Com as facilidades do formato digital e da possibilidade de compartilhar as imagens registradas com amigos e pessoas do mundo inteiro através da web, nunca se fotografou tanto como nos dias de hoje, inclusive de aparelhos celular com qualidade bem razoável. Mas com o passar do tempo, é normal que a pessoa se interesse mais pela prática e busque mais possibilidades para melhorar os resultados das fotos, inclusive com uma abordagem mais artística.
Por conta disso, nós convocamos o fotógrafo Claus Rebelo para ajudar na escolha do equipamento e também para dar dicas básicas de composição de imagem, ajustes e iluminação. Especialista em fotografia publicitária e sócio da agência URock, Rebelo diz que, em primeiro lugar, é importante definir que tipo de uso a pessoa fará da fotografia.
“Não adianta sair torrando grana em máquinas super poderosas e cheias de recursos, quando se quer apenas registrar momentos sem ter trabalho nenhum. Atualmente, existem no mercado máquinas automáticas que chamamos de Point and Shoot (apontar e disparar) de excelente qualidade, com preços acessíveis e compactas. Marcas tradicionais como a Canon, Nikon, Fuji, Olympus e, mais recentemente, a Sony possuem bons modelos. Visite o site de cada uma delas, navegue na web atrás de informações, existem inclusive diversos sites que fazem comparativos entre as máquinas”, recomenda.
No caso de a pessoa almejar um estágio mais avançado, em que ela tenha maior controle manual de suas fotos, Claus sugere as câmeras SuperZoom, que têm estrutura interna semelhante às Point and Shoot, com a diferença de possuírem um corpo mais avantajado e, geralmente, uma lente com grande possibilidade de zoom – algumas chegam a aproximar o objeto em 30 vezes.
“Estas (SuperZoom) normalmente começam a disponibilizar controles manuais e velocidade do obturador e abertura do diafragma, mas através de botões muitas vezes pouco acessíveis e de resposta muito lenta; o que pode ocasionar aquela situação em que você deixa todo mundo esperando a foto enquanto briga com mil botões para definir a regulagem correta. Resumindo, elas possuem bons recursos, porém parecem fazer de tudo para que você não os use. Particularmente eu acho as máquinas menos interessantes. Recomendo o investimento numa boa Point and Shoot ou que a pessoa junte um pouquinho mais de dinheiro e compre uma Semi Profissional” afirma o especialista.
Agora, se a procura é por uma câmera que permita acompanhar um curso de fotografia, mesmo que básico, e que seja capaz propiciar controles totais sobre a máquina, quando o usuário dirá a ela o que fazer, será necessário partir para a aquisição de uma Semi Pro ou uma Profissional. Segundo o fotógrafo, ambas são facilmente identificáveis, pois não possuem lente acoplada ao corpo.
“Nós a chamamos de câmeras de lentes intercambiáveis. Ou seja, você pode trocá-las e adquirir quantas quiser. Essas lentes possuem o controle mecânico do zoom através de um anel. Trocando em miúdos, a grande vantagem destas máquinas em relação às anteriores são, além da qualidade da imagem gerada através de um sensor maior e mais avançado, o controle total de todas as funções, o uso de lentes de melhor qualidade e, principalmente, a velocidade de captura da imagem. Sabe aquela situação em que você vê uma cena, aponta a sua câmera automática e, até ela focar, acabou perdendo a cena? Pois é, isso é muito minimizado nas máquinas semi profissionais e profissionais”, avalia.
Para fechar o guia, Rebelo dá cinco dicas essenciais para que o resultado da foto seja o mais satisfatório possível:
1 – A fotografia é baseada na luz ou, como alguns preferem, no reflexo dela. Antes de clicar, avalie a cena e observe a quantidade e de onde está vindo a luz, para saber onde ficará posicionado o que será registrado e você próprio. Sim, é possível fotografar contra o sol, desde que o objetivo seja criar uma imagem com a silhueta das pessoas ou que você use o flash para preencher. Não existe o certo e o errado tudo depende do que se deseja fazer.
2 – Desprenda-se do costume de centralizar pessoas/objetos nas fotos. Tente imaginar na tela ou visor da sua máquina duas linhas horizontais e mais duas verticais, como se fosse um jogo da velha. Os quatro pontos que se formam através do encontro destas linhas são os mais importantes e é onde você deverá posicionar o assunto a ser clicado. A maioria das máquinas possui esse recurso, conhecido no meio com grelha. Isso se chama Regra do Terço.
3 - Pare de usar flash para tudo, pois, na maioria dos casos, mais estraga do que ajuda uma foto. Ele chapa tirando volume das imagens e cria sombras indesejáveis.
4 - No início, tenha sempre como parâmetro seu próprio olho. Tente tornar a sua foto o mais próximo possível do que você está enxergando; ou seja, se está em um ambiente escuro, o seu registro sairá escuro mesmo. Fotografia tem como princípio retratar e gravar aquela cena exatamente como ocorreu.
5 - Nada do que citei acima são regras, apenas dicas amplamente utilizadas. Sintam-se livres em experimentar, estudem seus equipamentos, pratiquem muito e, acima de tudo, divirtam-se bastante.