Ter um filho não é nenhuma brincadeira, mas pode ser preço que se pague por uma noite sem usar camisinha. Porém, antes de começar a planejar a fuga para outro país – por mais que a Austrália pareça uma boa opção –, pense duas vezes: segundo Gustavo Bassini, vice-presidente da Associação Brasileira dos Advogados de Família (Abrafam), se um dia você for descoberto, pode receber uma carta bem desagradável te obrigando a prestar contas, por meio de uma ação judicial, sobre o filho deixado para trás. Além de ninguém querer passar por isso, convenhamos: homem que é homem assume os problemas – e os herdeiros – de frente.
Do ponto de vista jurídico, a primeira atitude a se tomar até que é simples: se você ainda não conhece muito bem a possível futura mãe, sugira um teste de DNA. Mas, nesta hora, tente ter a educação e a paciência que supostamente teria um homem da família Real Britânica. Afinal, do ponto de vista masculino, você não quer a moça fazendo um escândalo enquanto grita que você não acredita nela e, tampouco, entrar no vigor da discussão e começar a acusá-la de não ter nem tomado a pílula do dia seguinte. Lembre-se: se a paternidade for comprovada, a culpa de ter gerado um filho também é sua. E a obrigação de pagar pensão, também.
Comece a economizar
Obrigações para com o bebê que está a caminho surgirão aos montes, então é melhor estar preparado. A pensão, por exemplo, começa a ser paga a partir do momento em que a paternidade é reconhecida, com o bebê ainda no útero da mãe. “O pai precisa ajudar nos gastos com a gestação da mãe, colaborando indiretamente com a saúde bebê”, comenta Bassini. Depois que a criança nasce a pensão é sempre estabelecida em cima das necessidades e possibilidades daquela criança: “Costuma ser uma média de 15 a 20% do salário do pai, contando com que ele possa pagar a pensão sem passar fome”. Quando não há um parâmetro, há um estudo a ser feito do caso para chegar-se à melhor solução.
O advogado ainda comenta que essa história de que pai que não paga pensão perde o direito de ver o filho é coisa do imaginário popular. “Não é verdade. Desta forma, estaríamos punido a criança duplamente: primeiramente por não ter pensão e, depois, por perder o contato e o afeto do pai”, diz o especialista em direito familiar. Mas claro, se essa pensão foi estabelecida na justiça e você, pai, tem a possibilidade de pagá-la e não o faz, o destino pode ser um lugar não muito requisitado – e com certeza você não tem a menor vontade de ver o Sol nascer quadrado. Aliás, nem precisamos chegar a este ponto de desolação.
Comece a economizar
Obrigações para com o bebê que está a caminho surgirão aos montes, então é melhor estar preparado. A pensão, por exemplo, começa a ser paga a partir do momento em que a paternidade é reconhecida, com o bebê ainda no útero da mãe. “O pai precisa ajudar nos gastos com a gestação da mãe, colaborando indiretamente com a saúde bebê”, comenta Bassini. Depois que a criança nasce a pensão é sempre estabelecida em cima das necessidades e possibilidades daquela criança: “Costuma ser uma média de 15 a 20% do salário do pai, contando com que ele possa pagar a pensão sem passar fome”. Quando não há um parâmetro, há um estudo a ser feito do caso para chegar-se à melhor solução.
O advogado ainda comenta que essa história de que pai que não paga pensão perde o direito de ver o filho é coisa do imaginário popular. “Não é verdade. Desta forma, estaríamos punido a criança duplamente: primeiramente por não ter pensão e, depois, por perder o contato e o afeto do pai”, diz o especialista em direito familiar. Mas claro, se essa pensão foi estabelecida na justiça e você, pai, tem a possibilidade de pagá-la e não o faz, o destino pode ser um lugar não muito requisitado – e com certeza você não tem a menor vontade de ver o Sol nascer quadrado. Aliás, nem precisamos chegar a este ponto de desolação.
A mãe do seu filho
Talvez a mãe da criança que está por vir não seja o seu exemplo de mulher ideal, mas criar um bom relacionamento com ela pode ser a melhor saída para você não tornar a sua vida uma novela sem casamentos no final – ou, em outras palavras, um grande inferno.
De acordo com a psicóloga Marina Vasconcellos, especialista em terapia familiar e de casal, ser pai sem ser marido ou namorado é bem complicado mesmo e tudo deve ser muito bem conversado. Mas tudo vai ser resolvido de acordo com a idade dos envolvidos: “Se um cara de 26 anos engravida uma menina de 16, os pais dela vão, sem dúvidas, se envolver na história também”.
É possível que, nesta hora, até mesmo o seu melhor amigo entre na história: ele irá fazer questão de te lembrar da tamanha besteira que você fez em engravidar uma menor de idade. Torcemos muito, portanto, para que isso não tenha acontecido.
O aborto no Brasil, embora ilegal na maioria das circunstâncias – só não o é em casos de estupro ou de risco de vida para a gestante –, pode muito bem ser cogitado nessas horas pelo pai ou pela mãe, no ápice do nervosismo – principalmente se o filho acabou sendo gerado em um momento “uma noite e nada mais”. Mas se ambos mantiverem a maturidade, ambos podem entrar em um consenso. Para isso acontecer, o homem também precisa lembrar um pequeno detalhe: na maioria das vezes, é a mulher que acaba colocando mesmo a mão na massa.
“É a vida dela que irá mudar completamente, o homem poderá continuar fazendo o que fazia antes”, diz Marina Vasconcellos. E é verdade. De acordo com Gustavo Bassini, a criança nasce já sendo naturalmente da mãe. “É uma questão da nossa sociedade”, comenta. Manter a sua presença na vida da mãe fará com que, consequentemente, haja uma convivência pacífica durante o crescimento de seu filho. E, além das obrigações, o pai também tem direitos: inclusive o de opinar na educação da criança. Com a guarda compartilhada da criança e uma amizade mantida entre os pais, dificilmente a mãe resolverá colocar o filho em uma escola mais cara sem consultar o pai. “Todas as decisões serão compartilhadas”, diz o advogado.
Vou ser pai! E agora?
Como a criança já nasceu com essa estrutura de lar – a mãe aqui e o pai, acolá –, tudo isso será muito natural. “Desde pequena ela estará convivendo com essa situação de pais separados e o grau de participação do pai dependerá também do entrosamento que ele terá com a mãe”, diz a psicóloga e terapeuta de casal Kelen de Bernardi Pizol, especialista em psicoterapia comportamental cognitiva pela USP. E dependerá, claro, da escolha do próprio pai. Vale lembrar, no entanto, que ninguém nasce sabendo ser pai – mas você pode contar com a ajuda de sua própria mãe, irmã, de repente até mesmo uma namorada que já esteja em sua vida.
“Os pais e as pessoas mais velhas da família podem muito bem ajudar este pai no início dos cuidados com a criança, além de ele também aprender o próprio jeito de ser pai”, comenta Pizol. Portanto, vale lembrar que nem tudo está perdido. E, caso você tenha sido tomado por um espírito paterno, pense que podia ser pior: a mãe de seu novo filho poderia ter fugido com ele sem ao menos te avisar que você seria pai. De acordo com Gustavo Bassini, esta atitude tira o direito da criança de ter um pai presente e, se a descobrirem, possivelmente terá que se resolver com o pai na justiça.
Se neste parágrafo a ideia de fugir para a Austrália ainda te pareça a melhor, Bassini ainda lembra que o próprio filho, ao se tornar maior de idade, pode acabar processando o pai por abandono afetivo. Assumir a responsabilidade é o que lhe resta, meu amigo. Então é hora de matar a bola no peito e aproveitar a alegria que uma criança também pode te dar.