Os mitos e verdades da efedrina Apesar de proibida no Brasil, a efedrina ainda é facilmente encontrada no mercado ilegal e usada para dar um pique nos treinos. gplus
   

Os mitos e verdades da efedrina

Apesar de proibida no Brasil, a efedrina ainda é facilmente encontrada no mercado ilegal e usada para dar um pique nos treinos.

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Mundialmente famosa por casos de doping no esporte, o mais célebre deles o de ''El Pibe'' Diego Armando Maradona da Copa do Mundo de 1994, a efedrina é uma substância de venda proibida no Brasil desde 2003. Mas, como todas as drogas que tenham um público comprador assíduo, não é uma tarefa impossível se encontrar vendedores.

E não à toa a efedrina é tão popular entre os frequentadores de academias: ela realmente mexe com o organismo, tanto para o lado bom quanto para o ruim, fato que explica as dúvidas de quem ainda (ilegalmente) ingere produtos com a substância. Porém, não é difícil compreender como ela age para fazer de qualquer amador um verdadeiro superatleta.

"A efedrina é uma droga que estimula o aumento da frequência cardíaca e o débito cardíaco (volume de sangue bombeado), e aumenta a resistência periférica, o que pode elevar a pressão arterial. Além disso, ela é um potente estimulante do Sistema Nervoso Central, sendo que após sua administração oral, seus efeitos podem persistir por várias horas. É eliminada na urina em sua forma íntegra", aponta Reinaldo Abunasser Bassit, professor de Educação Física na Total Nutrition, nutricionista e atleta amador.

Mas, além do pique para os treinos, a efedrina tem outra faceta adorada por quem pretende perder peso: a queima de gordura por termogênese. "De fato, a efedrina, entre outras, parece ser uma droga que apresenta o melhor efeito na produção do aumento do gasto calórico através do processo denominado de termogênese (produção de calor), que de forma grosseira significa "queimar" gordura para produzir calor", explica Reinaldo.

Sim, esses são os lados bons da efedrina como ferramenta para perder peso e ganhar pique para atividades físicas. Mas, como quase tudo na vida, existe o lado negro da Força: e no caso da efedrina, nem mesmo Darth Vader conseguiria ser tão perigoso. Conheça seus efeitos colaterais.

Efeitos colaterais
Muitos divulgam alguns efeitos menos nocivos da efedrina, tais como boca seca, náuseas, dor de cabeça, vertigem, excesso de suor, tremores, insônia e ansiedade, mas está comprovado que o abuso desta droga, tal qual outra qualquer, pode levar a problemas muito mais sérios que estes.

Em primeiro lugar, ela é uma substância com alto poder viciante, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Conforme o vício se torna mais forte, fica cada vez mais difícil ao usuário fazer atividades físicas sem o uso da substância. Há profissionais na área de preparação física que apontam que se usada sob responsabilidade de um médico (algo que também não deveria ocorrer em função de a efedrina ser proibida), não há riscos, o que não é verdade.

"Mesmo tomando as devidas precauções, o uso dessas substâncias deveria obedecer algumas regras para se evitar o efeito da exposição crônica, que tem como consequência a saturação dos receptores beta-adrenérgicos (responsável pelas respostas físicas a situações como uma luta ou fuga). Isso implica na diminuição da sensibilidade à droga, fazendo com que o indivíduo aumente a dosagem ingerida. Esse comportamento torna-se perigoso, uma vez que doses elevadas podem causar o aumento da temperatura corporal, a perda da eficiência termorregulatória, e aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca", aponta Reinaldo.

Agora, se a efedrina já é um verdadeiro tiro no peito, capaz de fazê-lo correr uma maratona sem sentir metade do cansaço natural, o ECA é um Napalm. Trata-se de um coquetel que mistura efedrina, cafeína e aspirina. Se separadas os resultados não são satisfatórios (cafeína e aspirina em especial, que não apresentam nenhuma propriedade em favor da perda de gordura), mas em conjunto se tornam um verdadeiro êxtase do atleta. Mas, não aceite qualquer promessa de que não faz mal, os riscos são triplicados e não há estudos sobre a segurança de seu consumo.