Seguindo os princípios da conduta masculina – onde comer quieto não se cogita – o cidadão faz um take da japa nua em sua cama e vocifera o sucesso do coito como troféu em ambiente digital.
Vou te situar: um suposto vídeo íntimo da apresentadora Sabrina vazou na web, onde um cara que não se sabe quem, envaidecido por sua conquista após uma aparente noite de sexo com a japa mais cobiçada desta terra, resolveu espalhar para a plateia (que seria a rede mundial de computadores) que ele é foda e que não há limites para sua expansão. Ok, era hoax, ou seja, um vídeo de mentirinha usado para dar um up numa campanha publicitária. Mas, vamos supor que fosse verdade...
Se pudesse transaria com ela em praça pública. Se pudesse faria o “ato obsceno” no coletivo. Da minha capacidade especulativa: o que vale mais, a transa homérica ou a constante aprovação dos que o cercam?
Penso que seria a segunda opção. É antigo o interesse em observar a vida alheia, vale ressaltar que havia somente duas pessoas no mundo: Adão e Eva, e eles fizeram o que não era permitido e viraram história condenante para todas as próximas gerações. Até a árvore faz fofoca!
O falatório é praticado com sabor melhor que cerveja na happy hour. Para os homens, então... De que adianta transar com a Sabrina se vai guardar segredo? A gozada está na predileção por falar, em geral com certa malícia.
O valor masculino parece só ser reconhecido se rolar uma aceitação do meio. Reforçar a autoestima, ter a aprovação dos que o cercam, se tornar diferente e muito mais que os colegas.
Parece que somos psiquicamente estruturados pelo fascínio à fofoca. Não fosse esse jeito nato masculino,as mulheres estariam liberando muito mais. O medo em “ficar falada” ainda impede muita garota de ir pra cama com fulano de tal.
Tem mulher que dá de ombros para isso, mas para a grande maioria estar na boca do povo porque fez o que todo mundo faz – sexo – é experiência traumática.
Mas me colocando no lugar do cara, tentar e conseguir uma mulher “inatingível” como a Sabrina é um tiro de HK em todos os seus demônios internos. Ele surpreendeu a si próprio quando ganhou a dádiva de praticar o coito com uma famosa desse calibre.
É a reviravolta do ego: “eu sou foda, eu sou capaz, eu cheguei ao topo.” é ter Hollywood a seus pés. Ninguém mais vai duvidar desse cara. Ele ganhou todo o mérito dos camaradas.
Ainda que você, leitor, seja um rapaz de fino trato, se tivesse vivenciado essa situação, duvido que ia falar baixo sobre o assunto. Eu entendo o assassinato da modéstia, agora ele é o número 1 da lista de comedores.
Sobre Denise Molinaro
Denise Molinaro é jornalista, paulista mas prefere o Rio de Janeiro. Gosta de observar as pessoas para escrever sobre elas. Edita o AreaH. Manda sua sugestão de pauta pra ela.
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