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Pôquer pra toda obra

Blefar não é pecado! Especialista conta como o popular jogo de cartas pode ajudar no mundo corporativo

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Um profissional em início de carreira pode não ter a oportunidade de atuar estrategicamente na empresa onde trabalha, mas certamente deverá ter uma estratégia de carreira e de vida se quiser ser bem-sucedido. Isso significa ter auto-controle emocional, avaliar riscos, tomar decisões com informações incompletas e analisar o ambiente competitivo -- recursos também bastante usados no pôquer, um dos jogos de cartas mais populares do mundo.

Segundo William Shibuya, especialista na associação do jogo com o universo dos negócios, o fato de você ter começado a partida com poucas fichas não quer dizer sua aposta não conta. “No pôquer, nós dizemos que o jogo começa antes de começar. Isso significa que antes de sentar em uma mesa para jogar, vou avaliar uma série de fatores para determinar qual o retorno e o risco potencial da mesa, inclusive ler as pessoas”, explica ele.

O profissional de treinamentos organizacionais, que também é palestrante e professor universitário, teve contato com o esporte ainda criança, porém pratica seriamente há cinco anos. Shibuya defende que o pôquer é uma das melhores ferramentas para desenvolvimento de pensamento estratégico que existe. Por conta disso, é possível usá-lo em qualquer posição no mercado se você quiser “ser bem-sucedido”. 

ENTREVISTA 
Se você pretende mudar de emprego ou tem uma entrevista marcada, faça uma análise prévia. Se pretende assumir esta nova posição que está diante de você, pondere critérios como o retorno esperado, o ganho em termos financeiros, competitivos, de experiência, crescimento, e qualidade de vida, entre outros critérios. É a hora de decidir: a proposta está alinhada com sua estratégia de carreira? Quais são os riscos envolvidos? Você consegue lidar com esses riscos? 

PASSIVIDADE
Muitos profissionais são bastante passivos durante a entrevista, tendendo a responder somente o que é perguntado e pronto. Um bom jogador de pôquer é muito pró-ativo e, portanto, não costuma deixar a oportunidade passar. Numa situação dessas, você está lá também para avaliar e não apenas ser avaliado. Ler o entrevistador, entender seu perfil, buscar criar empatia e envolvê-lo emocionalmente são os objetivos de quem joga pra valer. Tudo isso é pôquer no mundo profissional.

PÔQUER É DIFÍCIL?
Buraco é muito mais difícil de aprender do que pôquer. “Parte da magia dos grandes jogos estratégicos, como poker e go, é que você aprende em minutos, mas leva uma vida inteira para dominar. Porque eles são simples, porém profundos”, garante Shibuya. Para ele, a melhor maneira de aprender é na prática, jogando mesmo. “As pessoas ficam inseguras e com medo na primeira rodada, mas ela dura poucos minutos. Em pouco tempo a pessoa que pratica percebe que é muito mais tranquilo do que imaginava”, desmistifica o expert. 

PRA QUÊ TUDO ISSO?
A grande missão do jogador de pôquer é ganhar o máximo possível, gastando o menos possível e com o menor risco possível. Por isso o poker é um jogo bastante matemático. Você vai, basicamente, fazer cálculos para estimar o risco envolvido e estimar o retorno esperado em cada situação. Se o retorno for maior que o risco, a decisão correta é seguir em frente e competir. Como nas empresas, a avaliação de risco é algo subjetivo e o bom jogador tem que ser um grande avaliador de riscos. 

O BLEFE
Blefar significa principalmente passar uma imagem que não corresponde à realidade. E isso é o padrão no mundo corporativo: raramente você tem como saber exatamente o valor real de uma pessoa, de um negócio, de uma empresa. “Cada um vai manipular as percepções dos outros à sua maneira”, conclui Shibuya.