Gordura é uma palavra que automaticamente se liga a dois adjetivos: gostoso e doença. Sabe como é aquele velho ditado: tudo o que é gostoso engorda. Mas, não é novidade para ninguém que além desta gordura vilã, há a gordura galã – aquele lance que um dia seu médico já falou para você, de colesterol ''bom e ruim''.
Mas, deixando de lado o que já se sabe, algumas perguntas são comuns quando o assunto da vez é a gordura, mas nem sempre as respostas são claras. Onde encontro as gorduras saudáveis? Por que existem gorduras boas e ruins? Por que a gordura trans faz mal? Quais alimentos não possuem gorduras? E são essas as questões que a nutricionista da Performance Nutrition, Fabiana Boselli de Morais desvenda agora.
Gordura é gordura, não? Tem mais de uma?
''Sim, dentro do grupo das gorduras temos o que denominamos gordura do tipo saturada e insaturada. Temos ainda as gorduras poliinsaturas e monoinsaturadas, essas que por sua vez trazem benefícios a saúde quando ingeridas em quantidades adequadas'', explica Fabiana.
Ela aponta que estudos mostram que há associação significativa sobre o consumo de gorduras saturadas com o aumento do risco de doenças coronarianas (DC) e doenças cardiovasculares (DCV). E que para reduzir o risco de DCV, a gordura saturada não deve apenas sofrer uma redução na dieta, mas sim ser substituída por gorduras poliinsaturadas – essa sim as saudáveis.
Onde encontrar as poliinsaturadas
As gorduras do tipo poliinsaturadas são o Ômega3 e Ômega6, cujas fontes alimentares são peixes, frutos do mar, nozes, óleo de soja, óleo de canola e linhaça, óleo de milho, de girassol e de açafrão. Ou ainda podendo ser monoinsaturados, como Ômega9, cujos alimentos fontes são óleo de oliva, abacate, amendoim e amêndoas.
As verdades sobre a gordura trans
Nós sabemos que ela existe e que faz mal. Mas, afinal, o que ela é? “A gordura trans nada mais é que a gordura insaturada, que sofreu um processo de hidrogenação das gorduras vegetais (quando líquidos em temperatura ambiente passam para a forma sólida ou semissólida)”, explica Fabiana.
Elas estão presentes em batatas fritas, bolos, biscoitos tipo ''cream cracker'', bolachas recheadas, chocolate em barra, salgadinhos, sorvete, pipoca (de microondas), margarina e alimentos industrializados. E todo esse mal tem o objetivo de melhorar a textura destes produtos, os deixando mais crocantes, e conservá-los por mais tempo.
''O primeiro motivo de esta substância fazer mal é por ser responsável pela formação da gordura visceral, ou o famoso ''pneuzinho'' na cintura, que pode desencadear síndrome metabólica, diabetes e pressão alta, entre outros problemas sérios. O segundo alerta é que consumir cinco gramas diárias desse tipo de gordura aumenta em 25% o risco de doenças cardíacas'', aponta Fabiana.
Agora, livre de gordura mesmo só os alimentos de fonte vegetal – existem poucas exceções (e que ainda sim possuem pouquíssima gordura, considerada de boa qualidade). Então, já sabe, todo cuidado é pouco. Largar mão das bolachinhas e afins está fora de cogitação para a maioria de nós, mas a verdade é que para se ter 100% de segurança, só banindo estes alimentos.