Em época de eleições, é comum encontrar figuras populares do universo do entretenimento brasileiro se aventurando na política. A lista de artistas, músicos, atores, comediantes e jogadores de futebol que chegaram a disputar diversos cargos públicos é grande, e vai desde Sílvio Santos até o Marcelinho Carioca.
Porém, a posição de vereador, ou edil, aparentemente não só vem atraindo mais personalidades populares como os cidadãos realmente estão elegendo-as. Quem visita o portal da Câmara Municipal de São Paulo hoje, encontra nomes como do cantor Agnaldo Timóteo, Netinho de Paula e até do judoca Aurélio Miguel. Mas a questão permanece: qual o grande atrativo desta profissão?
Legalmente, não há qualquer impedimento para que um cidadão comum se candidate ao vereio. "A constituição exige apenas que ele seja alfabetizado em língua Portuguesa, mas é recomendável que o candidato tenha o mínimo de formação política", explica a vereadora Noemi Nonato, que já está em seu segundo mandato como vereadora de São Paulo. Além disso, o indivíduo deve estar "filiado a um partido político e em dia com o 'Ficha Limpa', ou seja, não pode ter sido condenado por má gestão ou desvio do dinheiro público", salienta ela.
Segundo a Câmara Municipal, o salário bruto atual de quem ocupa a cadeira de vereador é de R$ 9.288,05, sem contar os auxílios para alimentação, vestimenta, transporte e suprimentos de gabinete. A rotina de um edil varia de acordo com as comissões que ele participa na Câmara, as quais promovem reuniões semanais para a discussão de Projetos de Lei. "As comissões também programam visitas a hospitais, instituições públicas e privadas para defender os direitos da população. Além disso, temos sessões plenárias que podem ser regulares de terça até quinta feira ou sempre que necessário, por convocação do presidente da Câmara Municipal, para apreciação de Projetos de Lei e outras matérias relevantes que influenciam no cotidiano da cidade", comenta a vereadora.
Para participar do governo municipal como vereador, juntamente com o prefeito e seu vice, é necessário ser maior de 18 anos na data de candidatura, e Nonato recomenda também que o indivíduo se engaje "nas lutas de sua comunidade e da cidade em geral para conseguir o apoio necessário para sua eleição".
Apesar da vantagem que a imprensa representa aos candidatos já consagrados pela imprensa nacional, a vereadora Noemi Nonato acha "legítimo que pessoas que já tenham um reconhecimento público tentem se candidatar à vida pública", pois apesar dos benefícios e do alto salário garantido aos vereadores, "o mais importante é que estas pessoas não frustrem seus eleitores e lutem pelos interesses da população Paulistana", conclui ela.