Cada vez mais procuradas pelos homens, a acupuntura é uma das mais famosas medicinas alternativas do Brasil, efetiva para males como estresse, ansiedade, problemas imunológicos e até mesmo impotência sexual – além de proporcionar um relaxamento que nem mesmo a massagem gostosa de sua companheira é capaz de proporcionar. Mas, o que poucos sabem é que a técnica milenar chinesa também é capaz de gerar alguns bons efeitos na aparência. Trata-se da acupuntura estética.
"É um excelente processo para retardar o envelhecimento, pois potencializa o rejuvenescimento facial através da estimulação. Ela atenua sensivelmente os sinais de envelhecimento da pele, tais como rugas, sinais de expressão e flacidez, e também revitaliza, oxigena e nutre a pele, realizando a renovação celular facial", aponta Selma Macedo, dermaticista (estética facial), especialista em medicina ortomolecular.
Já houve época em que qualquer profissional com certo grau de especialização poderia fincar agulhas por aí. Afinal, a técnica milenar da Medicina chinesa não era muito bem considerada um tratamento convencional. Porém, desde que foi adotada no Brasil pelo SUS (em 2006), a acupuntura teve um verdadeiro boom e tornou-se a especialidade médica que mais cresceu no país desde então. Não que a acupuntura tenha recebido status de tratamento principal para qualquer tipo de patologia ou doença. Seu papel de terapia complementar é o mesmo desde a época da fundação da Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental em 1958 (hoje Associação Brasileira de Acupuntura).
Porém, segundo o acupunturista Wilson Tadeu Ferreira e um dos diretores da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA), a terapia não tem apenas objetivos estéticos. Ao atingir os canais de energia (meridianos), que são os centros nervosos responsáveis pelas dores, muitas doenças podem ser tratadas por meio da acupuntura, como gastrite, sinusite, alergias, enxaquecas e até doenças emocionais como a depressão - em alguns casos, a acupuntura toma o papel de protagonista no tratamento.
Comprovação científica e avanços
Definitivamente a acupuntura passou por mudanças nestes mais de cinco mil anos de História: não apenas pelas agulhas de aço inoxidável, primeira grande mudança da terapia que antigamente usava espinhas de peixe e bambu. "Estudos recentes, inclusive da Escola Paulista de Medicina aqui no Brasil, comprovam a eficácia da acupuntura. Nos Estados Unidos ela está sendo estudada pela neurociência, através de ressonancia magnética funcional. Por exemplo, existe um ponto no pé que diz que é bom para a visão, então o acupunturista estimula este ponto com a agulha e a ressonância capta este benefício gerado por esta incisão", explica Mário.
Os meridianos de energia e os conceitos também foram se modificando com o tempo e agregando outras acupunturas, como as só feitas na cabeça (facial) ou orelhas (auricular). Outro grande avanço foi o estimulador elétrico, dando início ao que se chama de eletroacupuntura, que nada mais é que a incisão de eletrodos na pele, capazes de tonificar músculos e formar colágeno, pontos fundamentais para o rejuvenescimento. "Os resultados dessa terapia na face ganham ainda mais resultados se aliadas a tratamentos cosméticos mais tradicionais, como o uso do ácido hialurônico (segundo boa parte dos dermatologistas, a substância chave de todo bom produto antiidade). São, sem dúvidas, tratamentos sinérgicos", aponta Mário.
E se você nunca foi de confiar muito nos resultados da acupuntura, este mito já caiu por terra há mais de 15 anos. Reconhecida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) desde 1995, hoje para ser um acupunturista "dentro da lei", é preciso ser formado em Medicina e ter o título de especialista, como qualquer outra especialidade médica. Isso tem aumentado a confiabilidade das pessoas no tratamento. O resultado disso é que a fila para uma sessão no SUS pode chegar a seis meses. Se não quiser esperar, o jeito é procurar as clínicas particulares. Os preços de uma sessão tradicional não são salgados e variam entre R$30 e R$100. Mas, fique esperto para não cair nas mãos de um não-especialista!