Sexo, prazer e dor Dizem por aí que o sadomasoquistas são pessoas esquisitas . Para desvendar esse mundo, o AreaH conversou com especialistas gplus
   

Sexo, prazer e dor

Dizem por aí que o sadomasoquistas são pessoas esquisitas . Para desvendar esse mundo, o AreaH conversou com especialistas

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Dor, sofrimento, coisa de maluco, esqueça, o sadomasoquismo pode ser mais um instrumento para turbinar a relação do casal na cama. Como dizem por aí, sexo é vida e para que ele continue assim, é preciso usar a criatividade ao máximo, mas sem deixar de lado os limites. 


"Um comportamento sexual é saudável se segue alguns padrões de cuidados com os vários aspectos da saúde: física, psicológica e social. Adotando estes preceitos, podemos encontrar os comportamentos sexuais saudáveis e sob estas perspectivas compreender como a prática do sadomasoquismo pode ser benéfica," é o que diz Oswaldo Rodrigues, psicólogo e terapeuta sexual e um dos fundadores do Instituto Paulista de Sexualidade. 

Com roupas características (geralmente feitas de couro), objetos próprios como chicotes e algemas, o sadomasoquismo é caracterizado por pregar a submissão, sofrimento, que se mistura com prazer e até mesmo um pouco de dor. Todavia, por ser uma alternativa incomum para muitos casais, é fundamental estabelecer um diálogo com a parceira para que nada saia do controle. 

"Normalmente nos relacionamentos sadomasoquistas formais existe um contrato desenhado em comum acordo e que prescreve quais são as necessidades, desejos e limites de cada um," explica Oswaldo. 

Membra do Instituto Kaplan de São Paulo, a sexóloga Sandra Lima Vasques vai além e alerta para os perigos de colocar a integridade física em risco. "A prática do sadomasoquismo pode ser saudável desde que seja apenas uma das fantasias que o casal use para se divertir, do contrário há o risco de invadir os limites do outro e colocar o relacionamento em risco. É preciso também se atentar para os riscos de ter algum problema físico," explica.  

Ela no comando

Com níveis de popularidade cada vez mais altos entre as mulheres, o sadomasoquismo é tratado por elas com muita seriedade. Conhecidas como BDSM, sigla para Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo, muitas destas moças são pessoas normais que apenas se excitam com a coisa. 

Sandra Vasques considera o sadomasoquismo uma maneira de levar o relacionamento para outro nível. "Além de revelar um jeito de viver a relação afetiva sexual baseada na necessidade de machucar, imprimir dor, humilhar, no caso do sádico e de ser machucado, sentir dor e ser humilhado, o sadomasoquismo exclusivo transcende e também se expressa por um jeito de ser e estar no mundo e não só no relacionamento sexual," diz.   

Apesar de polêmico, o sadomasoquismo é visto como uma espécie de fetiche pelos homens que gostam de se sentir dominados na cama. A partir disso surgem as fantasias sexuais, como transar com uma mulher vestida de policial (quem nunca pensou nisso?) ou até mesmo tomar tapinhas na cara, tudo faz parte do jogo.  "O praticante sadomasoquista não agride nem é agredido. Não existe hostilidade enquanto crime e agressão. As práticas não são brincadeiras, são formas de trocar emoções e viver o desejo, a excitação e o prazer do sexo," argumenta o psicólogo Oswaldo Rodrigues. 

Por outro lado, Sandra acredita que existem sim ricos dos ‘tapinhas de amor’ se tornarem agressões. "Há sim chances de carícias se transformarem em algo mais sério. Se os participantes não respeitarem os limites estabelecidos como ideais e seguros por ambos, pois este desrespeito pode ser um grande indicador de que a brincadeira ultrapassou o limite e virou agressão. É importante que só se aceite viver esse tipo de jogo se houver muita confiança entre os dois," opina. 

Para os interessados e praticantes da coisa, existem diversas lojas especializadas em artigos para sadomasoquistas nas grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, em qualquer sexo shop é possível encontrar desde os mais comuns, como algemas e máscaras, até apetrechos considerados exóticos como uma roupa de diabinha e diversos modelos de coleiras.  

Se feito em comum acordo e respeitando o espaço do outro, o sadomasoquismo pode ser muito prazeroso e atuar como combustível para a relação.