O sucesso de bilheteria sobre o analista de sistemas que sobreviveu durante mil e quinhentos dias numa ilha do oceano Pacífico após um desastre aéreo dantesco pode ser pura ficção -- mas a impressão que deixa é mesmo verdadeira.
Apesar das controvérsias, o diretor Robert Zemeckis se inspirou no livro Castaway (1984), que conta a história real de Gerald Kingsland e Lucy Irvine. No início dos anos 80, o casal de vinte e poucos anos se isolou por um ano numa pequena ilha australiana, vivendo de maneira improvisada como verdadeiros náufragos.
Empolgado com sua pesquisa sobre os efeitos do isolamento na psique, até o ilustre roteirista William Broyles Jr. não resistiu e se isolou numa praia deserta do Golfo da Califórnia. Como meninos sonham com quem levariam para uma ilha deserta, enquanto homens arquitetam planos para escapar dela, chegou a hora de você também aprender com essa experiência. Veja a seguir o que Chuck Noland teve que compreender antes de conseguir voltar pra casa.
1 - O TEMPO NOS SALVA, OU NOS MATA
O tempo nos controla sem piedade, não liga se estamos doentes, com fome, com sede, se somos russos, brasileiros ou seres de Marte. É como o fogo: pode nos destruir, ou aquecer. Garotos andam em círculos, mas Noland não. Quando dominou a alternância das estações do ano e a direção dos ventos, foi direto ao ponto: construiu uma jangada e mergulhou de cabeça em seu objetivo. Afinal de contas, meninos se tornam homens quando não se arrependem e sim aprendem.
2 - RECLAMAR É INÚTIL
Nem Kelly Slater conseguiria ultrapassar as ondas gigantescas das Ilhas Fiji ao estilo Noland: num bote salva-vidas furado com remo de plástico. O funcionário da Fedex teve sorte, mas chegou “moleque” demais para voltar a Memphis tão cedo. Ele passou por várias adversidade, mas teve que encarar suas limitações sozinho até escolher as disputas certas, como um homem!
3 - NENHUMA AJUDA VEM DE GRAÇA
Meninos ficam a ver navios, homens embarcam. Cego de desolação, Noland chegou até a acreditar que um navio no horizonte conseguiria enxergar a luz de sua minúscula lanterna. Ao receber de presente da maré algo que poderia usar como vela, ele comprovou eventualmente que estava pronto para receber esta ajuda. Levou na bagagem a certeza de homem maduro: conseguiria alcançar qualquer navio daqueles.
4 - INDEPENDÊNCIA OU MORTE
Chuck Noland sentiu na pele uma verdade incômoda para quem está habituado a exigir -- a de que o ser humano de fato tem poder bastante limitado sobre si mesmo. Por conta disso, ele teve que enfrentar seus próprios medos muito mais do que os perigos da ilha selvagem antes de conseguir escapar.
5 - IMAGINAR É SALVAR A SI MESMO
Não existe o melhor momento para criar. Desde o simpático Wilson até as maquinações geográficas mais complexas, o náufrago encarnado pelo brilante Tom Hanks não se rendeu à corda no pescoço -- ele tinha que testar. Não foi pela teimosia juvenil que Noland conseguiu fazer fogo a partir do atrito, mas pela persistência de homem feito. Ao prestar atenção nos fatos mesmo sem esperanças quanto ao nosso destino, crescemos.
6 - A COISA MAIS BELA DO MUNDO É O PRÓPRIO MUNDO
A mera consciência de que fazemos parte de um todo maior e inevitável pode soar como uma ameaça a garotos egocêntricos. No entanto, ela é o conforto do homem que se atira no mundo como se todos os lugares fossem o seu. Quando as coisas dão errado, meninos caem no chão, porém homens caem na estrada!