Por muito tempo eu me restringi apenas a filmes americanos e ingleses e um ou outro filme nacional. Mas de um tempo pra cá eu resolvi abrir minha cabeça para filmes feitos em todos os cantos do planeta, e descobri que têm muita coisa legal no cinema japonês, alemão, francês, espanhol, mexicano, argentino, italiano, coreano e por aí vai. 

Embora eu seja fã declarado do cinema americano e de blockbusters como Vingadores, Batman ou Star Wars ou filmes mais "cabeçudos" como Clube da Luta, A Origem ou Matrix, é importante deixar claro que o que diremos nas linhas subsequentes não tem como objetivo depreciar o cinema feito na terra do Tio San, mas sim enxergar além dele.

O ponto alto do cinema feito em outros cantos do globo é que: mesmo histórias bobinhas e recheadas de clichês podem ser interessantes se contadas pela ótica de outra cultura. E grandes histórias podem exercer uma enorme influência sobre nós, principalmente aquelas que fazem você se questionar e passar a refletir sobre os rumos que têm dado a sua vida.

Por isso selecionei sete “filmes estrangeiros” que além de conversar com o universo masculino das mais diversas maneiras são todos longas bem divertidos - ok, exclui-se Salò ou os 120 dias de Sodoma, punks! - e/ou pelo menos interessantes, então, caso você não seja um grande fã de filmes estrangeiros, talvez esta seja sua porta de entrada para o cinema além da América, confira:

Dirigido por Park Chan-wook, Old Boy é a segunda parte da renomada Trilogia da Vingança. Antecedido por Mr. Vingança e seguido por Lady Vingança, o filme conta a história de Oh Dae-su, um homem que fica preso em um quarto de hotel por 15 anos e ao ser liberado se vê envolvido em uma rede de conspiração e violência. Old Boy tem todos os ingredientes que todo grande filme de ação possui, além de contar com um enredo fantástico e uma história envolvente e chocante. 

Definitivamente um filme para poucos, pesado, sádico e cruel. Saló é a obra definitiva do grande cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, baseada no livro de Marquês de Sade “Os 120 dias em Sodoma”. O filme narra a história de quatro fascistas que sequestram um grupo de jovens composto por homens e mulheres que passam a servi-los como escravos sexuais, e sendo obrigados a praticarem os mais diferentes tipos de orgias. Contudo, engana-se quem pensa que o filme é sexy e erótico, a crueldade exposta na tela enoja e faz desta obra uma grande crítica escancarada ao regime fascista e a Igreja italiana.

Quando se fala em Japão nos vem sempre o mesmo nome: Akira Kurosawa. Mas vamos deixar de viver do passado e nos focar no presente. Esta é, sem dúvida alguma, uma das melhores adaptações de um mangá para o live action. A história de Battousai, o retalhador, foi brilhantemente adaptada para este longa metragem. Samurai X conta a história de Kenshin Himura, um samurai que trabalhava a serviço do Império exterminando incontáveis vidas. Mas com o fim do xogunato e instauração do governo Meiji, ele fez a promessa de nunca mais voltar a matar abandonando a alcunha de retalhador e passando a viver como um simples andarilho. Contudo Kenshin se vê envolvido com uma série de assassinatos e negócios ilícitos relacionados à comercialização de ópio, o que coloca seu juramento à prova. 

Provavelmente o título mais conhecido da lista. Este brilhante longa de amizade conta a história de Philippe um rico aristocrata que, após sofrer um grave acidente fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss, um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos ele aprende a função, apesar das diversas gafes que comete. Philippe, por sua vez, se afeiçoa cada vez mais a Driss por ele não tratá-lo como um pobre coitado. Aos poucos a amizade entre eles se estabelece, com cada um conhecendo melhor o mundo do outro. Vale ressaltar as brilhantes atuações de François Cluzet e Omar Sy.