1 - Lucille / B. B. King
A primeiríssima da lista é uma guitarra que entra sozinha no palco. Batizada de Lucille por seu pai, o lendário bluesman B.B King, essa Gibson ES-345 foi produzido pela primeira vez em 1959. Desde então, o guitarrista despeja seu timbre maravilhoso pelos quatro cantos do mundo. Até ao Vaticano Lucille já foi. Modelos similares e atualizados são utilizados por vários discípulos e fãs de King, seja no blues ou no rock. Uma curiosidade é que ela tem duas entradas, uma para cabo mono e outra para estéreo.
2 – Gibson Double Neck / Jimmy Page (Led Zeppelin)
Apesar de já existir desde a década de 1960, tendo inclusive sido tocada por Elvis Presley no filme “Spinout”, foi com Jimmy Page que a Gibson EDS-1275, mais conhecida como Double Neck, tornou-se mundialmente popular. O visual causado no palco com uma guitarra de dois braços gerava grande excitação nos fãs do Led Zeppelin. É possível conferir sua performance no show que a banda inglesa fez no Madison Square Garden, em 1973, registrado para o longa “The Songs Remains The Same”.
3 – Strat / Jimi Hendrix
Na grande maioria das listas sobre os maiores guitarristas de todos os tempos, Jimi Hendrix estará no topo. O homem que deu sentido à guitarra elétrica teve uma carreira breve, porém intensa, além de influenciar, até hoje, uma legião de instrumentistas. Apesar de ter usado uma Gibson Flying V, com motivos psicodélicos, foi com a Fender Stratocaster que Hendrix forjou seu legado.
Um dos diferenciais do modelo, feito sob especificações do músico, foi a alavanca do trêmolo que o habilitou a usá-la sem que a guitarra saísse da afinação. Por causa de Jimi Hendrix, muitos artistas passaram a utilizar a Stratocaster. Dentre eles, o brilhante e temperamental Ritchie Blackmore, fundador do Deep Purple e do Rainbow. É possível comprar réplicas do fabricante.
4 – Red Special / Brian May (Queen)
Uma das guitarras mais peculiares e especiais desta lista é a Red Special de Brian May, do Queen, pelo fato de ela ter sido idealizada, desenhada e construída pelo próprio com a ajuda de seu pai, que era técnico em eletrônica. Também conhecida como Old Lady, o instrumento foi concebido basicamente com o uso de pedaços de madeira de uma mesa velha e de uma moldura de lareira, além de uma agulha de tricô, dentre outras parafernalhas. Apenas os captadores, um set de pickups Burns Tri-Sonic com coberturas metálicas, não foram fabricados pelos May.
O resultado é umas das guitarras mais famosas e misteriosas do rock. Vários fabricantes e luthiers já tentaram copiar seu som. Alguns chegaram perto e só. O som tirado por Brian Bay é de fácil identificação. Original. Apenas o técnico australiano Greg Fryer teve a honra de explorar o instrumento, claro, com autorização do astro. E Fryer, além de reformar a Red Special, construiu duas réplicas fidedignas.
5 – Rocky / George Harrison (Beatles)
No auge da psicodelia, George Harrison meteu a mão na massa e, munido de tinta e esmalte, alguns de sua então esposa, Patty Boyd, transformou sua Fender Sonic Blue 1962 em Rocky, a guitarra mais louca dos anos 1960. O beatle se inspirou um pouco no arco-íris e em símbolos do Hare Krishna. É possível vê-la nos vídeos de “All You Need is Love” e, com mais destaque, “I Am The Walrus”. Harrison chegou a utilizar a Rocky na gravação de três discos: “Revolver”, “Rubber Soul” e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”.
6 - Chromeboy / Joe Satriani
Símbolo da guitarra virtuose, a JS 10 Chromeboy, feita sob medida pela Ibanez para o americano Joe Satriani, sempre impôs muito respeito, tanto pelo som como por seu visual cosmopolita. Seu corpo é coberto por alumínio; a mão é cromada. O aspecto futurista ganha mais impacto com a iluminação dos shows. Um dos maiores e mais respeitados guitarristas de todos os tempos, Satriani notabilizou-se por seu técnica apurada e a grande velocidade com que executa seus solos.
7 – Polk Dat / Buddy Guy
Tem que ser muito macho para usar uma guitarra preta com bolinhas brancas. Os mais desinformados poderiam supor que se tratava do instrumento do Boy George. Ledo engano! Estamos falando da Polk Dat, a Fender Stratocaster estilizada do fenomenal Buddy Guy, ícone do blues norte-americano. Certa vez, Eric Clapton disse que sentia por Guy a mesma idolatria que a maioria dedicava a Elvis Presley. Buddy Guy tocou com outras variações da Polk Dat, em diferentes cores.
8 – Love Symbol/ Prince
Em 1993, justamente no dia de seu 35° aniversário, o pop star Prince decidiu mudar seu nome para um símbolo impronunciável (The Unpronounceable Symbol). A imprensa, com o consentimento do cantor, passou a chamá-lo de "o artista antes conhecido como Prince". Esta atitude foi tomada por conta de uma briga judicial com sua então gravadora, a Warner, sobre os direitos sobre suas músicas.
De impronunciável, o ícone foi rebatizado para “Love Symbol”, que inspirou o desenho de sua guitarra mais famosa, na cor roxa – em menção ao seu maior sucesso: Purple Rain.
9 - Gibson SG / Angus Young (AC/DC)
Reverenciado como um dos maiores criadores de riffs da história do rock, Angus Young, do AC/DC, é um dos guitarristas mais respeitados e admirados do showbizz. Dono de uma performance elétrica e de um som cru visceral, Young não abre mão de modelos Gibson SG, desde o início de sua carreira.
Apesar de muitos músicos lendários, como Tony Iommi (Black Sabbath) e Robby Krieger (The Doors), serem ilustres representantes deste modelo, não há como dissociar a imagem de Angus à SG e vice-versa. O timbre do showman australiano pode facilmente definir o som do rock n’ roll. Um charme à parte é o raio, que forma a logo do AC/DC, pintado em várias partes do braço do instrumento.
10 - Gibson Les Paul / Slash (Guns N' Roses) e Ace Frehley (Kiss)
Os últimos serão os primeiros. Sempre. Tantos são os guitarristas que escolheram o modelo Les Paul que fica difícil eleger um representante. Este patrimônio musical da Gibson, que atravessou décadas sem perder seu encantamento, dificilmente deixará de despertar o desejo de nove entre dez guitarristas do mundo.
Para representar bem o modelo, Slash e Ace Frehley, guitarristas originais de Guns N’ Roses e Kiss, respectivamente, são dois artistas que se notabilizaram pelo poder da imagem. Notáveis guitar heros, é inegável que o personagem ficou maior que o homem. E na composição de ambos, a presença da Les Paul é fundamental. É quase uma extensão de seus corpos.
