Finalmente, a separação. Apesar da classificação esquisita, o homem desquitado saboreia uma sensação bastante familiar quando volta a se reconhecer no espelho: a liberdade. As cobranças, ligações, brigas e horas intermináveis sem sexo desaparecem de repente. Daí em diante, a geladeira passa a abrigar cervejas durante a semana, os convites de balada vão lotando a caixa de entrada do seu e-mail e você passa a receber a visita de algumas damas em casa de vez em quando.
Seja catastrófico ou pacífico, o fim de um relacionamento costuma abalar nossas perspectivas; ele nos lembra que as coisas podem não ser o que parecem e que nem tudo sai como planejado. A importância do adeus varia de acordo com o momento de nossa vida em que nos encontramos, e a forma como encaramos a situação irá determinar nosso novo papel neste universo de indas e vindas.
O homem que se casa sorridente, pensando em como não terá mais que fazer esforços "astronômicos" para descolar noitadas de prazer comete um grande equívoco. "O envolvimento do relacionamento é diferente, pode ser quase tão profundo quanto as relações parentais que também não envolvem, ou não deveriam envolver o sexo entre as pessoas", explica o psicólogo Nilton Kamigauti, formado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), que recebe casais em seu consultório há 21 anos.
Um envolvimento profundo é capaz de transformar nossa sexualidade trazendo experiências únicas e extremamente positivas. Por outro lado, elas tornam o vínculo mais difícil de ser superado caso o relacionamento seja rompido. Mesmo a libido previsível dos homems pode ser afetada diante dessas situações e, quando o fim chega, eles costumam adotar três tipos de comportamento, segundo Kamigauti.
EUFORIA
Alguns homens sentem "euforia devido a sensação de sair de uma relação mais 'sólida' para relações mais 'voláteis'”. É isso que faz você tomar todas com os amigos, dar muita risada a noite inteira e terminar a noite com aquela gatinha que não parou de olhar pra você.
COMPENSAÇÃO
Há aqueles que rapidamente procuram outras parceiras de maneira compensatória, buscando o oposto do que estavam vivendo. Trata-se de uma tentativa desesperada de defesa "para não entrar em contato com a perda da separação e a transformação da sua vida pessoal", esclarece o psicólogo, que garante que com o “pulo de um galho para o outro”, nunca nos separamos efetivamente de alguém.
RESGUARDO
Para o homem, o sexo é um ritual sagrado que deve ser praticado rigorosamente todos os dias, ou em qualquer oportunidade. Sendo assim, dá pra imaginar o quão abalado um indivíduo pode ficar a ponto de resistir à tentação e até mesmo "evitar novos contatos".
De acordo com um artigo publicado pela pesquisadora de sexo e relacionamentos da Universidade de Indiana, Kristen Mark, a "transa" depois de uma separação é revigorante e só traz benefícios à saúde.
Mark garante que, sejam casuais ou promissoras, as relações sexuais pós-divórcio ajudam a repensar as condições sob as quais você viveu no passado. Se "ela" não gostava de sexo oral ou tinha vergonha do próprio corpo, uma nova experiência representa uma nova chance a seus desejos reprimidos. Afinal de contas, o início de qualquer relacionamento é leve, já que nestes casos o desempenho na cama não compromete o que está fora dela.
Além disso, a pesquisadora defende que "não se fechar" após a separação pode servir como tática para fazer seu corpo liberar substâncias que contribuem para um aumento considerável do desejo sexual e da sensação de bem-estar. Entre elas estão a testosterona e o estrogênio, que ampliam a atividade da dopamina e da norepinefrina no cérebro – neutransmissores associados à energia, motivação e alegria.
"Esse coquetel químico é mais um benefício que você não vai encontrar nos relacionamentos de longo prazo que deixou para trás", garante Mark.
