rapina.
4. Lendo os livros da Cultura Racional
Na década de 70, Tim entrou em contato com a doutrina Cultura Racional, liderada por Manuel Jacinto Coelho. Numa de suas fases mais piradas, o músico lançou os álbuns Tim Maia Racional, volumes 1 e 2 pelo selo Seroma (palavra "amores" ao contrário e abreviação do próprio nome, "Sebastião Rodrigues Maia"). O livro Universo em Desencanto encantou a mente do músico que, não apenas passou a vestir unicamente branco, como obrigou toda a banda a fazer o mesmo.
5. Telmo ou Carmelo?
Tim ficou tão obcecado pelas seita que escolheu o nome Carmelo, o guru da seita que escolheu, pra batizar seu filho, dizendo ser um nome sem pecado, desmagnetizado. Ao registrá-lo, porém, Tim queria colocar Telmo, outro nome desmagnetizado. Resultado: registrou Carmelo, mas esqueceu a escolha feita e chamava o filho de Telmo, até o menino achava q esse era seu nome
6. Bye Bye Brazil
Tim Maia foi para os Estados Unidos após a morte de seu pai, onde viveu de 1959 a 1963. Lá ele montou uma banda chamada The Ideals e chegou a gravar um disco compacto. Para sobreviver no país, chegou a trabalhar em lanchonetes. Ele se mudou para Nova York em 1961, e em 1963 decidiu viajar para o sul dos Estados Unidos com mais três amigos – e um carro roubado, fazendo pequenos furtos pra financiar a viagem. Depois de percorrer nove estados até chegar na Flórida, Tim foi preso em Daytona Beach por porte de maconha e foi deportado para o Brasil.
7. Chama o Síndico
Numa época de crise em sua carreira, Tim andava paranoico e inseguro, pensando que estava sendo perseguido e poderia ser assaltado a qualquer momento. Um dia ele pegou seu revólver 38 e disparou em direção a alguns funcionários da empresa Light que estavam trabalhando pra reparar a energia na rua. Por conta deste ‘episódio’ Jorge Ben Jor resolveu apelidá-lo de “sindico” na música W/Brasil, que virou sucesso absoluto em todo o Brasil e que ajudou a carreira de Tim Maia. Curioso foi que Tim Maia veio a se tornar, de fato, síndico do prédio em que morava na Barra da Tijuca tempos depois.
8. Tim Maia tinha 18 irmãos.
9. Tentou a carreira política
Ele se filiou ao PSB em outubro de 1998, onde seria o candidato a senador pelo Rio de Janeiro nas eleições gerais de 1998, porém acabou falecendo antes.
10. Triátlon antes do show
Tim Maia chamava muito a atenção por não aparecer ou atrasar o início dos shows, e reclamava com frequência da qualidade do áudio. Isso acontecia devido ao intenso consumo de uísque, cocaína e maconha antes dos shows, que ele chamava de "triátlon". No final de sua vida sofreu com problemas relacionados a obesidade, diabetes e problemas respiratórios.
Sobre Danilo Barba
Danilo Barba é músico e jornalista pós-graduado em Negócios Internacionais pelo George Brown College de Toronto. Bloga sobre Sexo Oposto no Yahoo Mulher. No Insta e Twitter: @dambarba
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Danilo Barba é músico e jornalista pós-graduado em Negócios Internacionais pelo George Brown College de Toronto. Bloga sobre Sexo Oposto no Yahoo Mulher. No Insta e Twitter: @dambarba
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