Hoje eu acordei interessado de lhe dar um conselho de brother, uma sugestão totalmente gratuita. Posso?
Eu “tô” ligado que o seu último relacionamento terminou de maneira extremamente dolorosa e que você teve vontade de arremessar o prato de estrogonofe contra a parede quando notou que estava sendo traído. Sei que você se sentiu o mais idiota dos idiotas por ter sido totalmente fiel e dedicado a uma mulher que lhe enganou diversas vezes, que mentiu sem desviar o olhar e que lhe deu pouquíssimo – ou nenhum! - valor. Sei, também, que quando a sua alma finalmente parou de arder você prometeu, ao seu clone que vive dentro do espelho, que não seria mais bonzinho com ninguém, que não se apegaria à moça alguma e que se transformaria no maior dos canalhas, o rei dos cafas. Estou errado?
Também já fiz isso, irmão. Já pensei exatamente como você está pensando agora. No dia em que partiram o meu coração de jeito e sem um pingo de piedade, eu jurei a todos os deuses, amigos e oxalás que não amaria mais ninguém nesta vida, que não me doaria por completo nunca mais e que viveria, apenas, de encontros rasos que não levam nem a trocas de telefones. Prometi que passaria o resto dos meus dias pulando de galho em galho. E, por um bom tempo, eu saí por aí metendo o pau no amor e em todo tipo de relação séria. “Ninguém ama ninguém, não passa de um jogo de interesses”, mentia em voz alta a quem quisesse ouvir a minha descrença, sempre tentando cimentar as flores que ameaçavam brotar dentro de mim.
A real é que você – como já fui um dia! -, por trás de uma convincente armadura de cafajeste, é apenas um moleque tremendo de medo de ter o coração baleado novamente. Alguém que diz “Pego e não me apego!” porque já conheceu as dores de um desapego forçado e, definitivamente, não quer correr o mínimo risco de ser obrigado a passar por esse penoso processo mais uma vez. Sabe do que você tem pavor, meu velho? De ser forçado, novamente, a enfrentar um Natal cheio de tias que só conhecem uma pergunta: “Cadê a sua namorada?”. E de, mais uma vez, sentir-se totalmente sozinho dentro de uma balada lotada. Estou mentindo? Acha que é exagero da minha parte? Ou crê que seu coração é realmente um bloco de concreto? Claro que não.
Não estou dizendo para pedir em casamento a primeira moça que esbarrar em você no metrô. Longe disso! Porém, pelo seu bem, meu caro, livre-se já do colete à prova de amores. E, quando alguma mulher lhe encantar de jeito e colocar as suas tripas pra sambar, em vez de fugir feito um covarde - como você tem feito -, dê uma nova chance ao amor. Que tal? Estou pedindo muito? Não, não estou. Não estou pedindo que dê uma segunda chance ao Dunga ou ao Collor, cara. Estou sugerindo que você conceda uma nova chance ao amor e afirmando que não faz o menor sentido achar que todas as mulheres do mundo agirão como a sua ex.
Se existe um risco de você quebrar a cara novamente? Claro que existe, não vou mentir. Contudo, se isso acontecer, em vez de achar que sua vida acabou, que o amor não passa de uma invenção para lotar salas de cinema e que o mundo inteiro não presta, irmão, eu recomendo que tente transformar a sua decepção em piada. Ou em música sertaneja, a forma mais inteligente e rentável de reciclar um chifre.
Não estou dizendo para pedir em casamento a primeira moça que esbarrar em você no metrô. Longe disso! Porém, pelo seu bem, meu caro, livre-se já desse colete à prova de amores. E, quando alguma mulher lhe encantar de jeito e colocar as suas tripas pra sambar, ao invés de fugir feito um covarde - como você tem feito -, dê uma nova chance ao amor. Que tal? Estou pedindo muito? Não, não estou. Não estou pedindo que dê uma segunda chance ao Dunga ou ao Collor, cara. Estou sugerindo que você conceda uma nova chance ao amor e afirmando que não faz o menor sentido achar que todas as mulheres do mundo agirão como a sua ex, like a bitch.
Se existe um risco de você quebrar a cara novamente? Claro que existe, não vou mentir. Contudo, se isso acontecer, em vez de achar que sua vida acabou, que o amor não passa de uma invenção para lotar salas de cinema e que o mundo inteiro não presta, irmão, eu recomendo que tente transformar a sua decepção em piada. Ou em música sertaneja, a forma mais inteligente e rentável de reciclar um chifre.
Sobre Ricardo Coiro
Vive entre o soco e o sopro. Morre de medo do morno e odeia caminhar em cima do muro. Acha que sensibilidade é coisa de macho e que estupidez é atitude de frouxo. Nunca recusou um temaki ou um café.
[+] Artigos de Ricardo Coiro
Vive entre o soco e o sopro. Morre de medo do morno e odeia caminhar em cima do muro. Acha que sensibilidade é coisa de macho e que estupidez é atitude de frouxo. Nunca recusou um temaki ou um café.
[+] Artigos de Ricardo Coiro