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Sexo após a maternidade

Como fica a rotina sexual do casal com a chegada de um bebê (e como resolver isso)

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Dizem que a vida sexual de um casal é um dos pontos mais afetados na relação após a chegada dos filhos. Em uma mistura de hormônios, questões físicas e emocionais, muitas vezes o sexo acaba ficando ficado de escanteio (ou pior, vai para o banco de reserva). 

Esse período é aquele que mãe e bebê querem ser um só  e vivem uma relação única e necessária para o desenvolvimento saudável entre mãe-bebe. Sendo assim, é natural que o “tesão sexual” da mulher não esteja tão presente na relação marido-mulher, pois todas as energias da nova mamãe estão focadas no instinto da maternidade, e isso desgasta o físico e o emocional da mulher. Até porque o cansaço das noites mal dormidas não é muito inspirador para elas. 

Mas é justamente aí que o casal não pode deixar a peteca cair. Muitos homens mal vêem a hora daquele recesso de 30 a 60 dias acabar para “voltar com tudo”, mas esse tipo de pensamento pode deixar algumas mulheres ainda mais ansiosas e propensas a não querer manter o relacionamento que tinha antes do bebê. 

É então que homem, muitas vezes, fica perdido em relação ao seu papel pai-esposo e acaba se sentindo-se deixado de lado pela mulher. “É importante que cada casal tenha o seu tempo. O corpo da mulher sofre uma série de transformações durante a gestação. O corpo precisa de um tempo para voltar ao normal, porque o pós-parto exige um tempo para que os órgão e tecido se recuperem do procedimento”, explica Tatiana Leite, terapeuta de casal e família com especialização em Sexualidade Humana. 

Recentemente, o jornal britânico Daily Mail publicou uma pesquisa realizada pelo site Netmums, que aponta que 75% das mulheres fazem menos sexo após maternidade. Muitas entrevistadas admitiram que perderam interesse por suas aparências e se tornaram um tanto descuidadas com roupas e a beleza, o que é considerado "normal". 

O que não pode ser normal, para manter a saúde da relação, é o homem deixar de fazer seu papel e ainda criticar a mulher pela aparência e desempenho após a maternidade. Esses e outros fatores levam diversos casais para sessões de terapia. “Existem dados que mostram os motivos que levam os casais para os consultórios, dentre eles está infidelidade, problemas sexuais e mudanças no ciclo de vida como a chegada dos filhos. Questões essas que geram grandes impactos na relação amorosa e familiar”, exemplifica a terapeuta. 

A profissional ainda assegura que o modo como foi feito o parto (cesárea x normal) também não interfere no interesse sexual da parceira, o que é uma dúvida constante entre os papais. “A relação com a escolha do parto normal ou cesárea não está ligada a perda de libido, mas sim as representações e as experiências vividas pela mulher durante o período do parto e do pós-parto. As adaptações com o bebê, noites mal dormidas, cansaço e ansiedade geram uma oscilação hormonal e emocional vivida intensamente no pós-parto e isso, sem dúvida, pode causar um impacto na vida sexual”, afirma. 

Mas, essa fase da vida também não é um bicho de 7 cabeças e quem disse que não existe vida sexual depois dos filhosesta bastante enganado. O sexo é (e deve ser) parte importante de qualquer relacionamento amoroso, independentemente se o casal tem filhos ou não. É ele que faz a conexão homem-mulher ser uma relação mais madura. 

Uma das chaves para que o casal volte ao sexo após o nascimento de um filho é a erotização da relação. “Admiração, intimidade e carinho são fundamentais para a retomada da vida do casal”, explica Tatiana. “A mulher passa a ser vista como mãe e a retomada da vida a dois pode ficar um pouco confusa no inicio. Mas, a tendência é que isso passe e o casal retome a sua vida conjugal com o tempo. Isso quer dizer a intimidade, beijos e carícias, até que o sexo volte na relação”. 

Para evitar toda esta fase, que pode ser traumática para ambos, o ideal é que o casal já possa pensar e planejar em sua vida sexual ainda durante a gestação, pensando em estratégias para manter o romance e o “sex appeal” após o nascimento do filho em um momento em que ainda não estão tomados pela rotina e o cansaço. É importante que esteja claro a função de cada um nos primeiros meses de vida do bebê, e que o pai compreenda e desempenhe seu papel neste momento. Assim a mulher se sente mais segura e ambos podem engajar juntos nessa nova fase. 

“MAS NÃO É VOCÊ, SOU EU”

Existem casos em que é o homem quem perde o desejo pela mulher, o que também é considerado normal nesta fase. Muitas vezes, a recusa pelo sexo ainda na gravidez faz com o que homem passe a ver a mulher somente como mãe e não mais como esposa, o que causa a falta de interesse. 

“A terapia de casal pode ajudar nesse momento de impacto na relação. Muitos casais relatam que não estavam preparados para o desgaste físico e emocional que surge após o nascimento do filho, principalmente os homens. As mudanças no ciclo de vida pedem novas respostas e adaptações, que geram um desconforto no início, mas que podem ser superados se houver um consenso”, recomenda a terapeuta. 

Geralmente, as mulheres associam afeto e sexo. Se não se sentem amadas ou não admiram seu parceiro a libido cai. E você não quer isso, certo? Então, elogiar a esposa, ser um bom pai e demonstrar companheirismo, com certeza, são atitudes em direção a uma vida sexual mais ativa, gostosa e saudável.


Nathalia Marques