Calma! Não vou citar Cláudia Leite, Angélica ou Adriane Galisteu. O que aconteceu com elas depois da maternidade foi uma corrida frenética por um recorde mundial. Só pode. Acho insano. Nem sei se conseguiram curtir direito o bebê. Mas esse também não é o caso. Eu curti tudo que pude nessa fase relâmpago sem neurose pra entrar no Guinness e ainda assim tenho certeza: sou mais bonita, mais gostosa, de verdade. Atribuo isso a alguns fatores “naturais”: O primeiro é que ser mãe dá cintura. Eu que era reta ganhei essas curvas só depois que os ossos da bacia se abriram por conta da gravidez.
Aprendi a ter postura: usar a cinta do pós-parto fez minha coluna ficar ereta. O médico sugeriu 3 meses e eu usei por 6. Percebi que aquele corpo todo errado do pós-parto podia ser moldado com consciência corporal. Aliás, um problema comum durante os primeiros meses de maternidade é justamente este: a maioria fica corcunda por conta da amamentação, o que reflete diretamente na bacia e na pelvis: ombros caídos, nuca curvada, bunda pra dentro, barriga saliente. E o pior: depois de um tempo adotando essa postura “fechada” fica cada vez mais difícil endireitar a coluna.
Outra coisa que ajuda muito é dormir bastante. Aquele sono da beleza mesmo. Em qualquer ocasião que sobrava um tempinho - porque vocês sabem, bebê rescém-nascido dorme horrores - eu dormia também. Está provado que dormir emagrece e renova as células. Cochilos de 2 horas em plena terça às 5h da tarde! Isso era puro luxo. Meus horários ficaram malucos mas a minha qualidade de vida, por íncrível que pareça, aumentou. E isso significa pele boa. Dava sono eu dormia, dava fome eu comia.
Aliás, nunca passei fome amamentando. Não virei uma ogra, mas é óbvio que meu apetite aumentou e como a minha fome podia bater a qualquer hora eu também respeitava isso na minha filha: sempre me lixei pra essa história de que bebê tem que ter horário pra mamar. Coisa nenhuma. Eu NUNCA regulei os peitos pra ela. Os tais “horários da mamada” eram qualquer hora.
Então eu amamentava muito e emagreci sem dificuldades, usava uma cinta regulável que além de moldar minha cintura arrumou minha postura e dormia bem. Sem contar a abstinência de álcool que contribui muito com saúde de pele e cabelo.
Outro fator surpreendente que contribuiu foi a paz. Sério mesmo. A paz que uma criança traz na sua vida é imbatível. E a paz embeleza. Ao contrário da ansiedade que engorda mais que pão com nutela. É que a ansiedade age direto no metabolismo e no sistema digestivo. E a coisa vira uma bola de neve: a pessoa fica ansiosa porque não está emagrecendo e aí não emagrece mesmo. Intestino pára de funcionar, a frustração vai procurar alguma coisa bem açucarenta pra enfiar na boca.
Com a alma em paz eu aproveitei pra fazer coisas que eu queria e nunca tinha tentado. Meditar foi a primeira delas. Comprei um DVD que vinha com uma aula de yoga e passei a fazer todas as tardes na sala de casa. As torções me deixaram mais fortes e fixaram minha nova cintura, as posições de força e equilibrio me deixaram mais durinha e enfim, pela primeira vez na vida minha bunda não era mais caída, criei músculos na parte superior dos glúteos de tanto fazer a saudação ao sol.
Tá, mas e os peitos? Eu não sabia o que era ter peito até os 24 quando coloquei prótese. Aos 30 eles ficaram gigantes de tanto leite. Quando parei de amamentar o tamanho diminuiu mas eles não caíram, ao contrário, permaneceram durinhos mas ficaram mil vezes mais naturais – não são mais aquelas duas bolas duras de tênis.
Mérito da minha pequena, hoje com 6 anos, me tornar uma pessoa mais gostosa, literalmente, por dentro e por fora.
Sobre Tutu Lombardi
Jornalista pós-graduada pela Westminster University, estuda metafísica da saúde há 15 anos, gosta tanto de voar que já tentou pilotar helicóptero mas estaria rica mesmo se estivesse cobrando pelos conselhos que dá.
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