Para as mulheres, Facebook, Twitter e Instagram são ferramentas de comunicação, expressão e abertura para o compartilhamento de informações pessoais. Já os “homens, por outro lado, usam a ferramenta para coletar informações que precisam para construir influência e ganhar poder”, garante Dra. Lisa Strohman, psicóloga da Universidade da Califórnia e fundadora do Technology Wellness Center, uma das primeiras organizações dedicadas ao vício e abuso de tecnologia em todo o planeta. “As redes sociais os ajudam a fazer pesquisas, conseguir contatos relevantes e eventualmente elevar seu status.”
Busca por aprovação
Segundo Strohman, as duas áreas mais afetadas são nossas construções emocionais e interpessoais. “Usuários emocionalmente abalados tendem a se tornar mais dependentes das redes sociais em busca de validação externa, e podem se tornar obcecados por postar e checar seguidores, curtidas ou postar comentários”, afirma a especialista. “Interpessoalmente, pode haver perda de conexão real entre amigos, parceiros ou colegas em troca da manutenção das conexões virtuais que a mídia social incentiva.”
A psicóloga adverte que a superexposição nas redes sociais impacta nossas vidas direta e indiretamente. “Podemos ter consequências no trabalho, família e amigos se não mantivermos limites claros do que deve ou não ser compartilhado num fórum público. Indiretamente, a pessoa pode sentir amigos e entes queridos se afastarem e começarem a limitar a quantidade de dados pessoais que compartilham com ela. Isso leva a um distanciamento maior e atrai ainda mais o usuário para essas plataformas.”
Postagem perpétua
“A superexposição nos deixa vulneráveis de maneiras que às vezes não podemos imaginar. A ideia de que algum comentário idiota que fizemos ou uma selfie num dia de cabelo ruim vai ficar postada perpetuamente às vezes nos engana. Expor demais na rede também pode estar relacionado à depressão e ansiedade”, explica Joy Harden Bradford, PhD em psicologia pela Universidade da Louisiana e especialista em relacionamentos. “ Se sentir mais conectado com pessoas on-line mas ser ausente com os outros na vida real pode levar ao isolamento e a sentimentos depressivos. Da mesma forma, nos tornamos ultrapreocupados com a reação que tudo que postamos nas redes sociais irá causar. A situação pode gerar ansiedade por medo da reação negativa”, alerta.
Uma versão editada de uma história
Farah Parker, Coach Executiva da Universidade do Sul da Califórnia, defende que a superexposição pode resultar em expectativas irreais de sucesso. “Quanto mais pessoas se engajam em diferentes plataformas on-ine, os problemas começam a aumentar com relação à imagem corporal. Vemos cada conquista de nossos amigos, além de ocasiões importantes e momentos perfeitamente filtrados no tempo”, lembra Parker. De acordo com ela, os usuários podem se tornar deprimidos ao comparar constantemente suas vidas ao que veem nas timelines. “É fácil esquecer que estamos assistindo uma versão editada de uma história. O autor pode facilmente omitir a tristeza, erros, e falhas – cada elemento que nos torna humanos. Há um grande risco de se tornar obcecado com a própria imagem, avaliando constantemente suas selfies em busca da imagem perfeita.”
Para Parker, quando o consumo de mídias sociais não é controlado, “o usuário aumenta seu risco de desconexão com a realidade, minimizando sua habilidade de se envolver no tempo real”. Em outras palavras, aqueles que não conseguem ficar longe das redes podem sofrer para conseguir ter relacionamentos sólidos e conversas na vida real.
E você, acha que exagerou alguma vez? Confira a seguir cinco dicas da coach para evitar a superexposição nas redes sociais.
1. Antes de postar, pergunte a si mesmo, “como isso pode impactar minha vida?” Se você pensar duas vezes sobre algo que pode ofender outras pessoas, então é melhor seguir pelo caminho mais seguro e evitar a postagem.
2. Crie listas para seus perfis em mídias sociais. Se você gosta de postar histórias engraçadas para seus amigos lerem, há uma forma de excluir os outros da conversa. É especialmente importante postar mensagens apropriadas quando seus colegas de trabalho podem ver sua timeline.
3. Seja honesto consigo mesmo e decida se você está postando apenas para chamar atenção. Todos precisamos de apoio e, às vezes, nos voltamos às redes sociais – onde é fácil conseguir aprovação. Ao invés de postar para centenas ou milhares de pessoas, converse com alguém que você confia. Evite postar comentários emotivos nas mídias sociais. As pessoas vão lembrar cada palavra que você disse (e podem usá-las contra você no futuro).
4. Nunca poste quando estiver nervoso. Quando alguém te deixa louco de raiva, lembre-se que você é um adulto e deveria resolver a questão individualmente— e não para todo mundo ver.
5. Evite marcar pessoas nas imagens até que elas aprovem. Você sabe se elas se sentem confortáveis em compartilhá-las publicamente? Em geral, amigos e familiares postam fotos antigas sem a sua aprovação. Sempre pondere e envie uma mensagem direta à pessoa dizendo “você está nesta imagem. Tudo bem se eu postar?” Se você estiver com a pessoa, mostre a foto a ela no seu telefone primeiro, e só poste se tiver autorização.
Resumindo: pense três vezes antes de postar. Lembre-se que no mundo virtual não é raro ignorarmos os sentimentos alheios. Afinal, é mais difícil ver a dor e lidar com a reação. Seja um usuário diplomático e respeite a si mesmo e aos outros.
Sobre Danilo Barba
Danilo Barba é músico e jornalista pós-graduado em Negócios Internacionais pelo George Brown College de Toronto. Bloga sobre Sexo Oposto no Yahoo Mulher. No Insta e Twitter: @dambarba
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Danilo Barba é músico e jornalista pós-graduado em Negócios Internacionais pelo George Brown College de Toronto. Bloga sobre Sexo Oposto no Yahoo Mulher. No Insta e Twitter: @dambarba
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