* Conteúdo produzido pela VICE.
Estou prestes a entrevistar Ronaldo, a lenda do futebol. Não o Ronaldo português, não o Ronaldinho, mas Ronaldo Luís Nazário de Lima; aquele que, assim como a Cher, é citado com um só nome. Observo seu guarda-costas e risco uma pergunta da lista – uma sobre seu corte de cabelo na Copa de 2002. Talvez ele não leve na boa, sei lá.
Ronaldo está nas Bahamas pra jogar no PokerStars Caribbean Adventure. O bicho manda bem no pôquer e não está aqui só pra ser mais um famosinho por trás das cartas. Ele agora é jogador profissional pelo PokerStars — e com o status de ter sido 26º melhor nesse mesmo torneio em 2015.
Embora ainda seja novato na modalidade, o Fenômeno tem causado furor pelas mesas que passa. Muita gente se sente amedrontada pela personalidade ambiciosa do astro; outros temem serem derrotados por um ex-jogador que, muito provavelmente, marcou gols em seu time. O rebuliço, porém, não afeta o eterno artilheiro. Nem para bem nem para o mal. Na verdade, Ronaldo ainda se sente inseguro no carteado. Algo impensável para quem sempre teve sangue frio na hora de finalizar para o gol.
"Aqui, no pôquer, não me sinto tão confiante", ele me disse. "Tenho que pensar muito sobre qualquer decisão!"
Aproveitei a boa vontade dele para falarmos sobre sua nova carreira. E também forcei uma conversinha sobre futebol, peso e outras coisas mais. Confiram aí.
VICE Sports: Os outros ficam intimidados quando sentam na sua mesa de pôquer?
Ronaldo: Espero que sim (gargalha). Espero que fiquem, sim. Mas depende das cartas que você tem na mão e como joga. Não é porque sou famoso.
No ano passado, um jogador tirou uma foto e eu estava nela. Daí foi parar no Twitter e todo mundo comentou porque eu estava nela. E ele perguntava: "Quem é esse cara? Ele está na minha mesa e todo mundo fala dele". Nem todo mundo me conhece.
Rola o contrário também? Tipo, alguém da sua mesa pensar algo como: "agora vou atrás do Ronaldo e me vingar do gol que ele fez no meu time".
Sim, eu sinto isso. Quando estou jogando e indo bem, sinto que alguém ali quer ver minhas cartas porque quer me foder. É isso que sinto. Porque é como se fosse grande coisa: "Eu ganhei do Ronaldo". E isso importa pro cara.
Como foi a transição do futebol pro pôquer?
Joguei pôquer durante anos. Mas há três anos comecei esse relacionamento com o PokerStars e comecei a estudar e a ler livros sobre o tema. Passei a jogar de forma mais séria e fiz um curso sobre. Tentei melhorar meu jogo. Acho que melhorei bastante.
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