Se você é do time dos surfistas calhordas – daqueles que quando entra n’água não vale uma naba e não surfa nada – é bom ficar de olhos bem abertos porque surfar não é tão inofensivo como brincar de altinha sobre a areia da praia. Surfar é louco porque o coloca no meio do mar com a linha do horizonte a sua frente e uma prancha para você se sentar e viajar em pensamentos mil ou montando numa onda e a rasgando como se tudo ali estivesse sob o domínio de seus pés. Mas por mais que você pose, nessa situação, para uma pá de camarada e gatinha de biquíni como o dono do pedaço, você não o é, xará.
Ali, quem dá as cartas é a natureza. Uma hora ou outra você vai levar uma vaca ou um caldo bem humilhante na frente da geral. Beleza, isso é fichinha, tá no pacote. Mas, existe um mundo debaixo daquela imensidão azul que muitas vezes a gente ignora, não vê, não sabe ao certo quem o habita. Esse final de semana passado, dois moradores ilustres das profundezas do mar resolveram dar as caras – ou melhor, as barbatanas – e se colocaram sob os holofotes do Campeonato Mundial de Surfe em Jeffreys Bay, na África do Sul. Os tubarões resolveram dar um rolê no pico logo na final da competição e não em um round qualquer. Mais: escolheram como alvo o australiano tricampeão mundial Mick Fanning e não um haule qualquer.
A cena de Fanning tentando desesperadamente remar para longe dali e recebendo um tranco por debaixo de sua prancha foi exibida ao vivo durante a final. Ela é agoniante! Por pura sorte, o surfista saiu inteiro do ataque dos peixes mais temidos do mundo – “apenas” teve a corda que o prendia à prancha arrancada pelos animais. Bró, o lembrete deste texto é: você, profissional ou foca, amante do estilo de vida que preconiza correr o mundo atrás de picos com swell perfeito tem de saber onde pisa, ou no caso, onde vai deslizar sua prancha. Por isso, listamos 8 praias onde com maior frequência banhistas ou surfistas são atacados por tubarões. Fica esperto porque, nessa hora, pode não ter triquilha tigrada que o salve.
#1 Boa Viagem (Brasil) – É muito frequentada e muito perigosa. Na América do Sul, é no litoral do Recife onde há mais ataques de tubarão cabeça chata e tubarão-tigre.
#2 New Smyrna (Estados Unidos) – Fica no nordeste da Flórida, ela é bela e muitas vezes mortal. É considerada o pico com maior número de ataques de tubarão por ano.
#3 Ilha da Reunião (França) – O pico é paradisíaco, fica no Oceano Índico, perto de Madagascar, e é território francês e fica. Deslizando pelas águas daquele lugar paradisíaco e cercado de uma vasta natureza que três surfistas morreram após serem mordidos por tubarões na praia.
#4 Gold Coast (Austrália) – Uma penca de surfista procura essa cidade. Com belas praias, esse oeste australiano tem uma outra reputação pavorosa: é um dos picos mais perigosos do planeta em relação à presença de tubarões. Não sou poucos os vítimas de ataques.
#5 North Shore (Estados Unidos) – Há enormes ondas na região central do litoral norte da ilha de Oahu. Esse trecho da costa havaiana também é famosa pelos ataques de tubarões.
#6 Second Beach (África do Sul) – Ataques mortais patrocinados por tubarões vivem sendo registrados nessa área, situada no encontro do rio Umzivubu com o Oceano Atlântico.
#7 Bolinas Beach (Estados Unidos) – Os tubarões-brancos são habitué em meio as ondas perfeitas para o surfe nessa praia, que fica ao norte de San Francisco.
#8 Bondi Beach (Austrália) – Um surfista teve o braço dilacerado por um tubarão-branco ali após 80 anos sem registro de ataques. Melhor ficar admirando a paisagem da areia.
Sobre Rodrigo Cardoso
Rodrigo Cardoso é jornalista. Escuta mais que fala. Deu certo na arte de contar histórias de gente (de Mandela a Andressa Urach) apesar da memória seletiva.
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