Hoje em dia é até difícil pensar em música sem lembrar da alta tecnologia que cerceia desde a produção até a distribuição de álbuns e faixas. A infinidade de artistas independentes e a corrida pela qualidade em menor tempo e custo exigiu uma mudança radical na indústria, embora o mercado ainda esteja em dúvida quanto ao consumo dos saudosistas da era da fita e do vinil. E não é à toa!
Fundada por Henry Spiller, a loja britânica Spiller Recors abriu as portas vendendo fonógrafos, cilindros de cera e discos de goma-laca em Cardiff, Wales, em 1894. Mais de um século depois, ela continua atraindo fãs e colecionadores de todo o globo, provando que quem é vidrado em música não quer apenas lotar seu computador de mp3.
No início dos anos 1920, o filho de Spiller, Edward, assumiu a gestão do negócio e, com a ajuda do acordeonista Joe Gregory, passou a vender instrumentos musicais além de discos. O estabelecimento sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e poucos anos depois mudou de endereço para instalações maiores em Hayes -- onde se tornou uma “meca” para os fanáticos por música.
Popular nos anos 80 e 90, o “point” encarou o problema que muitos distribuidores independentes na Europa enfrentaram com a queda nas vendas por conta das compras online, além dos downloads, streaming e a pirataria. No entanto, o que manteve a loja icônica em pé foram os entusiastas que consideram a Spiller Records mais que uma loja: uma instituição.
O acervo conta com LPs memoráveis de bandas como Pink Floyd, White Stripes, Rolling Stones e Iron Maiden. Seguindo a tradição das antigas lojas de discos, a Spiller Records recebe diversos artistas num clima descontraído, os quais se apresentam praticamente em meio aos fãs. Super Furry Animals, Cerys Matthews, Coral e os Zutons estão entre os artistas que visitam a loja regularmente e até o memorável Daniel Johnston já deu as caras por lá.